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Artigos Quarta-feira, 22 de Junho de 2011, 15:41 - A | A

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Quarta-feira, 22 de Junho de 2011, 15h:41 - A | A

Segurança de que? De quem?

Não havia seguranças para impedir que as crianças subissem no telhado do Shopping. Entretanto, não faltaram vigias no shopping para conter os jornalistas. O acesso ao local do acidente foi proibido.

GABRIEL SOARES

 

 

Parti para o trabalho no dia 21 de junho, terça-feira, como se fosse outro dia qualquer. Ao entrar na redação, ja encontrei meu editor lá, o que logo estranhei, pois sempre chego em seu horário de almoço. Logo descobri porque ele havia voltado mais cedo: uma pauta caiu em minhas mãos... mais um caso de violência banal e desvalorização da vida. Um segurança de banco, após discutir com um cliente da agência, efetuou três disparos, executando sumariamente um empresário de Cuiabá. O motivo: ele teria levantado o dedo para o segurança. Não teria havido sequer discussão... Primeiro o vigia tria derrubado a vítima com dois tiros e depois, para garantir, teria disparado outro tiro em seu rosto.

No entanto, não pude terminar de apurar a matéria, pois outra pauta mais urgente havia chegado. Quatro adolescentes 'driblaram' a segurança do Pantanal Shopping e realizaram uma pequena excursão pela área operacional do estabelecimento. Lá encontraram um caminho para o telhado, por onde caminharam. Eles queriam mostrar a seus amigos o lugar novo que acabaram de descobrir, e para isso iriam gravar um vídeo.

No caminho de volta o telhado cedeu e as crianças caíram. Não havia nenhum vigia no local. Ninguém os impediu de ter acesso à este lugar, onde se encerraria a vida de K.S. M.S.S., duas crianças de apenas 12 e 14 anos, respectivamente.

Entretanto, não faltaram vigias no shopping para conter os jornalistas. O acesso ao local do "acidente" foi proibido. Ao tentar fazer fotos do possível local onde as crianças teriam caído, fui rapidamente abordado por dois vigias com motos. Estes me informaram que não seria possível fazer esse tipo de imagem, e que eu deveria procurar a assessoria do shopping para maiores informações.

Como já havia finalizado a matéria, larguei mão desta fotografia, e decidi ir embora. Para pegar o caminho mais curto - e confortável - segui por dentro do shopping. Novamente fui abordado por um segurança, que não hesitou em perguntar o que eu fazia ali.

'Nada, estou apenas atravessando o shopping para chegar à outra saida', respondi.

'Porra... vocês são foda...', me disse ele, 'qualquer coisa é só procurar a assessoria'.

Resolvi então ignorar a presença desse ser inconveniente. Entretanto, lá estava ele, em todo lugar que eu ia. Ele até me observou enquanto tomava água no bebedouro coletivo. Para me livrar dele, subi as escadas - que também era meu caminho - e, ao chegar no final desse lance de escadas, me deparo com OUTRO vigia. Este também não teve problemas em se tornar minha sombra.Revoltante, no entanto, não é o fato de eles me seguirem. Revoltante mesmo é perceber que o shopping está mais interessado em vigiar o que se fala dele do que tomar conta de suas próprias mazelas. É intrigante pensar que faltou UM segurança para impedir que aqueles jovens subissem no telhado, mas não faltaram seguranças para tentar impedir a visão de um jornalista.

Afinal, para que o estabelecimento paga seus vigias? Para proteger os lojistas e consumidores ou para atender à interesses mesquinhos como a preservação da 'imagem' do empreendimento?

Antes de ir embora, resolvi dar mais uma olhada no local do acidente. E novamente encontrei o lugar sem vigias...

Então pensei: será que havia outro grupo de jornalistas em algum lugar do shopping?

(*) GABRIEL SOARES é estudante de jornalismo da UFMT e estagiário de Hipernoticias. E-mail: [email protected]

Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br

 

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