Impedida de colar grau após ser atacada com tinta vermelha por uma desconhecida, Sirene Luzia Correa, 31 anos, disse que só poderá concluir o ensino superior no próximo ano. Ela também desistiu de processar a universidade e a sua ofensora, dizendo-se sem provas.
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O caso aconteceu no dia 25 de agosto, no Hotel Fazenda Mato Grosso, enquanto a estudante se preparava para entrar no salão onde ocorreria a colação de grau do curso de Administração da Universidade de Cuiabá (Unic). Uma mulher, ainda não identificada, chamou seu nome e jogou tinta óleo em seu rosto.
Contudo, Sirene conta que não tinha ninguém da família por perto na hora do ataque, muito menos amigos e colegas de sala de aula. Além disso, não há imagens de quem teria cometido o ato. Por isso, viu-se sem provas para continuar os processos.
“Todo mundo era desconhecido para mim e não vão querer se expor por uma pessoa que não conhecem. Mas alguém viu, não tem como não ter visto. Então, sem provas e testemunhas, eu fico desanimada para seguir com o processo, porque não tem como condenar ninguém”, desabafou.
A jovem explicou que já era para ter colado grau após o episódio, em uma cerimônia particular na sala do reitor. Contudo, desistiu dessa ideia porque ainda tem o sonho de ter uma cerimônia pública.
“Não é por causa disso que vou colar grau na reitoria. Não importa o tempo que vou esperar, mas agora estou organizando para colar grau com o pessoal deste semestre, em janeiro do ano que vem. Seria injusto eu ter esperado por esse momento e ele ser destruído por uma pessoa que nem eu conheço”, concluiu.
O delegado responsável pelo caso, Simael Ferreira, relatou que ouviu a principal suspeita de ter cometido o crime, que seria a esposa do ex-namorado de Sirene. No entanto, pelo depoimento prestado pela mulher, a Polícia Judiciária Civil (PJC) já a descartou como criminosa.
Para dar continuidade ao caso, o delegado explicou que está aguardando resposta da empresa que foi contratada para fazer as fotos da cerimônia, para ver se há alguma foto que possa incriminar alguém. Além disso, a mulher precisa querer que a investigação continue.
“Eu falo isso porque ninguém chega em uma pessoa e joga tinta óleo do nada. Então eu pedi que ela reflita e lembre de algum caso que ela tenha cometido, que possa ter prejudicado alguma pessoa, para a gente saber pelo menos o caminho que deve ser seguido. O caso tá esquisito, porque ela afirma que não tem ideia de quem poderia ter cometido esta ação”, finalizou.
CASO
Os amigos e a família ficaram desesperados, achando que fosse sangue na beca da estudante, que chorava muito, afirmando que a tinta queimava o seu rosto. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado para prestar socorro à mulher e a Polícia Militar foi ao local para fazer vistoria nos alunos.
Em depoimento, um grupo de formandos da sala de Sirene informou que a pessoa que jogou a tinta nela não era ligada à universidade. Mais de 150 acadêmicos dos cursos de administração, ciências contábeis e comunicação social aguardavam no local para a cerimônia de colação de grau.
Sirene foi encaminhada à Policlínica do Coxipó e foi diagnosticada com queimadura de primeiro grau no rosto, couro cabeludo. Ela perdeu os cílios e ficou intoxicada. Sua família não mora na Capital e viajou para Cuiabá só para prestigiar o evento, porque seria a primeira da família a colar grau.
O evento quase foi cancelado, pois a família queria um advogado e cogitou pedir a suspensão da cerimônia, para que Sirene pudesse participar da colação de grau com sua turma. Contudo, vários acadêmicos se manifestaram contra e acionaram o advogado da universidade, que afirmou que poderia dar prosseguimento com a cerimônia, já que a instituição não tinha recebido nenhum mandado.
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