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Cidades Domingo, 05 de Junho de 2016, 17:14 - A | A

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Domingo, 05 de Junho de 2016, 17h:14 - A | A

VIOLÊNCIA SEM FIM

Mato Grosso registra três casos de estupro a cada dia

RAYANE ALVES

Em maio deste ano, um bebê de apenas 10 meses de idade, do município de Tangará da Serra, foi vítima de estupro. O crime teria sido cometido pelo próprio pai da criança, que acabou preso em flagrante. O caso entrou para uma triste estatística de Mato Grosso: nos cinco primeiros meses de 2016, foram registrados 474 casos de estupro no estado.

 

Marcos Lopes/HiperNotícias

Defensoria Pública/defensora/Rosana Leite/Lei Maria da Penha

Defensora aponta que a violência contra a mulher está em todos os ambientes

Isso significa que pelo menos três casos foram contabilizados por dia. Do total, 78 aconteceram em Cuiabá. No ano passado, foram 1047 estupros no estado, sendo 219 na Capital e 90 em Várzea Grande.

 

Os dados são da Secretaria de Segurança Pública (Sesp), que não divulgou a média de idade das vítimas. O número de ocorrências, no entanto, pode ser maior. É que muitas vítimas não registram a violência sofrida. 

 

Procurada pela reportagem do HiperNotícias, a defensora pública Rosana Leite Antunes de Barros, que é presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher de Mato Grosso, afirmou que a agressão sexual à mulher ocorre em todos os ambientes, como escolas, locais de trabalho, espaços públicos e na vida doméstica, em casa. Neste último, os casos mais frequentes são com as crianças e as adolescentes.

 

Alan Cosme/HiperNoticias

manifesto conta cultura do estupro

Grupos feministas protestaram contra a cultura do estupro criando um cemitério em meio a uma praça de Cuiabá

CULTURA DO ESTUPRO

Nos últimos dias, com a repercussão de um estupro coletivo de uma garota de 16 anos no Rio de Janeiro, os movimentos feministas colocaram em pauta a chamada “cultura do estupro”. Para a promotora, essa cultura tem campo fértil em um ambiente familiar em que a desvalorização da mulher e o machismo não são contestados.

 

"Quando, dentro de casa, você ensina que os meninos são superiores às meninas, você faz esse menino acreditar que ele pode fazer o que ele bem quiser e entender com uma menina. E não é assim que as coisas funcionam”, afirmou.

 

“As mulheres já provaram que podem estar em todos os guetos que antigamente eram só dos homens. A única diferença é biológica e os hormônios masculinos ou femininos não são capazes de determinar onde a mulher ou homem devem estar. Além do mais, os locais de poder não são tomados por força e sim por capacidade e competência”.

  

A defensora explica que a ‘cultura do estupro’ nada mais é do que o costume de banalizar práticas abusivas. Práticas que não se restringem ao estupro ou à violência física, mas que incluem piadas sexistas, assédio e preconceitos machistas. Até mesmo o assovio na rua, segundo a defensora, pode ser considerado abusivo. E a legislação atual ampliou o conceito de estupro, caracterizado como qualquer ato libidinoso contra a vítima.

 

No entanto, nem mesmo a prática policial acompanha esse entendimento sobre a cultura do estupro. Barros conta que, nesses anos atuando como defensora das vítimas de estupro, identificou um comportamento comum quando as mulheres chegam na delegacia para prestar queixa: a pessoa responsável por registrar o boletim de ocorrência pergunta à vítima que roupa estava usando, onde estava e o que fez para “provocar” o homem.

  

“Como se a roupa contribuísse para ela ser abusada. Ninguém coloca uma roupa e sai na rua pensando ‘hoje quero ser estuprada’”, observa a defensora.

 

TRAUMA

As vítimas de violência sexual geralmente carregam traumas psicológicos e até físicos, além de, muitas vezes, se tornarem portadoras de doenças sexualmente transmissíveis, como a Aids. A defensora conta que já atendeu o caso de uma mulher que foi vítima de abuso e, por conta disso, não pode ter filho. “A violência ocorreu quando ela era criança”, revela.

 

Em Cuiabá, as vítimas podem recorrer ao Hospital Universitário Júlio Müller (HUJM), que oferece atendimento psicológico e ginecológico.  

 

PESQUISA

Uma pesquisa divulgada no mês passado pela organização internacional de combate à pobreza ActionAid mostrou que 86% das mulheres brasileiras sofreram assédio em público em suas cidades. A região Centro-Oeste lidera o ranking, com 92%. Em seguida, vêm Norte (88%), Nordeste e Sudeste (86%) e Sul (85%).

 

O levantamento mostra que o assédio em espaços públicos é um problema global: na Tailândia, também 86% das mulheres entrevistadas relataram ter vivido o problema. Na Índia, 79%, e na Inglaterra, 75%. 

 

No levantamento, as mulheres também foram questionadas sobre em quais situações elas sentiram mais medo de serem assediadas. A maioria (70%) respondeu  que ao andar pelas ruas; 69%, ao sair ou chegar em casa depois que escurece e 68%, no transporte público.

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