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O caso “Aprendiz”, nome que a polícia deu à operação que surpreendeu o vereador Emanuel, não foi e nunca será único do noticiário político-partidário. Surrupiar o erário, infelizmente, é uma regra, é a palavra de ordem de políticos roídos pela putrefação moral e cívica, assim como o céu é do avião, as águas dos peixes, e voto comprado o principal adubo da patifaria, o revés da democracia.
Os marginais do poder, investidos do mandato, metem os pés pelas mãos, saqueiam, apanham, mentem e praticam toda sorte de crimes contra o bem público. E não é só o Emanuel... Os que concordam, fazem acordos e amparam seus atos são semelhantes seus, seja por inerme omissão, por dolosa cumplicidade ou pelo desgraçado sentimento de que o ‘holerite’ com mais que R$ 20mil mensais e muitas outras vantagens não sejam suficientes e que é preciso mais, nem que o preço seja a desmoralização pública.
No rebento da atual legislatura, no início do ano, é provável que a população, pelos diálogos e recriminações da campanha, tenha acreditado que os tempos da Casa dos Horrores já iam longe. Ledo engano. Hoje, se não “dos Horrores”, a casa é “Assombrada”, e com certeza, talvez haja mais mistério no paço Moreira Cabral que a nossa vã filosofia suponha. Sabe lá o que se murmura entre quatro paredes de um gabinete? Os que outrora, alí, traíram a confiança popular com igual teor e forma levaram anos e anos para materializar o intento. A atual casa de leis entupiu de vergonha tudo de fundo que menos que o 2013 todo cabia. Encheu que entornou.
Infeliz do povo cujas instituições estejam em declínio. A falta de comprometimento público é o pior mais desprezível dos predicados. Não é preciso conhecimento profundo para saber que os poderes constituídos, por aqui, sofrem de descrédito, embora se saiba da necessidade de que é preciso ter fé, crer na remissão, sempre, até porque nem toda maçã é podre. No caso da Câmara Municipal, apronta-se uma nova eleição da Mesa, ao tempo em que, sopram, fortes, ventos agourentos que originam a contumaz fragrância dos pactos. Ainda assim, não custa inventar um novo tempo, restaurar a credibilidade. Que cada um respeite ou continue a respeitar centavo a centavo que lhes é pago, compulsoriamente, para que produzam, encontrem soluções, para que debatam, anuem ou discordem, para que exerçam o mandato com retidão. Para que removam os erros e ponham outra coisa no lugar. Enfim, para que tenham modos.
É sensato depreender que atitudes praticadas pelo presidente afastado parecem ser apenas dele. Eis, se assim for, motivos de sobra para que os corretos e comprometidos com a coisa pública e com sua atribuição façam valer seu bom senso e vontade para reparar a péssima imagem da Câmara Municipal perante ao contribuinte. É indispensável a mudança de rumos. E ainda é tempo.
* JORGE MACIEL é jornalista do Hipernotícias
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