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Artigos Sexta-feira, 15 de Abril de 2011, 22:59 - A | A

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Sexta-feira, 15 de Abril de 2011, 22h:59 - A | A

Precarização do trabalho docente

Somente NÓS poderemos intervir e modificar esta realidade. Não há espaço para as pequenas diferenças. Devemos conclamar: docentes da UFMT e do Brasil “uni-vos”!

MARLUCE SOUZA E SILVA

A precarização do trabalho é uma realidade que atinge, na atualidade, segmentos que haviam adquirido estabilidade, restabelecendo uma vulnerabilidade de massa que já havia sido superada, caracterizando uma dinâmica em que a precarização deixa de ser marginal e passa a ser “o coração” desta fase do desenvolvimento capitalista nos países centrais e no mundo. Castel (1995)

Nas universidades públicas brasileiras a precarização do trabalho rebate na qualidade de vida e saúde dos/as servidores, não sendo uma fatalidade ou um fenômeno involuntário, mas uma ação orquestrada que segue destruindo as forças humanas, as universidades e descaracterizando o papel das entidades sindicais.Jornadas extensas, acidentes de trabalho, violência e conflitos entre membros da comunidade universitária estão resultando em exagerado volume de inquéritos administrativos, adoecimentos e afastamentos que se tornam indicadores de que a vida laboral docente é, indubitavelmente, uma questão social oriunda da:

- carga horária de trabalho demasiada - (para alguns);

- fragilidade sindical – (meta fundamental do projeto neoliberal);

- pouca resistência por parte dos docentes às imposições advindas das instâncias superiores;

- ausência de uma política de saúde que atenda com dignidade os servidores/as e trabalhadores/as em geral;

- remuneração congelada e que não corresponde ao esforço empreendido pelos/as docentes que lutam pela construção de uma universidade de qualidade - (basta analisar a UFMT de hoje com aquela de 10 anos atrás);

- disparidade salarial entre diferentes categorias de servidores públicos - (privilégios);

- perdas de direitos trabalhistas e previdenciários - (contra-reformas);

- e a conseqüente desistência dos jovens pela docência - (ver resultados dos concursos públicos nas universidades).

Esses são elementos reais que descaracterizam a decência do trabalho docente, visto que a Agenda do Trabalho Decente criada em 1999 pela Organização Mundial do Trabalho – OIT preconiza o trabalho como sendo produtivo e adequadamente remunerado, exercido em condições de liberdade, eqüidade, e segurança, sem quaisquer formas de discriminação, e capaz de garantir uma vida digna a todas as pessoas que vivem de seu trabalho […]. (OIT, 2006)

Diante do que, os elementos que realçam a precarização do trabalho docente é, em síntese, a tradução do desrespeito à condição de educador/a público. Desrespeito que se transforma em arma de destruição do SER HUMANO, principalmente quando ele assiste:

- à proposição de uma PEC que indica congelamento salarial para os docentes até 2019; enquanto o Estado prestigia os diretores da Vale do Rio Doce com salário de um milhão reais/mês;

- aumentos salariais superiores a 150% para algumas categorias de agentes públicos que, contrariamente ao que ocorre com os docentes, já possuem assistências médica, moradia, transporte e educação que foge às modestas expectativas do povo brasileiro.

Isto sim... destrói a saúde de qualquer trabalhador/a.

É momento de pensar seriamente sobre a carreira docente e, consequentemente, sobre seus respectivos salários, ou melhor, nossa carreira e nossos salários. Também sou docente e concluirei esse texto na primeira pessoa do plural.

Somente NÓS poderemos intervir e modificar esta realidade. Não há espaço para as pequenas diferenças. Devemos conclamar: docentes da UFMT e do Brasil “uni-vos”. Não deixemos que a sociedade creia na idéia de que somos inoperantes, improdutivos e dispendiosos como querem evidenciar os governantes, gestores e burocratas brasileiros. Se ainda há uma pequena parcela de pessoas com formação cidadã e de qualidade neste país... o mérito é nosso.

(*) MARLUCE SOUZA E SILVA é professora do Curso de Serviço Social - ICHS/UFMT, doutora em Política Social (UnB) e Membro do Conselho Editorial da EdUFMT.

Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br

 

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