O dólar até chegou a abrir em leve baixa no mercado local, mas trocou de sinal ainda na primeira hora de negócios, passando operar com sinal positivo no restante do pregão. Com máxima a R$ 5,6801 à tarde, a moeda fechou em alta de 0,25%, a R$ 5,6693. No mês, a divisa recua 0,13%. No ano, as perdas são de 8,27%.
Embora tenha avançado em relação a divisas emergentes, o dólar voltou a recuar na comparação com moedas fortes, ainda sob o impacto do rebaixamento do rating americano pela Moody's na última sexta-feira. O índice DXY flertou com rompimento do piso dos 100,000 pontos ao longo do dia, com mínima aos 100,050 pontos.
"O dia hoje foi mais de ajustes para o real, com a agenda mais esvaziada. De forma geral, o mercado ainda está tentando digerir o rebaixamento do rating dos EUA", afirma o chefe da mesa de câmbio da EQI Investimentos, Alexandre Viotto. "Nos episódios de rebaixamento por outras agências, geralmente os investidores saíram de ativos americanos em um primeiro momento, mas voltaram logo em seguida porque os preços ficam atraentes".
As bolsas americanas apresentaram leve queda hoje, ao passo que as taxas dos Treasuries tomaram caminho distinto. O retorno do papel de 2 anos, mais ligado ao rumo da política monetária, operou em entre estabilidade e ligeiro recuo. Já as taxas de 10 e 30 anos subiram, com as preocupações fiscais.
Com a trégua de 90 dias na guerra comercial entre EUA e China e o Federal Reserve dando sinais de que não tem pressa em reduzir os juros, não há no momento um gatilho mais forte para provocar alterações significativas nos preços dos ativos globais, afirma analistas.
Viotto, da EQI, também não vê fatores domésticos capazes de provocar oscilações mais agudas do real no curto prazo, apesar do repique momentâneo do dólar no fim da semana passada, diante do desconforto com a possibilidade de pacote de medidas do governo Lula, que busca recuperar a credibilidade arranhada pelo escândalo do INSS.
"As declarações da equipe da Fazenda dizendo que não vai haver medida que comprometa o fiscal deram uma acalmada no mercado", afirma Viotto, acrescentando que a sinalização ontem do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, de que a taxa de juros será mantida em território restritivo por período prolongado ajuda a ancorar a taxa de câmbio.
Fontes ouvidas pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) afirmaram que a Junta de Execução Orçamentária (JEO) se reuniria hoje à tarde para discutir os pontos ainda em aberto do Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas que será divulgado na próxima quinta-feira, 22. Trata-se do primeiro relatório do ano e deve trazer os ajustes considerados necessários para a execução orçamentária e financeira de 2025, à luz do desempenho das receitas e das pressões de despesa do exercício.
A ampliação de recursos para o novo "vale gás" só deverá ser tratada na discussão do orçamento de 2026, visando ampliar o números de beneficiários do programa, segundo fontes técnicas do governo. As fontes reforçam que o limite do programa neste ano segue sendo aquele já estabelecido na Lei Orçamentária Anual (LOA), em cerca de R$ 3,5 bilhões.
De acordo com o Projeções Broadcast, a mediana do mercado indica que haverá um congelamento de R$ 10,0 bilhões no Orçamento federal no relatório bimestral desta semana. Já levando em conta os efeitos desse congelamento, a estimativa intermediária do mercado para o resultado primário do governo central em 2025 é de déficit de 0,26% do Produto Interno Bruto, descontados os créditos extraordinários para pagamentos de precatórios da União.
(Com Agência Estado)
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