O Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) deflagrou hoje (24), a 'Operação Ad Sumus', contra integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC), que atuam em Mato Grosso.
Na operação foram expedidos 50 mandados de prisão e 25 de busca e apreensão. Os mandados estão sendo cumpridos em Cuiabá, Rondonópolis (218 km de Cuiabá), Várzea Grande, Vila Bela da Santíssima Trindade (562 km de Cuiabá), Poconé (104 km de Cuiabá) e Sapezal (473 km de Cuiabá). Mandados também foram expedidos para os estados de Rondônia, Mato Grosso do Sul e São Paulo.
Segundo informações do Gaeco, a denúncia é resultado de investigações realizadas entre março de 2012 a junho de 2013. Durante o período algumas prisões foram efetuadas.
Em março deste ano, outra operação realizada pelo Gaeco resultou na prisão de um dos líderes do PCC em Mato Grosso, João Batista Vieira dos Santos. Na ocasião, ele foi preso com mais de uma tonelada de maconha.
Atualmente, estima-se que existam mais de 100 integrantes atuando no Estado. Alguns deles, mesmos presos, continuam praticando delitos.
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De acordo o Ministério Público de Mato Grosso (MPE-MT), dos 50 acusados de envolvimento com o PCC no estado, 19 já estavam presos na Penitenciária Central do Estado (Pascoal Ramos) e em outras unidades prisionais. O grupo foi denunciado por associação ao tráfico de drogas e formação de quadrilha. Um dos integrantes também é suspeito de cometer um homicídio no município de Poxoréo (259 km de Cuiabá).
Na denúncia, o Gaeco também relata outros fatos criminosos envolvendo o PCC, como apreensão de um veículo Mercedes Bens em Várzea Grande; tentativa de homicídio contra três jovens no bairro Doutor Fábio em Cuiabá; apreensão de veículo com drogas na divisa do estado e ações contra estabelecimentos bancários e comerciais na região sul do Estado.
“A maioria dos delitos ocorreu em Cuiabá e Várzea Grande, contudo, vários crimes vergastaram municípios do interior, com destaque para Rondonópolis. Parte das atividades delituosas desembocaram suas nefastas consequências em outros estados da Federação, sobretudo Rondônia e Mato Grosso do Sul”, diz um trecho da denúncia do Ministério Público.
FUNCIONAMENTO
Conforme o Gaeco/MT, a atuação do PCC em Mato Grosso começou em 1999, quando o atual líder 'Marcola' permaneceu detido por cerca de seis meses na PCA após ter promovido um roubo de aproximadamente R$ 6 milhões da agência do Banco do Brasil, na Capital. No mesmo ano, 'Marcola' e outros dois presos conseguiram fugir pela porta da frente do presídio.
Desde então, o grupo vem tentando se organizar e fortalecer a facção no Estado. Entre os recursos utilizados pelos criminosos estão 'teleconferências', onde os integrantes se interagirem em tempo real. “O PCC possui estatuto próprio e regras rígidas. Cada “irmão” deve contribuir com o pagamento de uma taxa mensal, esteja ele preso ou em liberdade. O dinheiro arrecadado é usado para compra de armamento e drogas, além de financiar a fuga ou resgate de integrantes da facção criminosa”, diz um trecho da denúncia do MP.
Para se tornar integrante do “sindicato do crime”, o candidato deve ser apresentado por um membro e ser “batizado”, tendo como padrinhos três “irmãos”. Em seguida, precisa cumprir diversas exigências da organização.
De acordo com a assessoria, em Mato Grosso, 150 agentes do Gaeco e da Polícia Militar de Mato Grosso (PM-MT) estão envolvidos na operação. A ação também conta com o apoio do Comando Regional IV e VII da PM, Diretoria da Agência Central de Inteligência, Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (Rotam), Batalhão Policial de Guarda, Grupo Especial de Segurança de Fronteira (Gefron) e Promotorias de Justiça de Rondonópolis, Sapezal, Poxoréo e Poconé. Gaecos de Mato Grosso do Sul, São Paulo, Rondônia e o GNCOC (Grupo Nacional de Combate às Organizações Criminosas) também estão envolvidos na operação.
ADSUMUS
Adsumos vem do latim. Ele é a terceira pessoa do plural do presente do indicativo do verbo ADESSE, “estar junto, estar presente”; o lema é formado por AD-, “a, em”, mais SUMUS, “somos, estamos”. O Corpo de Fuzileiros Navais (CFN) da Marinha do Brasil usa uma palavra como lema, refletindo a presteza e o permanente estado de prontificação profissional.
(Com informações da Assessoria)
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