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Empreendedor Sábado, 18 de Junho de 2011, 12:20 - A | A

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Sábado, 18 de Junho de 2011, 12h:20 - A | A

CASE DE SUCESSO

Concremax, uma história de desafios e muito trabalho

Empresa do ramo de concretaria, engenharia e saneamento nasceu pela forma corajosa de 7 amigos que resolveram ousar

ISADORA SPADONI
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Conhecida pelos serviços ofertados no ramo da construção civil e reconhecida pela primazia destes, a Concremax é um exemplo de empreendimento que achou melhor ir contra a corrente do mundo dos negócios: ao invés de se segmentar no mercado, optou pela diversificação.

Fundada em 1979 por sete amigos, a Concremax surgiu como Terramat, empresa de terraplanagem. Anildo Lima Barros foi um dos idealizadores e Jorge Pires de Miranda na ocasião, adquiriu um trator de esteira para pôr em prática os planos. Integravam o grupo Odenir Lima Barros, irmão de Anildo, Paulo Moura, Benedito Sérgio de Castro Braga, Clovis Moura e Jaime Campos. Anildo e Paulo, além de constituir sociedade na Terramat, eram também proprietários de uma construtora, a Aquário Engenharia.

Jorge Pires de Miranda, aos 21 anos de idade, não tinha nenhuma experiência no ramo, mas acreditou. “A Aquário era uma empresa muito forte na área de construção civil, e Anildo quis trabalhar também com a área de terrraplanagem. Aí montamos a Terramat”.

A proposta inicial da empresa de terraplanagem foi ampliada com o surgimento de uma oportunidade “apresentada” por um destes sócios. Em 1983, durante um happy-hour, os sócios Odenir Lima Barros e Paulo Moura, reunidos com o representante da concreteira carioca Ibrata, fecharam o contrato mais importante do grupo numa ocasião que quebrou qualquer protocolo: incorporaram o segmento de usinagens de concreto à empresa que até então oferecia apenas serviços de terraplanagem.

Fotos: Mayke Toscano

Jorge Pires de Miranda relembra que ficou pasmo tão logo soube da aquisição. E não era pra menos. “No outro dia, o Odenir chegou na empresa contando que havíamos comprado uma concreteira. E eu perguntei ‘poxa cara, mas como que você compra uma empresa tomando uísque?’

“COMPROU, TÁ COMPRADO”

Optar pela diversificação não foi um processo embasado em cautelosas pesquisas de mercado. Mas o acaso tratou de cuidar das atitudes impulsivas (e desmedidas) dos empresários. A Aquário Engenharia – empresa de Anildo e Paulo, sócios da agora Concremax – estava responsável por construir toda a Morada do Ouro, processo que demandaria uma grande quantidade de insumos. Adquirir a central de concreto não foi, então, de todo mal.

O que os empreendedores não sabiam é que a Ibrata, dos sócios Manoel Veloso e Orlando Craice, não passava por um bom momento. Quando a Concremax assumiu a central de concreto, assumiu também uma dívida generosa com os fornecedores de cimento. Jorge Pires então foi até Anápolis, onde se situava a Cimentos Pirineus - grupo Votorantim - principal fornecedora de cimentos da localidade. Jorge Pires foi encaminhado a um diretor, ao qual expôs seu problema. “Adquirimos uma empresa em Cuiabá, que está devendo “x” [um valor já muito grande], e não temos condições de pagar. Mas precisamos de muito mais cimento daqui pra frente’. O diretor, encabulado, disse que nunca havia feito nenhuma negociação do gênero. Mas sempre há uma primeira vez. Jorge Pires o convenceu e a Concremax conseguiu quitar a dívida em seis meses, conforme contrato.

O diretor não era ninguém mais, ninguém menos que Carlos Ermírio de Moraes, representante da terceira geração dos Ermírio de Moraes, na época recém-chegado ao grupo Votorantim. “Eu não sabia que estava tratando com um dos Ermírio de Moraes”, lembra Jorge.

DIFICULDADES

O início foi difícil, como todo início que renda uma boa história. Assim que a Terramat iniciou seus trabalhos, teve que fazer obras na região do Xingu. “Talvez por ser uma empresa nova”, argumenta Jorge. “Naquela época, há 33, 35 anos, aquilo lá era um sertão danado”. O jovem empreendedor acompanhava todas as execuções das obras, numa jornada que misturava juventude, aventura e resultou em conhecimento, amadurecimento e experiência. “Foi difícil, mas por outro lado, muito recompensador”.

CONCRETO, ENGENHARIA E SANEAMENTO LTDA

A empresa cresceu, encerrou as atividades no setor da terraplanagem e acompanhou a evolução na área de concreto, construção civil e posteriormente saneamento, dentro das suas instalações. “A gente era Concremax Concreto, depois nossa razão social passou a ser Concremax Concreto, Engenharia e Saneamento LTDA”, conta Jorge.

Mas limitada mesmo só no nome. Os serviços ofertados pelo empreendimento abrangeram grandes obras no setor público e privado, incorporações, saneamento básico, urbanização e infraestrutura, pontes, viadutos e concreto usinado. E não apenas em Mato Grosso, como também Brasília e Rondônia, entre outros estados.

PROJETO SIVAM

Uma ação que merece grande destaque, segundo Jorge Pires, foi o Projeto Sivam. A Concremax apresentou seu currículo e foi convidada a construir toda a parte de construção civil de Mato Grosso e Rondônia. Por se tratar de um projeto de segurança nacional, todas as empresas foram muito bem analisadas, numa proposta que envolve as mais variadas questões. “As empresas precisavam se preparar, se capacitar para entrar nas obras. E nós conseguimos. Foi um ganho em qualidade e organização”, conta Jorge.

Com 28 anos de existência, a empresa se solidificou. Segundo Jorge, a Concremax é a maior consumidora de cimento a granel da região Centro-Oeste.

QUALIDADE E PONTUALIDADE

Uma filosofia de mercado muito primada pela Concremax é a da qualidade e pontualidade no fornecimento de seus produtos, principalmente no que se refere ao concreto. Jorge Pires acredita que é muito importante a empresa estar mobilizada para atender ao tamanho das obras, com qualidade, e em um curto espaço de tempo. “Se você atrasar meia hora ou uma hora para entregar o concreto, seu cliente vai ter um custo muito alto, de pedreiros, serventes, eletricistas, por estar meia hora esperando”.

Trabalhando para sempre cumprir os dois principais quesitos, são 100 funcionários atendendo apenas a área de concreto. Mas contabilizando os colaboradores do setor da construção civil, são aproximadamente 1.050, entre engenheiros, mestres, encarregados, mecânicos e corpo administrativo.

A Concremax tem quatro filiais nas cidades de Rondonópolis, Primavera do Leste, Lucas do Rio Verde e Sinop. Em Cuiabá, são três pontos de carregamento: a matriz, situada no bairro Novo Terceiro, e outros dois, sendo um no CPA e outro próximo ao Pedra 90.

FORNECEDORES TRADICIONAIS

Na área de concreto são quatro insumos básicos: cimento, pedra, areia e aditivos. Para garantir o cimento que se adeque à “postura da empresa”, a Concremax compra com a Votorantim há 27 anos. O fornecimento de brita fica por conta da Caieira Nossa Senhora da Guia.

Inicialmente, a empresa havia se instalado próxima as margens do rio por ser um porto de areia, o que possibilitava maior facilidade para adquirir a matéria prima. Com o decorrer do tempo e o planejamento de Cuiabá, as dragas se tornaram proibidas, e atendendo a legislação, a empresa recompôs a margem do rio. “Hoje só funciona a parte da usina, e todo o material a gente traz de fora”.

MUDANÇAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL

“Mato Grosso foi um Estado que cresceu muito. Cuiabá por muitos anos tem um índice de crescimento maior do que muitas outras capitais brasileiras, por vários quesitos. O Estado hoje se tornou reconhecido na área de grãos e proteínas, tanto vegetais quanto animais, referência no mundo. Este crescimento fez com que Cuiabá, por ser a Capital, se tornasse centro de referência na área de construção e na área de expansão.

E nós temos uma demanda muito grande nessa área construtiva. De 30 anos pra cá, a questão da verticalização da construção civil fez com que a área do concreto se tornasse importante. Há 30 anos, éramos duas concreteiras em Cuiabá, hoje somos cerca de sete. Foi um grande crescimento.”

COPA DO PANTANAL

Com o “boom” das construções que precisam ser feitas até 2014 para receber a Copa do Mundo, o setor da construção civil promete se repaginar em Cuiabá, uma das 12 cidades eleitas pela Fifa. Jorge Pires acredita que o evento vem para complementar a infraestrutura que os últimos 30 anos de crescimento do Estado não foi capaz de implantar. “Cuiabá ficou uma cidade sufocada, o caos no trânsito, na saúde, fruto deste crescimento”.

Quando às expectativas, Jorge preconiza: “A Copa vai fomentar um volume maior de recursos para contemplar o evento, com investimentos que poderiam ter sido feitos há 20 anos”.

DEVAGAR E SEMPRE

Desistir, jamais. Ainda mais quando se ambiciona acompanhar todo esse crescimento. Mas para isso, é preciso estar muito bem estruturado, segundo Jorge. “Poderíamos ter crescido muito mais no segmento de concreto, mas preferimos seguir com cautela”, explica, “por que hoje, para manter uma empresa de grande porte é preciso estar muito bem estruturado”, defende o empreendedor.

A jornada de trabalho até ficou mais reduzida, visando uma melhor qualidade de vida. “No início, eu virei muitas noites para começar, e viajava muito, as obras eram muito distantes, gastei muito da minha saúde, da minha juventude, com o trabalho”.

A sociedade foi se rompendo aos poucos, e hoje a Concremax é dirigida apenas por Jorge Pires e sua família. O filho Júlio Flávio é engenheiro civil e superintendente da empresa, “está a frente dos negócios”, o caçula, Jorge, é zootecnista e cuida das fazendas da família, e a filha Jackeline fica responsável pela parte administrativa.

SATISFAÇÃO

Jorge Pires conta que uma das lembranças que até hoje lhe arranca saudosos sorrisos é a da compra da bomba-lança, no início dos anos 90. Naquele tempo, a empresa contava apenas caminhões betoneiras, e a bomba que eles possuíam era rebocada. Então, adquirir uma bomba-lança de 28 metros de altura foi uma felicidade tremenda para a equipe. “Foi uma realização muito grande, obter um equipamento de ponta para atender nossos clientes. Foi um momento muito importante”.

A empresa que tinha apenas cinco caminhões, hoje tem mais de 200.

CARTÕES POSTAIS CONCREMAX

O Centro Empresarial Cuiabá, o Edifício Tucanã, a sede da Famato, o antigo Moitará, atual Agecopa, a sede do TRE e a sede Regional da Eletronorte são algumas das obras realizadas pela Concremax. “O TRE é uma obra muito importante, moderna até hoje, com um acabamento refinado. O Moitará também foi um processo novo, de estruturas metálicas em concreto. Foi uma das primeiras obras nessa modalidade”. A duplicação do viaduto que dá acesso à rodoviária também é uma obra que merece ser lembrada. Jorge Pires afirma que a Concremax já construiu mais de 10 mil unidades de habitação popular em Mato Grosso.

Para Jorge Pires de Miranda, empreender é: REALIZAR


1. Dicas para quem quer iniciar um empreendimento

Tudo que for fazer, tem que escolher algo que se sente bem, naquele setor. Você precisa ter gosto por aquilo que faz. E depois a capacitação. Hoje é muito diferente de quando a gente começou. Hoje a exigência de mercado nessa área de capacitação e conhecimento é muito grande. Não existe lugares para os amadores e sim para profissionais com competência. Eu sinto bastante em não ter tido a oportunidade em cursar um curso superior, me fez muita falta, mas a gente conseguiu se sobressair, porque o estado estava crescendo demais, eram só duas empresas, também graças a Deus e à nossa dedicação nessas duas áreas – de qualidade e pontualidade – a empresa se firmou. E também por trazer bons profissionais. A gente sempre teve um quadro de profissionais muito bons. Hoje é diferente, tudo que você vai fazer demanda muita tecnologia, então você precisa ter primeiro gosto por aquilo que vai fazer, e depois preparo e capacitação.

2. O custo Brasil é realmente um obstáculo para o empreendedor?

É muito. E em Mato Grosso mais ainda. Inclusive nós temos aí um estado com grandes problemas de logística, apesar de vários fatores que nos beneficiam (como questão climática, qualidade de solo, normalidade do clima). A questão de logística é muito ruim – para exportação, estamos muito longe dos portos, o nosso modal rodoviário é muito caro, as nossas estradas são muito deficientes, temos muitos problemas com isso. E também a nossa carga tributária é muito pesada. Tanto no Brasil, quando em Mato Grosso. Isso é quase uma barreira, é você transpor e conseguir fazer alguma coisa com a carga tributária que nós temos.

3. O que é mais importante, dinheiro ou criatividade?

Eu acho que o mais importante é a credibilidade. Ela é mais importante que a criatividade e que o dinheiro. E também a criatividade com a credibilidade associada é sinônimo de um sucesso tranquilo. Porque a credibilidade você conquista com o tempo. Dinheiro você ganha e perde, e a credibilidade você conquista, e isso é um patrimônio que toda empresa que tem, pode passar qualquer dificuldade que ela sempre vai conseguir voltar novamente, e ocupar o espaço que era dela, pela credibilidade que ela tem.

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Álbum de fotos

Fotos: Mayke Toscano

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ROSENIL 03/01/2013

NAO SEI SE O COMENTARIO ACIMA É DE TODO VERDADEIRO! ESTOU AKI A NOVE ANOS E NUNCA VI ISTO! ACONTECER ! A NAO SER QUE ACONTECEU ALGO MUITO ERRADO! AI NAO TEM PATRAO QUE PERDOA NÉ, PELO QUE VEJO NELE ELE TEM UMA APRECIASSAO PELOS QUE RALAM E NAO PELOS QUE MORGAM ISTO EU JÁ VI!

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Marcio 09/09/2011

Se Jorge Pires não fosse cunhado na época em que Júlio e Jayme foram governadores, queria ver se chegaria onde chegou. E humildade, é algo que falta a esse cidadão, que demitiu e tratou parentes dele, aos gritos, como não se se faz nem com cachorros vira-latas. Depois de um lesão que teve na cabeça e que quase o levou à óbito, deveria repensar na maneira de como tratou essas pessoas e pedir, pelo menos desculpas, pela sua enorme prepotência.

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Nilis Marques 21/06/2011

Ao Empresário Jorge Pires,parabéns pelo sucesso, e ele só vem com trabalho, esforço e determinação.Portanto Voces fizeram bem a lição de casa.O Grupo Concremax, é hoje é esta grande empresa preparada para competir em grandes mercados cada dia mais exigentes. Ao Jorge e Equipe, Sucesso sempre.

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3 comentários

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