Arquivo pessoal |
Mário Bergamaschi, 47 anos, teria dito à filha que não retornaria mais para a Europa |
A Polícia Civil trabalha com três linhas de investigação na apuração da morte de Mário Giovanni Bergamaschi, 47, cidadão italiado cujo corpo foi encontrado no Portão do Inferno, em Chapada dos Guimarães: homicídio, suicídio e induzimento a suicídio. Porém, Mirko Fava, 50, amigo da família Bergamaschi há 20 anos, acredita que Mário teria premeditado a própria morte antes de sair da Europa, no final do ano passado.
A hipótese de suicídio é mais forte para Mirko Fava porque Mário Bergamaschi teria dito à filha Nicole, dias antes de embarcar para o Brasil, que não retornaria mais para a Europa.
Nicole chega no Brasil no domingo (8) para acompanhar o sepultamento do pai. A família ainda vai decidir se o corpo do italiano fica em Cuiabá ou será cremado em goiânia.
Mirko Fava disse também que nos últimos dias a euforia do amigo contrastava com a sua tristeza. “Ele perguntou para mim, para o meu cunhado e para minha irmã quanto de altura tinha o Portão do Inferno. A gente dizia que não sabia, mas que era muito alto. Ele também quis saber como chegar lá. Falávamos que poderíamos levá-lo porque ele queria tirar fotos, mas ele se recusava a querer ir acompanhado”, disse Fava.
Na terça-feira (27), dia em que Mário Bergamaschi foi dado como desaparecido, o amigo brasileiro o convidou para irem juntos à Cuiabá, quando o levaria ao Portão do Inferno, mas Mário se recusou e disse que ficaria ainda mais um pouco bebendo seu uísque habitual. “Ele queria ir sozinho. Acho que ele não queria comprometer ninguém no que ele poderia fazer. Eu comentei com a minha família que fomos ingênuos”, disse Fava.
Mário Bergamaschi estava com passagem marcada para retornar ao seu país no dia 28 de março, um dia depois do seu desaparecimento. Porém, ele não queria retornar para Europa, já que tinha desmarcado a passagem várias vezes desde que chegou ao Brasil em dezembro de 2011.
Mirko Fava disse que o amigo se queixava muito da situação que estava enfrentando na Europa, como a separação da esposa, e também o fato de sua empresa do ramo da construção civil e terraplanagem não estar indo bem. Mas o amigo brasileiro acredita que a insatisfação de Mário se acumulava há muito tempo e isso gerou uma depressão profunda, apesar de não aparentar para os amigos e família, porque era considerado tranquilo e bem carismático.
LINHAS DE INVESTIGAÇÃO
O chefe de Operações da Delegacia de Chapada dos Guimarães, José Siplaki Neto, disse que a polícia trabalha com homicídio, suicídio e induzimento de suicídio. A probabilidade de acidente é totalmente descartada pela investigação policial.
“Acredito que a vítima ficou refletindo durante horas em uma pedra num local que não tem proteção e que é próximo ao precipício (cerca de 1,4 metro de distância). No local, não havia vestígios de outras pegadas e nem de possível luta corporal”, afirmou Siplaki.
A Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) fez várias medições no momento em que o corpo se encontrava ainda no precipício.
A polícia começa a fazer as oitivas com todos que tiveram algum contato com Mário Bergamaschi. “Vamos fazer a investigação social e familiar, o seu estado psicológico. Dona Maria (irmã) e seu pai Ângelo Bergamaschi (71 anos) já foram ouvidos, mas é uma investigação que vai requerer tempo”, disse Siplaki.
O investigador disse que por enquanto o que pode dizer é que o italiano afirmava para a família que não queria voltar para a Europa, que queria ficar em Chapada dos Guimarães porque gostou muito do local.
O laudo da Politec deve ser apresentado à equipe de investigação do caso em no máximo 30 dias.
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