Cenário Político-Econômico Brasileiro:
A presidente afastada Dilma Rousseff, seguindo um processo democrático que analisa crime de responsabilidade fiscal sob sua gestão, passou o dia 29/08 respondendo aos questionamentos dos senadores e acusadores, fez discurso, mas nada adiantou e terminou na quarta-feira sendo definitivamente impedida. No início da votação, o senador Randolfe Rodrigues (Rede) teve a sua demanda acatada por Lewandowski, que preside o julgamento, para que fosse dividida em duas votações: uma para o impedimento e outra para perda dos direitos políticos. Resultado: Impeachment efetivado e direitos políticos preservados.
Tendo Dilma Rousseff os direitos políticos preservados, em minha particular análise, isso pode significar ou objetivar um acordo entre governo e partido da ex-presidente para tornar mais “tranquila” (com menos pressão oposicionista) a gestão de Michel Temer, ou seja, mesmo não tendo a justiça esperada pela população que saiu diversas vezes às ruas protestando contra a corrupção e as ações desastrosas que resultaram em quase 13.000.000 de desempregados, preservar os direito políticos de Dilma e conseguir a aprovação no Congresso e Senado das medidas que ajudará a colocar o Brasil nos trilhos do crescimento pode ter sido o preço a se pagar pela urgente necessidade de reversão do quadro atual. Se houve acordo ou não, o certo é que ninguém vai confirmar. Agora falta trabalhar a decisão proferida com a base aliada descontente.
O mercado futuro de juros já mostra sinais de que os investidores já enxergam que senão acontecer os ajustes prometidos pelo novo governo, o momento de otimismo atual não será suficiente para o progresso esperado para economia brasileira. A suspensão temporária do reajuste salarial do funcionalismo público, mesmo que temporária, já dá sinais positivos de que pode estar reconhecendo um erro e que o foco é a austeridade fiscal. Vamos aguarda e ver para crer.
Mercados – Bolsa:
Após findado o processo de impeachment na quarta-feira 31/08/2016, a Bolsa de Valores de São Paulo encerrou o pregão registando perdas de -1,15%, mas encerra o mês de agosto registando alta de +1,03%. As principais bolsas do mundo andaram de lado no mês do “cachorro louco” com exceção para a Alemanha, Japão e China que tiveram desempenho significativo.
Principais Bolsas Mundiais e índices (período 01 a 31/08):
· S&P 500 - EUA: .............................. -0,12%
· S&P/TSX - CAN:.............................. +0,10%
· Ibovespa - BRA............................... +1,03%
· DAX - DEU: .................................... +2,47%
· FTSE 100 - GBR:.............................. +0,85%
· CAC 40 - FRA: ................................. -0,04%
· IBEX 35 - ESP: ................................. +1,51%
· FTSE MIB - ITA................................ +0,57%
· SMI - CHE: ..................................... +0,92%
· Nikkei 225 - JPN: ............................ +1,92%
· S&P / ASX 200 – AUS...................... -2,33%
· China A 50 - CHN: ........................... +3,74%
· KOSPI - KOR: ................................. +0,79%
Câmbio e Ouro:
O mercado ainda está apostando no Brasil e que o novo governo, que já deu sinais e propostas para sair da crise, consiga aprovação das medidas necessárias e execute as tais medidas. Mas se a direção for o acomodamento, o Banco Central não conseguirá manter o dólar na casa dos R$ 3,20 e Ilan Goldfajn irá ter que decidir: continua a interferir no câmbio e manter os prejuízos nas operações como fez Tombini ou irá intervir apenas em casos de ajustes pontuais para corrigir imperfeições, como manda a boa teoria econômica monetarista.
A outra estratégia cambial será a de manter os juros altos, mesmo com uma inflação declinante, afim de estimular a entrada de capitais externos para aquisição de títulos brasileiros, sabendo que os juros altos desestimulam o investimento e penaliza a geração de emprego. Por enquanto vamos assistindo o R$ andando de lado e até valorizando, um pouquinho, frente as principais moedas.
Com as expectativas de alta dos juros americanos para o final do ano e o fato de entrarmos no último quadrimestre, o ouro começou a dar sinais de perda de valor e registrou baixa em agosto de -2,73%, mas está valorizado no ano em +23,26% no mercado externo. No mercado interno a realidade é diferente e o ouro caiu em agosto -3,51%, tendo a baixa acentuada pela apreciação do R$ frente ao dólar. Ficamos na dependência da implantação de medidas no Brasil em prol da contenção dos gastos e que produzam resultados efetivos, senão a cotação do Real não se sustentará e elevará, por conseguinte, a cotação do ouro internamente, mantido constante a cotação internacional.
Indicadores de Mercado (período 01 a 31/08):
· Ouro – NY (Ozt.) ................................. US$ 1.312,20....................... -2,73%
· Petróleo (Brent) ................................. US$ 47,00........................... +10,69%
· Milho (Ton) ........................................ US$ 315,25......................... -5,51%
· Dólar - US$ ......................................... R$ 3,2292............................ -0,60%
· Euro - € .............................................. R$ 3,6021............................ -0,72%
· GBP/USD............................................ US$ 1,3135......................... -0,73%
· Poupança (mês / Acum. 2016) ............ +0,7558% ........................... +6,2490%
· Inflação – IPCA (mês / 12 meses) ........ +0,52%............................... +8,7363%
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