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Artigos Quarta-feira, 09 de Julho de 2025, 15:47 - A | A

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Quarta-feira, 09 de Julho de 2025, 15h:47 - A | A

VANESSA MARQUES

Inteligência artificial já produz tsunami na política

VANESSA MARQUES

Com rostos falsos, discursos fabricados e conteúdos com alto poder de viralização, a inteligência artificial acelera ainda mais a manipulação e a espetacularização do debate público. Exemplo disso é que a crise entre Executivo e Legislativo se intensificou nos últimos dias diante da avalanche de vídeos que circularam no ambiente digital com ataques direcionados ao Congresso e, especialmente, ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta.

A direita também aproveitou a onda e produziu peças com ataques ao ministro Alexandre de Moraes e à primeira-dama. E, claro, os ataques viralizaram no ambiente digital. A qualidade das imagens e a semelhança com os personagens reais impressionam. A sofisticação técnica dos vídeos produzidos artificialmente revela uma virada na comunicação política: agora, não basta checar fatos será necessário checar rostos, vozes e intenções.

O desafio não é apenas jurídico, mas ético e democrático. O fato consumado é que a IA não é mais um recurso a ser testado: ela já é uma engrenagem de manipulação de massa. E a opinião pública, já tão suscetível às fake news, agora poderá ser exposta a conteúdos ainda mais difíceis de distinguir entre o real e o artificial. A era da pós-verdade ganhará um novo capítulo, a espetacularização da política será intensificada e a democracia, profundamente impactada.

Dito isso, é evidente que a inteligência artificial será um elemento central na disputa eleitoral de 2026. A pergunta que se impõe então é: quem vai regular, fiscalizar e punir abusos? Assim como ocorreu com o avanço das redes sociais, a Justiça Eleitoral ainda parece distante de compreender a profundidade dos impactos e riscos envolvidos no uso dessas novas tecnologias. Há um abismo entre a velocidade da inovação e a capacidade regulatória do Estado. Sem uma regulação clara, corremos o risco de ver a manipulação automatizada se sobrepor ao debate público honesto.

Cabe à sociedade, às instituições e ao próprio sistema político definir os limites dessa nova encenação, mais fácil e rápida de se produzir, e mais difícil de desmentir. O Brasil precisa decidir, e com urgência, se continuará assistindo passivamente a esse novo jogo sendo jogado sem regras. Não se trata de barrar a tecnologia, mas de impedir que ela opere no escuro.

A inteligência artificial não é apenas uma ferramenta: ela pode se tornar o ator principal de uma campanha eleitoral.

(*) VANESSA MARQUES é jornalista, mestre em comunicação na Espanha, e atua há 20 anos na comunicação política, com 13 anos de experiência como coordenadora de comunicação de mandato na Câmara dos Deputados.  Integra o Grupo de Pesquisa Informação Pública e Eleições (IPÊ), da Universidade de Brasília (UnB), onde desenvolve pesquisas sobre espetacularização da política, neopopulismo e plataformização do discurso político.

Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br

 

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