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Cidades Quarta-feira, 12 de Outubro de 2011, 09:00 - A | A

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Quarta-feira, 12 de Outubro de 2011, 09h:00 - A | A

DIA DAS CRIANÇAS

Dezoito garotos de Santo Antônio querem mostrar garra em São Paulo

Meninos viajarão na segunda quinzena de novembro pela primeira vez de avião rumo a São Paulo, depois de participarem de campeonato de futebol enfrentando equipes mais estruturadas; o sonho deles é poder ajudar a família

ALIANA CAMARGO
[email protected]

 Arquivo pessoal

No dia em que as crianças são lembradas, 18 garotos de comunidades carentes de Santo Antônio de Leverger, cidade situada a 27 km da Capital, mostram que com atividade esportiva podem superar as dificuldades com garra, determinação e ainda realizarem dois sonhos: viajar de avião e estar em São Paulo.

Os meninos foram campeões da Copa Coca-Cola de Futebol, vencendo 31 equipes de Mato Grosso e agora seguem para São Paulo, onde competirão com equipes do Brasil inteiro. Todos eles não esperam a hora de embarcar.

A copa organizada pela marca de refrigerantes acontece no mundo inteiro. É uma oportunidade para que os garotos que têm em média de 12 a 15 anos apresentem os seus trabalhos e, quem sabe, sejam escolhidos por olheiros que estarão na competição entre os dias 16 e 18 de novembro deste ano.

A turma, liderada pelo professor Luís Carlos Tavaleira, pelo major da 3ª Companhia Independente da Polícia Militar de Santo Antônio, Esnaldo Moreira, e pelo idealizador do projeto “Boa Semente, Caminho da Luz”, Sebastião Geraldo Ribeiro, busca no incentivo dado a eles, por meio do futebol, a superação de uma vida nada fácil.

Ederson José da Silva, carinhosamente apelidado como “Nenê”, é meio esquerda do time titular, tem 14 anos e começou no projeto ainda muito menino. Quando tinha sete anos decidiu que seria jogador de futebol e até hoje persegue o sonho de chegar a um clube de porte nacional.

Há sete anos no projeto Boa Semente, Nenê diz que vai bem na escola, tudo para não perder a vaga dentro do grupo, já que um dos princípios é ser “bom de bola, bom de escola”.

Para ele, tudo mudou a partir do momento em que passou a frequentar as aulas de futebol. “Mudou meu desenvolvimento, mudou tudo”. Um dos três filhos de “seu” Emerson, que é pedreiro e dona Vânia, que trabalha como diarista, o habilidoso menino pensa em se empenhar para conseguir melhorar a vida dos pais.

“Quero ser descoberto, trabalhar para conseguir alguma coisa lá (no campeonato em São Paulo). Meu desejo é ajudar os meus pais e os meus irmãos”, disse o camisa 10 do time Boa Semente Futebol Clube.

O goleiro do time, Valdir Marques da Silva Amorim, de 15 anos, também tem o mesmo sonho. “Eu gosto de jogar bola, então meu objetivo é ir para um time grande e ajudar a minha mãe e meus avós”, disse Valdir.

Filho de pais separados, ele desabafa que ajudar o avô João Batista e avó Devair será um grande prazer já que ambos ajudaram sua mãe, Telma Magalhães da Silva, faxineira de um hospital da cidade, a criar ele com seus outros dois irmãos.

Valdir diz que sempre quis ser goleiro, com o incentivo do professor Luís Carlos, entendeu que era a atividade que mais se adequava ao seu jeito de jogar. Apesar de não se interessar muito pelo estudo, vê que é através da sala de aula que pode ter grandes chances dentro do campo.

O garoto que está há três anos no projeto manda um recado para jovens que não tem nenhuma atividade: “Sempre falo para os meus amigos para jogar no projeto, para não ficar o dia inteiro sem fazer nada. Antes eu ficava só em casa, agora tenho uma atividade. Digo isso para que eles não entrem no mundo das drogas”, refletiu Valdir.

PROJETO

O projeto Boa Semente existe há 12 anos. A iniciativa foi de Sebastião Geraldo, mais conhecido como “Tico”, no qual deu oportunidade para mais de mil alunos. Por ano, cerca de 100 alunos passam pelo treinamento do professor Luís Carlos sem precisar pagar nada por isso.

No ano passado, uma parceria com o projeto “Unidos pela Paz” da Polícia Militar, os alunos ganharam um reforço e um aliado a mais para conseguirem alcançar os objetivos.

Os garotos da pequena cidade viviam sem opção, ficavam horas na ociosidade. “Nosso objetivo foi tirar as crianças que estavam e algumas que ainda estão expostas, principalmente para o tráfico de drogas”, afirma o major Esnaldo.

DIFICULDADES

Mas nem tudo é fácil para o time, o professor Luís Carlos que acompanha a turma diz que as grandes dificuldades não estão dentro do campo, mas sim fora dele. “Precisamos manter a alimentação deles, o transporte, o material de trabalho é muito caro. Inclusive, se tivéssemos um material melhor, com um espaço físico próprio, poderíamos atender mais crianças”, avalia.

“Queremos que alguém seja visionário o suficiente para investir aqui dentro de Santo Antônio de Leverger. É um povo carente, a dificuldade é grande e não cobramos de ninguém pelo trabalho desenvolvido”, completa o professor.

O projeto recebe ajuda de vários empresários da cidade de Santo Antônio de Leverger, porém, mesmo com a preciosa ajuda, professor Luis Carlos diz que ainda não é suficiente para suprir as necessiddades do Boa Semente Futebol Clube.

COMPETIÇÃO

Para o jogo em São Paulo, o major Esnaldo Moreira está confiante no time. “O projeto oferece a eles a oportunidade de serem cidadãos, de terem um apoio. E eles estão muito entusiasmados, já que terão muitos olheiros lá e vão ver o trabalho deles. Todos estão se preparando para dar o máximo”, disse o major.

O time ganhou de 31 equipes de futebol que se inscreveram na Copa Coca-Cola, alguma com mais estrutura, segundo o major Esnaldo. “Os meninos ganharam do Búfalo Escola de Futebol, uma das melhores equipes e também dos grupos da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), a Contaud e Uirapuru, a última tem vinte anos de existência”, afirmou.

Os 18 meninos de Santo Antônio de Leverger seguem rumo a São Paulo com muita força, segundo os treinadores, e viajarão pela primeira vez de avião.

Fotos: Arquivo

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