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Cuiabanália Domingo, 22 de Dezembro de 2013, 08:12 - A | A

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Domingo, 22 de Dezembro de 2013, 08h:12 - A | A

ENTREVISTA DA SEMANA

Betsey Miranda: 13 anos defendendo os direitos humanos sem ligar para a própria vida

Presidnte Comissão dos Direitos da Seccional da OAB-MT fala sobre o panorama do Estado

NELSON SEVERINO







Há 13 anos ininterruptos ocupando a presidência da Comissão dos Direitos da Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso, a advogada Betsey Polistchuck de Miranda, além de ser uma guardiã de primeira hora do respeito aos direitos humanos, de vez em quando se vê envolvida em encrencas da grossa.

É que por causa da sua postura na função que lhe cabe como integrante de uma comissão de uma das entidades mais respeitadas do País, a OAB, nos últimos anos Betsey foi chamada muitas vezes para mediar conflitos entre marginais e policiais, em situações de beligerância que colocavam sua vida em risco, mas nem por isso ela recuou.

Betsey garante que o respeito aos direitos humanos tem melhorado muito em Mato Grosso, mas poderia ter avançado mais. Reflexo desse avanço é a redução de mortes e rebeliões nos presídios de Mato Grosso, a pior das quais ocorreu no final da década de 80, no Carumbé, com a chacina de 12 presos.

A presidente da CDH da OAB, para quem a palavra medo não existe em seu dicionário, a criação de escolas dentro dos presídios para atender a população carcerária e também das frentes de trabalho representam um grande avanço do sistema prisional em Mato Grosso.

Para Betsey, a solução do mais grave problema das prisões no Brasil – a superlotação – não está na construção de mais presídios, mas sim na criação de condições para manter crianças, muitas das quais vivem nas ruas dos centros urbanos, nas escolas em tempo integral.

Marcos Lopes/HiperNotícias

Betsey Polistchuck de Miranda, presidente da Comissão dos Direitos da Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso


HiperNotícias – Os direitos humanos no Brasil são respeitados por autoridades de alto coturno, agentes prisionais, carcereiros, policiais, etc., ou ficam restritos a condenados considerados intocáveis como os do mensalão?

Betsey – Hoje, Direitos Humanos passou a ser matéria nos cursos e nas aulas que preparam os futuros soldados da PM e da Policia Judiciária Civil, e aliado ao avanço da tecnologia, como os celulares, qualquer desrespeito que ocorra, seja em nível de presídio ou mesmo no atendimento nas ruas, é de imediato conhecimento público. De acordo com informações da imprensa, aos mensaleiros ficou estabelecido, após alguns dias de cumprimento de pena, a igualdade de tratamento com os demais reeducandos. Na realidade, os direitos humanos tiveram um grande avanço, mas ainda falta muito para sua existência plena.

HiperNotícias – Como andam os direitos humanos em Mato Grosso?

Betsey – Tenho a certeza que nestes últimos treze anos à frente da Comissão de Direitos Humanos ocorreram muitos avanços, sendo o mais notório deles, o fim das mortes e rebeliões nos presídios, e isso só foi possível graças à união de vontades e respeito havidos entre todas as autoridades constituídas do Estado nas promessas nas feitas. Quanto ao respeito referente à população pouco a pouco ele se estabelece, pois nosso povo descobriu que quando denuncia e reclama as coisas mudam.

HiperNotícias –
Como presidente da Comissão dos Direitos Humanos da Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso quantas denúncias, em média, a senhora recebe por ano de familiares de presos sobre violação dos seus direitos?

Betsey – São inúmeras as denúncias recebidas de todo os Estado, não só de familiares de presos, mas também de advogados e outras autoridades, principalmente relativas a abusos, super lotação e violência nas suas mais diversas formas, ficando impossível quantificar em números.

Marcos Lopes/HiperNotícias

"Os direitos humanos tiveram um grande avanço, mas ainda falta muito para sua existência plena", diz Betsey Miranda

HiperNotícias – Nos casos de denúncias, qual o procedimento da CDH da OAB? Busca provas das denúncias e as encaminha ao Ministério Público do Estado ou Federal?

Betsey – Nada que chega a Comissão dos Direitos Humanos da OAB/MT, por menos grave que seja, é deixada de lado. As que dependem de provas, estas são requeridas aos delegados, ao Ministério Público e aos juízes; outras são enviadas às corregedorias da Polícia Militar e Policia Judiciária Civil, para apuração das denúncias já formalizadas.

HiperNotícias – Quantas e quais as denúncias mais graves que a CDH recebeu nos últimos anos?

Betsey – Entendo que todas as denúncias são graves, mas as que mais chamaram a atenção foram sobre preço da alimentação em presídios; a falta de baixa dos mandados de prisão na INFOSEG; as delegacias super lotadas; falta de geladeira no IML, para manter os corpos; dificuldade no atendimento do IML para determinar “causa mortis” no interior do Estado; dificuldade no exame de DNA. E o de maior repercussão, a morte do dr. Leopoldino Marques do Amaral, na qual a nossa atuação e a do dr. Usiel Tavares foi intensa.

HiperNotícias – Alguma denúncia partida da comissão da OAB resultou em processo e punição de alguém? Quem foi punido em função da atuação da comissão que defende os direitos humanos dos presos?

Betsey –
Todas as denúncias foram devidamente processadas nas Corregedorias e muitas delas geraram penalização aos seus autores, o que de momento fica difícil enumerá-las.

HiperNotícias – O problema da violação de direitos humanos de presos em Mato Grosso melhorou ou piorou nos últimos anos?

Betsey –
Se bem observado, salvo a super lotação, houve inúmeros progressos. Hoje os presos são ouvidos e inúmeras das suas reclamações são atendidas. Mas o maior avanço foi a implantação das escolas dentro dos presídios, além da criação das frentes de trabalho. Em que pese à lentidão desse programa existe atualmente um avanço real e positivo.

HiperNotícias – Presos queixam-se que a pior violação aos seis direitos é superlotação dos presídios, que se transformam em verdadeiros depósitos de apenados. Que soluções a senhora defende para esse verdadeiro drama, cuja tendência é piorar com o crescimento, a cada ano, da população carcerária?

Betsey – Bem, sempre tivemos uma única bandeira: melhor que construir presídios é colocarmos todas as crianças em escolas de tempo integral, preparando-as para o futuro, do que deixá-las nas ruas e elas terminarem em um dos nossos presídios, como soe acontecer.

HiperNotícias – Nos seus mais de dez anos no comando da CDH da OAB, algumas vezes a senhora foi chamada por marginais e até feita refém para servir de mediadora de negociações entre bandidos e autoridades policiais. Qual foi a situação mais dramática que a senhora já enfrentou?

Betsey – Quando ao tentarmos salvar uma refém, houve desequilíbrio físico de todos os envolvidos, e por questões de segundos a situação ficou critica, mas foi sanada com maestria pelo comando da PM.

Marcos Lopes/HiperNotícias

"Melhor que construir presídios é colocarmos todas as crianças em escolas de tempo integral"

HiperNotícias – Alguma vez a senhora chegou a temer pela vida nas mãos de marginais? Ou a senhora encarava esses desafios com tanta naturalidade que nunca deixou de atender os presos quando sua presença era exigida para servir de mediadora nas situações mais delicadas?

Betsey – Nunca, em momento algum, tive medo, pois ao mediar esses conflitos peço sempre que Deus fale por mim e nesta confiança infinita jamais deixei de atender a nenhum chamado. E, como Ele estava conosco, os resultados sempre foram os melhores.

HiperNotícias – Qual era a reação de sua família e até mesmo de autoridades policiais quando a senhora encarava essas paradas de mediar conflitos em situações que certamente muitos machões não topariam?

Betsey – Jamais revelei a eles [os familiares] a gravidade do problema, só depois de terminada a minha missão, falava superficialmente como se nada tivesse a seriedade que tinha.

HiperNotícias – O que é o medo para a senhora? Ou essa palavra não faz parte de seu dicionário?

Betsey – É um sentimento que me recuso a sentir, pois ele bloqueia qualquer ação. Assim, a palavra medo está fora do meu dicionário.

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Carlos 01/01/2014

Defensora de Meliante.

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Carlos Nunes 30/12/2013

Mais uma sugestão a Dra. Miranda, candidate à Senadora; escolha um partido sério (Ih! tá difícil, mas deve existir algum); e enfrente os adversários só com boas propostas, sem dinheiro para gastar na campanha. Na cidade circula, faz tempo, uma informação de que: só ganhará a eleição quem tiver mais dinheiro; temos que quebrar essa conversa fiada, pois é forte indicador de que esse dinheiro é só de Caixa 2, e outras coisitas mais. Tomara que o TSE/MT fique de olhos, ouvidos bem abertos, e fiscalize tudo isso. Senão...a informação vai se confirmar. Começam a fazer aqueles acordos antipatrióticos, na calada da noite, para muitos se perpetuarem no poder. Ora, todo poder EMANA do povo, e EM SEU NOME é exercido. Tomara que maus brasileiros NÃO VENDAM O VOTO, ou troquem por bolsa-família, que virou moeda de troca por votos - quanto mais bolsa-família, mais votos. Alías, alguém corajoso, deveria contar a verdadeira história da bolsa-família: Quem criou? Como apareceu no Brasil? Uns falam que foi idéia do Betinho; outros da irmã Dulce, outros da Ruth Cardoso, outros do Itamar. No começo tinha outro nome: bolsa-escola, vale-gás.

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Carlos Nunes 27/12/2013

Eu sugereria a Dra. Miranda que se candidatasse nas próximas eleições até a Deputada Federal ou Estadual. Precisamos renovar o Congresso Nacional e a Assembléia Legislativa em pelo menos 70%, para mudar o Brasil e MT. Considerando que cerca de 52% dos eleitores de MT são mulheres, temos que eleger mais mulheres para ocupar as duas bancadas. É bom a Dra. se candidatar como Betsey Miranda, pois o nome estrangeiro vai ser difícil de entender pela população; e durante a campanha demonstrar tudo que já fez em prol dos marginalizados - acho que o Brasil e MT só ganhariam com a sua eleição. Aliás Eleição é igual Departamento de Pessoal, podemos contratar ou demitir pessoas para nos representar - eles são os nossos funcionários. Chega dos mesmos, da mesmice, tal como o procurador Mauro falava em seu programa eleitoral; e o Dr. Enéas (meu nome é Enéas) falava a nível nacional: A política é um alto ideal; quando vira profissão começa aparecer a corrupção, a propina - e ele estava certo pois apareceu dinheiro até na cueca, sanguessugas e mensaleiros.

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João Moreschi 25/12/2013

Parabéns Dr. Betsey, pela exímia postura combatente e guardiã dos direitos humanos no estado de MT!

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4 comentários

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