Cuiabá enfrentará ondas de frio frequentes em 2025 e há quem goste. Mas para quem está acostumado com as temperaturas mais elevadas, enfrentar o clima mais ameno pode aumentar o risco de lesões musculares e articulares, visto que, nesses casos, os músculos tendem a ficar mais rígidos e menos elásticos. Além de que o frio naturalmente desestimula algumas atividades, até mesmo o simples ato de se levantar com frequência e esse comportamento favorece o enrijecimento muscular e articular, contribuindo para dores e maior risco de lesões por esforço ou quedas.
Tudo isso tem algumas explicações. Em resposta ao frio, nosso corpo promove uma contração muscular involuntária contínua como mecanismo de defesa para gerar calor. Só que essa tensão constante pode sobrecarregar músculos, tendões e articulações, favorecendo lesões. Ou seja, o frio reduz a circulação sanguínea e o transporte de oxigênio para os tecidos musculares, dificultando seu aquecimento natural e facilitando distensões e rupturas.
Mesmo tarefas simples como levantar da cama, subir escadas, carregar sacolas ou caminhar podem se tornar mais arriscadas no frio, o que também pode reduzir a percepção corporal e dificultar movimentos coordenados, aumentando o risco de entorses, quedas, dores, travamentos e lesões mesmo em esforços leves.
Em pessoas sedentárias, a circulação já tende a ser menos eficiente. Nesse clima, isso piora ainda mais, dificultando o aquecimento natural do corpo. Quem tem histórico de doenças como artrose, artrite ou outras condições osteoarticulares costuma relatar piora dos sintomas no frio. Isso acontece por conta da menor lubrificação das articulações, além da contração muscular involuntária para conservar o calor.
Ou seja, o frio interfere na fisiologia de qualquer organismo humano. Por isso, é importante manter o corpo em movimento, alongar-se, vestir roupas adequadas e adotar hábitos saudáveis, mesmo em dias mais gelados.
Em casos de lesão e dor articular persistente, com extensão, limitação de movimento ou piorar progressivamente, é hora de procurar ajuda especializada. Um ortopedista da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT-MT), poderá avaliar a causa da dor, solicitar exames e indicar o tratamento mais adequado — que pode envolver desde medicamentos e fisioterapia até procedimentos específicos.
(*) Dra. MARA GONÇALVES é médica ortopedista, especialista em Ortopedia, Traumatologia e Cirurgia da Mão, atual Presidente da SBOT-MT
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