O ano da aplicação do golpe da rifa nos torcedores do Operário, Gaguinho não se lembra. E muito menos quem estava com ele naquele dia. Mas recorda muito bem que foi na década de 70, quando ele chegou do Rio de Janeiro para jogar no tricolor várzea-grandense ao lado de craques como Bife, Odenir, César Diabo Loiro, Joel Silva, Joel Diamantino, Carlão, Malaquias, Ruiter e Fagundes, entre outros.
O fato foi o seguinte: Gaguinho estava no centro de Várzea Grande, numa segunda-feira à tarde, com uma vontade louca para molhar a goela, tomar uma gelada, quando apareceu o misterioso jogador operariano e propôs: “Vamos lanchar?”.
“Lanchar” era o código que os jogadores usavam na frente de diretores do clube para combinar uma “cervejada”.
“É pra já”, respondeu Gaguinho. “Quanto é que você tem para o “lanche”, perguntou Gaguinho.
“Estou zerado. Perdemos o jogo ontem, não teve bicho... como é que vou ter dinheiro?”, respondeu o companheiro misterioso.
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Gaguinho morava perto do lugar onde estavam na avenida Couto Magalhães, foi em casa pegou um dos rádios, entrou numa livraria, comprou uma folha de papel almaço duplo, pautada, inventaram um pretexto qualquer e começaram a vender a rifa. Venda só à vista, nada de acertar depois, porque ninguém paga rifa já corrida. Depois de algum tempo, conferiram a grana e constataram que já tinham dinheiro suficiente para tomar muitas espumosas...
Gaguinho pegou então as quatro folhas com os nomes dos compradores da rifa e começou a rasgá-las em pedacinhos.
“Mas o que é que você está fazendo, Gaguinho? E a rifa?”, perguntou-lhe o companheiro.
“A rifa já correu, ninguém ganhou...”
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