Com a manobra, parlamentares governistas evitaram, por exemplo, a convocação de Eduardo Chedid, CEO do PicPay, companhia do empresário Joesley Batista.
Também foi rejeitado o requerimento que pedia a convocação de Leila Pereira, presidente da financeira Crefisa e do Palmeiras. "Não é o PT que enfrenta banqueiro? Eu estou querendo chamar a Faria Lima aqui. Agora é o PT que não quer. Que curioso", disse o deputado federal Kim Kataguiri (União-SP).
Joesley é um dos empresários com maior influência no governo no atual mandato de Luiz Inácio Lula da Silva. Ele já teve reuniões no Palácio do Planalto fora da agenda oficial. Também integrou comitivas ao lado de ministros em viagens ao exterior e chegou a atuar para intermediar conversas com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com o objetivo de afrouxar o tarifaço imposto ao Brasil.
"O PT é contra o bilionário quando o bilionário não é deles", criticou Kataguiri.
Também foram poupados Mário Roberto Opice Leão, do Santander S.A, e Marcelo Kalim, do C6. A oposição aproveitou a disposição do governo em barrar a convocação dos executivos e incluiu no bloco de requerimentos votados o pedido de elaboração de relatórios de inteligência financeira (RIFs) da Zema Crédito, Financiamento e Investimento, financeira do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo).
O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) defendeu que esses requerimentos são uma forma de desviar o foco da CPMI. "São um conjunto de requerimentos que estão fora do escopo de investigação da CPMI. Não há nexo com desconto associativo, não há nenhum nexo com relação a questões que são objeto de investigação da CPI. Vários desses requerimentos têm claramente o objetivo de estabelecer uma forma de tirar a atenção daquilo que é o central."
Autor dos requerimentos, o relator da comissão, Alfredo Gaspar (União-AL) rechaçou a posição do petista e afirmou que os pedidos se basearam em denúncias formais apresentadas às autoridades.
"Eu, como todos aqui, tenho lado. O que não podemos ter é preferência por bandido. Isso é um dia da infâmia. Tem gente protegendo o sistema financeiro. E não foi uma discussão da cabeça do relator. Foram a Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor) e o Banco Central que mandaram para cá."
(Com Agência Estado)
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