Da detecção ao tratamento, passando pela prevenção por meio do compartilhar de informações com a comunidade. O trabalho do médico oncologista, que tem seu dia celebrado neste 9 de julho, percorre, permanentemente, todas essas etapas, questão que consiste, ao mesmo tempo em um desafio e um privilégio. Fazer parte da jornada do paciente que recebe o diagnóstico de câncer traz à essa especialidade de saúde uma rotina intensa e complexa.
O Brasil conta, atualmente, com quase cinco mil oncologistas clínicos, conforme registro do Conselho Federal de Medicina (CFM). Dados do Censo da Oncologia, divulgado pela Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) em novembro de 2023, mostram uma igualdade numérica de gênero na atuação da especialidade: 50% dos participantes mulheres e 50%, homens; a maioria em atuação no Sudeste do país (54%), seguido por Nordeste (18%), Sul (17%), Centro-Oeste (9%) e Norte (3%), com grande concentração de profissionais nas capitais e regiões metropolitanas.
Alguns dos indicadores do Censo evidenciam, exatamente, onde reside boa parte dos desafios da área. A dificuldade em acessar novos medicamentos aparece no topo dos apontamentos feitos pelos oncologistas brasileiros entrevistados, seguida pelo alto custo dos medicamentos e a baixa eficiência na gestão dos sistemas de saúde. Este conjunto de aspectos desfavoráveis impacta diretamente o acesso do paciente ao tratamento – realidade não restrita ao nosso país e presente na pauta de organismos mundiais de saúde, que passaram a ressaltar a importância da equidade.
Nós, que atuamos na oncologia há muitos anos, somos testemunhas e gratos participantes da evolução da ciência. A melhoria dos tratamentos, com importante aumento de efetividade e redução de efeitos adversos, vem mudando o cenário nos centros oncológicos, bem como as perspectivas de saúde e qualidade de vida dos pacientes.
Sim, a jornada continua sendo difícil, dolorosa, mas as novas abordagens multidisciplinares, cada vez mais humanizadas e personalizadas, têm mudado a perspectiva de quem vivencia a luta contra o câncer. Além disso estamos adicionando mais recentemente o uso da Inteligência Artificial como mais uma ferramenta para nos auxiliar nessa longa batalha.
Mas não podemos, jamais, deixar de falar do privilégio que a oncologia traz a nós, profissionais da área. Oncologia é viver junto. Isso vale para os dias difíceis e também para as vitórias!
As vitórias são extremamente gratificantes, por seu significado, sobretudo para o paciente e sua família. Na oncologia, cada vitória resulta em mais vida, mais tempo, mais experiências... Dessa forma, abre-se o leque para novas alegrias, mais abraços, mais comemorações e maior valorização daquilo que realmente importa. Sigo aprendendo todos os dias com meus pacientes e sou grato pela dedicação de toda a nossa equipe Oncomed-MT, e de todo o nosso time do Instituto de Tumores e Cuidados Paliativos de Cuiabá (ITC), que são vocacionadas a zelar pela vida, com excelência.
Ser oncologista, para mim, é uma honra.
*MARCELO BENEDITO MANSUR BUMLAI é oncologista clínico, diretor da Oncomed-MT e do Instituto de Tumores e Cuidados Paliativos de Cuiabá (ITC), além de professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Cuiabá (Unic).
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