Os suspeitos não tiveram os nomes divulgados, o que impossibilitou o contato com as defesas. A reportagem procurou a concessionária do aeroporto, a GRU Airport, e aguarda retorno.
As investigações tiveram início no dia 12 de junho, quando o grupo tentou introduzir três malotes contendo cerca de 160 quilos de cocaína na área restrita do aeroporto. A ação foi flagrada: um militar da Aeronáutica percebeu a movimentação suspeita e acionou a Polícia Federal.
A PF apreendeu a droga e atuou para identificar o modus operandi da organização criminosa. Os alvos foram identificados a partir da análise de imagens de câmeras, registros de acesso e movimentações internas no aeroporto.
De acordo com a investigação, o grupo utilizava dois veículos, sendo que um deles atuava como "batedor", monitorando a presença de policiamento no entorno do aeroporto. O outro transportava o entorpecente até a área restrita do aeroporto. Nesse local, um funcionário do terminal, também envolvido no esquema, desviava a droga até a aeronave com destino a Joanesburgo, na África do Sul.
Do país sul-africano, segundo a PF, o entorpecente seria distribuído para outras nações do continente e seguia também para a Europa. O grupo mantinha conexões com redes internacionais de tráfico de cocaína. Durante a operação denominada Denied Drop (queda negada, em tradução livre), os agentes cumpriram mandados em regiões próximas ao aeroporto, em Guarulhos, e em outras cidades da região.
Troca de etiquetas
A nova operação da PF mostra que o aeroporto de Guarulhos continua sendo usado como rota para despachar drogas para o exterior por grupos criminosos. Em julho deste ano, a PF prendeu um dos líderes de uma quadrilha que trocava etiquetas de bagagens de passageiros para o envio de cocaína para a Europa. O esquema foi descoberto em 2023, após a prisão de um casal de brasileiras na Alemanha por suposto tráfico de drogas.
Elas foram detidas ao desembarcar no aeroporto alemão com cerca de 40 kg de cocaína nas malas que não eram delas: as etiquetas de suas bagagens tinham sido colocadas nas malas com drogas no aeroporto onde embarcaram, em Guarulhos. Mesmo inocentes, elas ficaram detidas durante 38 dias. As brasileiras só foram libertadas depois que o Ministério Público alemão recebeu o inquérito da PF brasileira comprovando a troca de etiquetas e autorizou a soltura delas.
(Com Agência Estado)
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