Um professor do Colégio Salesiano São Gonçalo está sendo acusado de assédio sexual pelas mães de, pelo menos, quatro alunos. Segundo os relatos, o professor requisitava dos estudantes que eles enviassem fotos e vídeos com teor sexual ou fizessem 'safadezas' com ele em troca de nota. O grupo de mães que denunciou o professor teria conhecimento de outros seis meninos que passaram pela mesma situação.
A mãe de um dos alunos contou que, inicialmente, achou que o professor estava oferecendo aulas de reforço ao filho dela porque disse que ele 'só não passaria de ano se não quisesse'.
Contudo, depois a mãe tomou conhecimento que o professor, se aproveitando da fragilidade dos estudantes com notas baixas, pedia favores sexuais em troca da 'ajudinha' para passar de ano. Ele alegava que tinha poder para interferir nas notas de qualquer disciplina.
"Ele não é um professor, é um pedófilo. Ele é uma pessoa que persuade as crianças, corrompe as crianças de uma forma bem tranquila para que quando as crianças precisassem, ele pudesse barganhar", afirmou.
Segundo a mãe, além dos filhos dela, outros três meninos teriam recebido a proposta de trocar 'safadezas' por notas. Com a negativa dos alunos, o professor alegou que poderia trocar as notas por fotos e vídeos.
A mulher narrou ainda que o professor questionou, num áudio, se o filho dela fazia 'coisas gostosas' quando ia ao banheiro. Para ela, o professor se valia da relação de confiança estabelecida com os alunos para cometer os atos de assédio.
"Ele era um professor muito inclusivo com os alunos e já tinha um vínculo de amizade. De vez em quando eles almoçavam juntos no recreio, abraçava eles, tinha uma comunicação muito aberta com eles. Os meninos achavam que ele era amigo”, comentou.
Ela e outras mães procuraram a polícia e registraram boletim de ocorrência. Agora as crianças estão sob medida protetiva.
ASSÉDIO SE INTENSIFICOU
De acordo com a mãe de uma das vítimas, depois que as famílias conversaram com os filhos sobre a relação que mantinham com o professor, foi possível constatar que o assédio estava presente há dois anos. Contudo, as investidas do professor costumavam ser mais sutis.
"Ele já vem vindo com essa conduta, não é de hoje. Quando os meninos relataram como ele se comportava, identificamos que o assédio já ocorria há algum tempo. Apenas agora ele foi mais explícito porque ele viu que eles não estavam entendendo", declarou.
Segundo a mãe, os meninos costumavam naturalizar as atitudes do professor por considerarem ele como um amigo.
"Quando os meninos viram que ele foi para uma outra esfera de tentar uma abordagem sexual, eles viram que era realmente a pedofilia", contou.
A mãe ainda fez um apelo para que os meninos assediados, em tese, pelo professor não sejam vitimizados novamente pelo bullying no ambiente escolar.
OUTRO LADO
O áudio revela que a escola não foi imediatamente comunicada sobre a gravidade dos fatos em virtude das investigações que correm em segredo de justiça. O temor era de que o professor pudesse destruir provas ao saber que o caso tinha sido levado à polícia.
Procurado, o Colégio São Gonçalo não quis se manifestar.
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