O Pêndulo e a Pôita

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A respeito de análises feitas neste site por um de seus articulistas sobre o Presidente Municipal do PSB, Mauro Mendes, denominado “O pêndulo”, teço algumas considerações, tentando oscilar entre os extremos da síntese apresentada e contribuir com o bom debate, que sempre deve existir na democracia.

Ao contrário da intenção do seu autor, a epígrafe do artigo Pêndulo parece mais elogiável do ponto de vista da física, da dialética e da política do que depreciativo. E, como antítese para equilibrar o debate, usarei outra metáfora: a pôita, utilizada pelos ribeirinhos para ancorar o barco no meio do rio, isto é, uma rocha amarrada numa corda e lançada ao fundo. No linguajar cuiabano, pôita é usada para designar um estorvo: simbologia da prefeitura de Cuiabá inerte e imóvel há mais de 7 anos, incapaz de incorporar os sinais dos novos tempos e das administrações modernas.

É absolutamente impossível chamar alguém de envelhecido na política - pecha que todos querem se afastar- sem que tenha sido testado na vida pública. Óbvio ululante. O discurso de Mauro enfoca a moralidade, combate a corrupção, eficiência dos gastos públicos e a reforma política necessária em Cuiabá. Essas são prioridades d forma de se fazer política na contemporaneidade, no mundo e no fundo do nosso quintal.

O PSB, através do governador Eduardo Campos, chama este modo socialista de governar de: cultura do fazer, e não do falar! Na condição de dirigente municipal do PSB, Mauro está completamente alinhado com as principais teses do partido, que tem os melhores prefeitos e governadores do país. Das duas derrotas em eleições passadas nasceu outro Mauro, mais maduro e preparado para lidar com os códigos da política, os quais incluem todo o passivo da velha política e seus asseclas, muito bem representada pelo meu interlocutor que assina o artigo.

A principal inovação de Mendes, a meu ver, é a construção partidária que na análise do opinador é exatamente um dos seus defeitos. O Mauro de 2008 e 2010 não era dirigente partidário e ficou a mercê das decisões das cúpulas dirigentes que conduziam as discussões, tanto no PR quanto no PSB. Em ambos os partidos entrou sozinho, sem cobrar cargos na executiva ou levar filiações em massa.

Em 2011, Mauro assumiu a integralidade da executiva do PSB de Cuiabá, com autonomia de decisão e capital político necessário para conduzir o debate com outras forças políticas em 2012, o que não ocorreu em outras eleições. Ao assumir o partido colocou em prática planejamento e organização partidária abrindo debate interno, com calendário de reuniões semanais conduzidas por ele próprio junto à executiva municipal, “um partido tem que ser maior que seus líderes”, têm afirmado.

Como a definição da candidatura do Mauro nas outras duas eleições foram no afogadilho, não houve tempo de construção do projeto proporcional, fundamental no alicerce de uma candidatura majoritária. Este ano já foram realizadas varias ações politicas, como lançamento da chapa de pré-candidatos, encontros políticos do PSB e campanha de filiação nos bairros, cuja meta é filiar seis mil militantes até 2012.

Esperança - Já para 2012, Mauro está coordenando pessoalmente a montagem da chapa de vereadores, conversando individualmente com cada um dos 70 pré-candidatos: a meta é eleger 5. Ganhar a eleição passa pela apresentação de propostas políticas sustentáveis, sem precisar mentir para as pessoas. É papel dos dirigentes partidários dialogar com todos os atores importantes do processo político, sempre pautado nos princípios éticos. Mauro nunca foi pedante em achar que pode ganhar sozinho, mas tem a sabedoria de não aceitar qualquer um no seu projeto.

Esta condução é bem diferente dos famosos conchavos para manter alguns partidos na base governista do prefeito ou nos projetos eleitoreiros dos adversários. O velho costume e uso das máquinas públicas nas campanhas eleitorais, que quebraram prefeitura nos últimos anos, chamadas por Mauro de velhas práticas da velha política.

Noutro aspecto, o PSB começou a preparar seu terreno para 2012, ouvindo a população nos bairros antecipadamente, sem desesperos, para construir um projeto alicerçado nos anseios das pessoas, sem vender sonhos e promessas fáceis ou, como de costume, apenas na temporada de caça aos votos.

Antes que me esqueça, a primeira aparição pública de Mauro no cenário político este ano foi em agosto e apesar deste afastamento, seu nome continua no topo das preferências eleitorais e, neste caso, projetado justamente pelo pêndulo da opinião pública, que se arrependeu amargamente de ter escolhido os atuais dirigentes que governam Cuiabá. Isso também é um diferencial para 2012, pois os desgastes políticos acumulados pelos dois palácios associado ao recall positivo de Mauro nas duas últimas eleições vão ser gasolina azul na combustão de nossa campanha. Na largada no ano que vem, partiremos do cume das intenções de voto, e não da estaca zero. Imaginem o extra que alcançaremos então!

Quem revitaliza e não deixa a cara do Mauro envelhecer é o juízo e a santa sabedoria da população cuiabana. Principalmente dos que mais precisam do poder público, que fizeram uma péssima escolha nas últimas eleições e vão reparar este erro, dando uma chance de ter a boa promessa da boa política representada por Mauro Mendes no comando da prefeitura.

Esta tentativa de construir um conceito de um Mauro arrogante, egocêntrico e brincando de fazer política, só serve para que possamos identificar as estratégias de nossos adversários e seus comitês de maldades, medindo-nos com suas réguas e pela forma mais grotesca de se fazer comparações, através do que se tem de pior nas velhas práticas políticas. Não! Nós não somos iguais à vocês! Aliás, estamos aqui porque vocês sempre estiveram aí, nas barbas grisalhas do poder, sem escrúpulos e respeito à população!

(*) SUELME EVANGELISTA FERNANDES é Mestre em História pela UFMT e Secretário geral do PSB de Cuiabá.

Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br

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