Novas imagens da chacina em Sinop mostram que não houve brigas antes das mortes; veja

Programa narrou toda a chacina desde as quatro horas antes do fato, quando o autor das execuções pediu revanche em partida de sinuca

CLARYSSA AMORIM
Da redação

Fantástico/reprodução

Fantástico/reprodução

O crime bárbaro que chocou todo Brasil, a chacina de sete pessoas ocorrida em apenas 10 segundos, em Sinop (a 503 km de Cuiabá), na tarde da terça-feira de Carnaval, teve destaque no programa Fantástico, da Rede Globo, neste domingo (26). O programa entrevistou os dois únicos sobreviventes do massacre, Raquel Gomes de Almeida e Luís Almeida, e teve acesso a outros trechos das câmeras de segurança do local, com imagens de antes dos fatos.

As imagens de quatro horas antes da chacina mostram que não houve motivos aparentes para Edgar Ricardo de Oliveira, o executor, matar as pessoas que estavam presente no local. Tudo começou quando ele retornou ao bar depois de perder 13 partidas de sinuca para Getúlio Rodrigues Frazão Júnior, de 36 anos, e chamá-lo para uma revanche. Ao retornar no local, Edgar chegou com o comparsa Ezequias Souza Ribeiro, que estava com uma pistola escondida em baixo da camiseta.

Dois homens que assistiam na televisão a um jogo de futebol, escorados na mesa de sinuca em que aconteceria a revanche, chegaram a se afastar e sentaram distantes para a partida acontecer. No lance decisivo da revanche, Edgar perdeu mais uma vez e, aparentemente, deveria ter encerrado por alí, pois não teve nenhuma briga entre os dois jogadores. No entanto, em seguida, Edgar joga o taco na mesa e dá ordens a Ezequias, que renda todos as pessoas que estavam no bar, enquanto ele busca a espingarda na caminhonete.

Edgar entra no bar e atira em um a um, inclusive em Larissa Frazão de Almeida, de 12 anos, filha única de Getúlio e Raquel – que também estava no local, mas escapou dos executores. O segundo sobrevivente, Luís, que é sobrinho de Raquel, correu quando ouviu o segundo tiro e conseguiu fugir.

Ao Fantástico, Raquel disse acreditar que só não morreu porque a munição dos assassinos acabou. Segundo ela, os executores mandaram-na deitar no chão e ainda roubaram sua bolsa. "Ela [Larissa] se assustou e correu. Ele mandou eu deitar no chão e eu não fiz nada, não corri com ela", contou Raquel bastante emocionada.

Ainda assustado com a chacina, Luís disse à reportagem que não consegue parar de ouvir Larissa e Raquel gritando. "Eu ia indo e escutando os gritos delas lá, gritando. Não sai da minha mente aqueles gritos delas lá. Em momento nenhum [Edgar pediu para poupar a vida de alguém]. Ele só chegou matando", relatou Luís.

O primeiro a ser atingido foi o dono do bar, Maciel Bruno Costa. Depois foi Orisberto Perereira Souza, seguido de Elizeu Santos da Silva e Josué Ramos. Na calçada, ele matou mais duas pessoas que tentaram fugir, Adriano Balbinote e Larissa.

VEJA VÍDEO

ENTENDA

Edgar e Ezequias não aceitaram perder as partidas de sinuca, em que estavam apostados R$ 4 mil, no bar localizado no bairro Jardim Lisboa, durante a terça de Carnaval, e executaram as sete pessoas que estavam no local.

Desde então, a polícia começou as buscas pelos suspeitos, até que recebeu a informação de que Ezequias estaria em uma região de mata em uma localidade do município. Ezequias foi morto em confronto com a PM, na tarde da última quarta-feira. Ele chegou a ser levado ao Hospital Regional, mas não resistiu e morreu ao dar entrada.

Já Edgar, criminoso que aparece nas imagens da câmera de segurança com uma espingarda calibre 12 matando um a um no bar, pediu ao advogado para procurar a polícia e informar que ele iria se entregar. No entanto, fez algumas exigências, sendo uma delas a presença da imprensa.

Ele se entregou na manhã de quinta-feira (23), em uma residência da região central de Sinop. Ele foi encaminhado à delegacia da cidade.

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