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Cidades Domingo, 27 de Agosto de 2023, 16:34 - A | A

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Domingo, 27 de Agosto de 2023, 16h:34 - A | A

RECOMPENSAS RÁPIDAS

Redes sociais têm promovido fenômeno da “tiktokização da atenção”; saiba o que é

Utilização em excesso dos dispositivos pode provocar mudanças cerebrais expressivas, afetando a criatividade e alterando indicadores emocionais, aponta a psicóloga Cristiane Semensato

VINÍCIUS REIS
Da Redação

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) publicou, nesta segunda-feira (21), um post em sua conta no Instagram explicando sobre o fenômeno da “tiktokização da atenção”. Segundo a postagem, a questão se trata de um processo que tem levado o ser humano a reduzir a sua capacidade de atenção por conta do consumo, cada vez maior, de formatos de informações mais curtos – típico de redes sociais - em busca de "recompensas mais rápidas".

“Será que você não consegue mais prestar atenção em nada? Ou tudo que você consome tem 30 segundos de duração?”, questiona o ministério no início do vídeo.

Na publicação do MCTI, a entidade explica que estas recompensas são doses de dopamina, substância neurotransmissora relacionada à sensação de prazer e motivação. “A verdade é que estas plataformas digitais são idealizadas com o objetivo de promover o máximo de engajamento possível. Tal envolvimento pode gerar um comportamento compulsivo, que consome a atenção e o bem-estar imediato do usuário”, enxerga a psicóloga Cristiane Semensato.

Embora a profissional reconheça a maleabilidade das funções mentais em relação às novas aprendizagens, ela afirma que estudos científicos atestam que o uso demasiado de redes sociais provoca mudanças cerebrais expressivas para além da perda da capacidade de concentração, mencionando a diminuição da criatividade e a alteração em indicadores emocionais, como a ansiedade, o estresse e a depressão.

A professora Tamires Ferreira Coêlho, do Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), não defende a ideia de que as redes sociais levem necessariamente a um vício. Entretanto, ela admite que as atualizações promovidas pelas plataformas, feitas para atender aos interesses dos usuários, e a ação dos algoritmos podem levar a uma relação de dependência.

“Os algoritmos vão orientar nossa atividade nas plataformas, cada uma com as suas possibilidades e limitações, mas a gente também orienta os algoritmos de alguma forma a partir dos nossos padrões de uso. Temos que lembrar que as redes sociais são trabalhadas dentro de uma perspectiva capitalistas e, portanto, são empresas privadas que querem lucro. Então, a nossa atenção vai ser extremamente disputada. A gente tem uma outra perspectiva da economia da atenção hoje”, registra a professora do mestrado em Comunicação e Poder.

Para a pesquisadora, a “tiktokização da atenção” é um desdobramento deste contexto de um grande número de informações produzidas pelas redes sociais, que também vem gerando uma sensação de escassez de tempo para processar todos estes conteúdos, conhecida de F.o.M.O (Fear of Missing Out, em português, medo de ficar de fora). Como o próprio nome indica, trata-se do medo recorrente de ficar de fora sobre algo interessante que está acontecendo nas redes sociais, não conseguindo “desgrudar" delas e gerando uma ansiedade.

“É claro que isso vai afetar nosso poder de concentração, nossa ansiedade, no sentido de um senso de urgência permanente de resposta. Qual é o tempo que eu tenho disponível para processar aquela informação é dar conta de todo o resto de exigências e demandas? Então, temos essas disputas de atenção a partir de perspectivas distintas de cada rede social. Mas, uma coisa que é importante a gente pensar é que isso não é efeito só do dispositivo em si, mas de como a gente se apropria disso enquanto sociedade”, reflete a docente, que prefere não adotar uma postura maniqueísta sobre o assunto.  

O desvio de atenção não é um fenômeno exclusivamente causado pelas redes sociais, mas tem sido intensificado com a chegada delas, segundo a docente. “Estamos precisando colocar tudo numa temporalidade mais rápida. Começamos a ter que acelerar o tempo do vídeo, acelerar o tempo do áudio. Então, tudo isso faz, de certa forma, com que a gente vá, de forma inconsciente, mudando a dinâmica das nossas relações sociais”, reconhece.

DADOS DA “DIGITAL 2023: GLOBAL OVERVIEW REPORT”

Em janeiro de 2023, dados levantados pela pesquisa Digital 2023: Global Overview Report, da empresa de consultoria Data Reportal, apontaram que o Brasil tinha 152,4 milhões de usuários de mídias sociais, correspondente a 70,6% da sua população total. Com esta proporção, o país ocupa o 39º lugar de uma lista de 49 países.

No primeiro lugar deste lista está o Coréia do Sul, cujos usuários de redes sociais equivalem a 92% dos seus habitantes.

A mesma pesquisa também apontou que os brasileiros gastam, em média, 3h46 diárias nas redes sociais. O país fica atrás apenas da Nigéria, onde o uso das plataformas digitais consome 4h36 do dia dos seus moradores. Conforme este levantamento, a média diária mundial é de  2h36.

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