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Do latim, “ad vocatus”, depreende-se ser “aquele que é chamado”.
O advogado é extremamente necessário e imprescindível ao Estado Democrático de Direito. Sem ele, não teríamos como alcançar a segurança jurídica para a sociedade organizada. Instalaríamos o caos. Detém a titularidade da arte da convenção e da harmonia entre as partes.
O bom profissional luta pelo interesse do seu cliente até as últimas consequências, respeitando, mas não temendo autoridade alguma. Neste sentido tem todo o suporte legal. É seu dever, contudo, orientar e desestimular as lides desprovidas de Possibilidade Jurídica e de boa fé, sob pena de ter que aquinhoar com o sucumbente prejuízos irreparáveis. Seu apanágio tem que ser o bom senso.
Como em toda casta e, apenas para confirmar a regra, existem exceções. Vislumbramos alguns personagens sendo alvos de críticas e injúrias, mas que se suplantam com tantos insignes exemplos da nossa História, tanto brasileira como mundial. Sob a outorga de sua Ordem, labutam em nossos Tribunais os mais brilhantes discípulos de Cícero.
Um dos ilustres ícones nacionais da classe, Ruy Barbosa, oriundo de Salvador/BA, não só sobreviveu aos óbices econômicos da vida, como legou-nos rastros profundos e inesquecíveis do exercício da Advocacia e da erudição geral. Disputou retórica com o magnífico poeta Castro Alves, este agraciado pela eloquência natural e euforia que despertava no público feminino, relegava-o a segundo plano na popularidade durante a segunda metade do século XIX. O “Águia de Haia” perseverou. Conquistou inúmeras honrarias na carreira jurídica. Indicado para ser juiz da Corte Internacional na Holanda, humildemente declinou.
Às vezes, o advogado é incompreendido e interpretado equivocadamente como materialista e empedernido. Porém, com magistral performance, pode fazer de sua caneta um santo instrumento da promoção social, sem o qual seria comprometido todo prognóstico de nossa falível Justiça Humana. E assim como todo trabalhador honesto, este também sobrevive do seu estipêndio. Missionário de altiva responsabilidade, tem este legítimo esteio do equilíbrio social, a confiança dos litigantes e a admiração dos ínclitos magistrados quando laboram com conspícua devoção. A Liberdade está para o Direito como a Vida está para a Medicina. Somos cada um responsáveis pela manutenção destas premissas!
Em nossa terra, nomes vultosos também merecem ser homenageados. Silva Freire, Clovis de Mello, Alcedino Pedroso e Sebastião de Oliveira (Dr Paraná) são alguns nobres filhos de Mato Grosso que conquistaram respeito além-fronteira. É do professor Clovis, por exemplo, o sábio ensinamento em sala de aula: "Sejam diligentes! O mau advogado pode fazer perecer o bom direito!”.
No bom juridiquês, resumiria: “o advogado é aquele literato que labora no excelso sodalício de valhacouto do Direito".
Em suma, que este ser humano tão valioso imite os seus mestres cumpra sempre com sua deontologia juramentada:
"Ego promitto me, semper principiis honestatis, inhaerentem, mei gradus muneribus, perfuncturum atque operam meam injure patrocinando, justitia exequenda et bonis moribus praecipiendis, nunquam causae humanitatis defuturum."
(*) ÉZIO OJEDA é advogado e médico em Mato Grosso e colaborador de HiperNoticias.
Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br
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Angélica 31/05/2012
Nossa! Como advogada me senti, honrosamente, homenageada por este belíssimo artigo. Belíssima palavras!
José oliveira 31/05/2012
Ótimo artigo. Parabéns ao hipernotícias pela excelência deste autor. Mostra conhecimento e clareza de pensamento. Muito bom mesmo!
DAYSE 31/05/2012
Parabéns, hipernotícias, pelo artigo!
3 comentários