Quinta-feira, 10 de Julho de 2025
facebook001.png instagram001.png twitter001.png youtube001.png whatsapp001.png
dolar R$ 5,59
euro R$ 6,55
libra R$ 6,55

00:00:00

image
facebook001.png instagram001.png twitter001.png youtube001.png whatsapp001.png

00:00:00

image
dolar R$ 5,59
euro R$ 6,55
libra R$ 6,55

Coluna Endireitando Segunda-feira, 18 de Abril de 2016, 15:32 - A | A

facebook instagram twitter youtube whatsapp

Segunda-feira, 18 de Abril de 2016, 15h:32 - A | A

Verdade do universo e a prestação que vai vencer

A Presidente Dilma não possui desenvoltura no trato político, estando muito aquém do seu antecessor Lula, ou mesmo do vice-presidente Michel Temer

LUCIANO PINTO

Marcos Lopes

Luciano Pinto

 

Sei que afirmei na coluna anterior a dificuldade de escrever sobre política atualmente. Porém não poderia deixar passar em branco fatos que marcam a história do país. O ultimo domingo, dia 17, foi anormal. A começar pela presença da quase unanimidade dos deputados federais na Câmara em pleno domingo. Isso, de fato é algo muito raro. Após quase doze horas de Sessão, a Câmara dos Deputados, representada por trezentos e sessenta e sete membros, autoriza a continuidade de processo de impedimento contra a Presidente da República. Uma coisa é certa: o mais marcante foi observar o despreparo dos nossos representantes deputados. Chega ao absurdo dum deputado querer colocar o filho pra votar por ele.

 

Mas vamos aos fatos. O pedido de impeachment é polêmico, sem dúvida. Parlamentares, juristas, cientistas políticos, alem de vários do povo discutem seu conteúdo e emitem suas opiniões sobre a procedência ou não do pedido. Para o ex-ministro do STF e jurista Carlos Ayres Brito em entrevista para a Folha de São Paulo (veja aqui), esse imbróglio encontra-se entre uma zona de certeza negativa e uma zona de certeza positiva, mais especificamente em uma zona de certeza nublada. Significa dizer: não é absurdo compreender pelo sim ou pelo não. Isso, aliado à uma boa dose de avaliação política, mostra que não existe qualquer forma de golpe orquestrado pelo Temer, que segundo alguns chegará ao poder sem ter recebido nenhum voto, ao melhor estilo Frank Underwood.

 

Aliás, sobre essa ascensão do vice-presidente, importante resgatar na memória que Michel Temer, na qualidade de candidato à vice-presidente da candidata Dilma, formou a chapa vencedora das eleições de 2014. Isto é, seja como principal ou assessório (não importa), ele fez parte da votação obtida. Não dão conta os partidários desta tese que fomentar esse raciocínio é dar um tiro no pé. Imaginar apenas a Dilma como destinatária dos votos recebidos, nada mais é do que fragmentar a chapa, e, assim, fortalecer a tese já orquestrada por Temer no TSE, para que o julgamento do processo que pretende a cassação da chapa Dilma/Temer analise individualmente a conduta de cada um.

 

É fato que a Presidente Dilma não possui desenvoltura no trato político, estando muito aquém do seu antecessor Lula, ou mesmo do vice-presidente Michel Temer. Além disso, os escândalos descortinados pela operação lava-jato mostrando a realidade nua e crua da perniciosa relação do público e privado, inegavelmente desgastou a plataforma partidária que vem a frente do país desde o Governo Lula. Tudo isso aliado à péssima situação econômica que o país passa, além dos levantes populares que vem ocorrendo desde 2013, sem dúvida foram os fatores que formaram o estopim de pressão sentido pelos integrantes da Câmara dos Deputados no ultimo domingo.

 

Caso o Senado confirme a admissibilidade do pedido, e, por conseguinte, o afastamento da Presidente Dilma, a principal expectativa, de imediato, será o destino dos integrantes do PMDB, principalmente os caciques afundados na lama até o nariz. Cunha, agora como alvo principal, consegue se manter vivo, cai na Comissão de Ética, ou será afastado pelo STF? Temer tem culpa no cartório? A frente do governo conseguirá a famigerada governança e governabilidade? Renan sai da moita, agora que não mais possui o escudo dos escândalos do PT para se proteger? Além dessas, uma grande pergunta entra em pauta: as denuncias envolvendo as demais personalidades políticas serão realmente apuradas? Teremos a política do Brasil passada a limpo?

 

Pós o fatídico domingo o destaque fica por conta da expectativa da reação da economia frente a situação política. Não podemos esquecer que o mundo não para de girar, e as contas não param de bater à porta da imensa massa de brasileiros. Como já diria Raul Seixas: “DOIS PROBLEMAS SE MISTURAM A VERDADE DO UNIVERSO E A PRESTAÇÃO QUE VAI VENCER”.

 

Vamos acompanhar.

 

Obrigado

 

*LUCIANO PINTO é advogado e sócio-proprietário do LP ADVOCACIA. Email: [email protected]

 

 

 

 

 

Comente esta notícia

Algo errado nesta matéria ?

Use este espaço apenas para a comunicação de erros