Segundo a denúncia, Douglas já havia se relacionado com a vítima. Procurado pelo Estadão, o advogado de defesa dele, Marcos Leal, afirmou que o cliente é réu confesso quanto ao atropelamento e continua negando qualquer envolvimento com a mulher. O defensor não comentou sobre a aceitação da denúncia.
A investigação aponta que o réu lançou o carro em direção às duas vítimas, Tainara e um homem que a acompanhava. O rapaz conseguiu se esquivar, mas a mulher acabou sendo atropelada e arrastada. Na denúncia, o Ministério Público sustentou que os elementos do inquérito comprovam a existência dos crimes e que há indícios suficientes de autoria.
A denúncia afirma que o acusado agiu por motivo torpe, utilizando recurso que dificultou a defesa das vítimas, além de empregar meio cruel no ataque. No caso da mulher, segundo a promotoria, as qualificadoras incluem ainda feminicídio tentado, cometido em contexto de violência doméstica e familiar.
Conforme a denúncia, no dia seguinte ao crime, o acusado tentou fugir e chegou a resistir à abordagem policial no hotel onde estava escondido. A Justiça manteve a prisão cautelar de Douglas. Segundo a decisão, a gravidade concreta dos fatos, o comportamento do acusado após o crime e a necessidade de proteger as vítimas e testemunhas justificam a continuidade da custódia.
Atropelamento
Testemunhas relataram que o crime aconteceu após uma discussão motivada por ciúmes, no dia 29 de novembro, um sábado. De acordo com os advogados que representam a família de Tainara, Wilson Zaska e Fabio Costa, a jovem estava em um bar na Avenida Tenente Amaro Felicíssimo da Silveira, na região da Vila Maria, quando o suspeito iniciou uma briga com um homem que a acompanhava.
Imagens de câmeras de segurança mostram Tainara e Douglas discutindo na rua, já fora do bar. Momentos depois, o suspeito entra em um carro preto, acelera e atropela a mulher, que fica presa sob o veículo. Em seguida, já na Marginal Tietê, ele segue dirigindo enquanto a vítima é arrastada pela via. Um segundo vídeo, obtido pelo Estadão, registra o momento em que o carro trafega com Tainara ainda presa, sendo arrastada.
A jovem só se desprendeu do veículo depois que o suspeito passou pela calçada de um posto de gasolina, a aproximadamente um quilômetro do local inicial do atropelamento. Ela foi socorrida por testemunhas e levada ao Hospital Municipal Vereador José Storopolli, em estado grave. Tainara, mãe de duas crianças, precisou amputar as duas pernas em decorrência das lesões.
A defesa de Douglas afirma que ele não conhecia a vítima e que teria na verdade tentado acertar o carro em um homem com quem teria brigado no bar e de quem teria ouvido ameaça de morte. Já os advogados da família e parentes da vítima apontam que ele já teria tido um relacionamento breve com a jovem no passado.
Um amigo de Douglas, que estava no carro com ele, afirmou em depoimento aos investigadores que, após atropelar a vítima, ele chegou a acelerar o carro com o freio de mão puxado para aumentar a pressão do veículo com o chão e ferir ainda mais Tainara.
Douglas foi preso um dia após o crime em um hotel na zona leste da capital. De acordo com a polícia, ele reagiu à abordagem, sofreu um tiro no braço e foi detido na sequência. Conforme as investigações, o rapaz tinha planos de fugir para o Ceará, onde vivem os seus pais.
(Com Agência Estado)
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