Durante muitos anos, o agronegócio brasileiro construiu relações comerciais baseadas em confiança, presença de campo e bons produtos. Esse modelo funcionou, e funcionou bem. Mas hoje, o setor está passando por uma transformação que não pode mais ser ignorada: o produtor rural está mais exigente, cada vez mais conectado e em busca de parcerias completas antes, durante e depois da venda.
Esse novo comportamento não surgiu de repente. É fruto de um amadurecimento do mercado, da digitalização do campo e da necessidade crescente de garantir retorno sobre cada investimento feito. Se antes era comum o produtor decidir com base em promessa e relacionamento, hoje ele valoriza, cada vez mais, o suporte contínuo, a orientação técnica e o acompanhamento após a entrega.
É importante destacar: isso não significa que o agro vinha fazendo errado. Pelo contrário. O setor evoluiu imensamente em tecnologia, produtividade e presença comercial. O produtor quer saber como usar melhor, como extrair mais resultado e como adaptar as soluções à sua realidade específica.
E aqui entra o papel do pós-venda, não como um custo, mas como um dos melhores investimentos que uma empresa pode fazer. Acompanhando o cliente após a venda, tirando dúvidas, monitorando resultados e oferecendo conteúdo técnico, a empresa cria um relacionamento de longo prazo, gera recompra e se diferencia no mercado.
Essa diferenciação pode acontecer de forma simples. Na pecuária, por exemplo, saber se o gado chegou bem na fazenda; em softwares, realizar um onboarding eficiente para garantir que o cliente use todas as funcionalidades. Não é preciso estrutura sofisticada para começar. O que conta é a constância, o cuidado e o compromisso em continuar presente mesmo depois que a venda foi fechada.
Muitos produtores já estão tomando decisões com base em quem oferece esse suporte. E mais do que isso: estão recomendando essas empresas, defendendo suas marcas e construindo relações de parceria que vão muito além do preço. O pós-venda passou de diferencial para critério de decisão: estar presente depois da venda não é mais um bônus, é parte essencial do valor entregue.
E quando a gente fala em valor no agro, estamos falando de produtividade, sustentabilidade, segurança e longevidade. O pós-venda ajuda a garantir tudo isso. Porque não basta vender um produto bom, é preciso garantir que ele seja bem utilizado, adaptado ao ambiente e compreendido pela equipe da fazenda.
Além disso, a conectividade do campo aumenta a expectativa por respostas rápidas e suporte contínuo. De acordo com a pesquisa “Conectividade no Campo” da Embrapa (2021), mais de 80% dos produtores rurais utilizam a internet para buscar informações técnicas e tirar dúvidas, reforçando a importância do acompanhamento ativo no pós-venda.
Outro dado importante vem do levantamento da empresa Solinftec (2023), líder em tecnologia para agricultura digital, que apontou que 75% dos produtores entrevistados consideram o suporte técnico e o pós-venda como fatores decisivos para a escolha e fidelização de fornecedores, destacando que o relacionamento após a compra é um dos maiores diferenciais competitivos atualmente.
O futuro do agro passa pelo relacionamento. E esse futuro já começou. As empresas que investirem agora em estratégias de acompanhamento técnico, comunicação ativa e suporte consultivo vão colher os frutos dessa decisão por muito tempo.
No campo, quem continua ao lado do cliente depois da entrega não só fideliza, constrói uma marca que o produtor leva para a vida.
(*) RHAYSSA ALVES é Engenheira Agrônoma, Pós-Graduada em Agronegócio, com foco em Customer Success no Agro.
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