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Artigos Sexta-feira, 20 de Junho de 2025, 09:25 - A | A

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Sexta-feira, 20 de Junho de 2025, 09h:25 - A | A

NAILTON REIS

Nem todo cérebro se encaixa, e isso não é um problema

NAILTON REIS

Existe uma ideia antiga — e equivocada — de que todo mundo precisa pensar, agir e sentir da mesma forma. Como se existir de um jeito diferente fosse sinal de erro, atraso ou desvio.

Mas não é.

É diversidade neurológica.

A neurodiversidade nos lembra que há múltiplas formas de funcionar cognitivamente. E isso inclui pessoas com TDAH, TEA, dislexia, discalculia, altas habilidades, entre outras condições. Nenhuma dessas experiências define defeito. Elas expressam diferenças no processamento do mundo, na forma de sentir estímulos, organizar pensamentos, se comunicar, aprender e se relacionar.

Só que, infelizmente, ainda tem muita gente presa à lógica do “funcionar dentro da caixinha”. E quando alguém não corresponde à expectativa do comportamento social esperado — seja pela fala, pelo tempo de resposta, pelos interesses, pela dificuldade com rotinas ou pela sensibilidade a sons — o que acontece?

Vem o olhar torto, o julgamento rápido, a etiqueta de “esquisito”, “preguiçoso”, “difícil”, “intenso”.

Essa patologização do diferente adoece.

E mais: silencia e exclui.

Por isso, falar sobre avaliação diagnóstica bem feita é falar sobre acolhimento e reconhecimento da diferença, não sobre encaixar pessoas em laudos.
Avaliar alguém não é tentar provar que ela está “errada”. É criar um espaço de escuta, investigação ética e compreensão profunda de como esse sujeito experimenta o mundo.

É oferecer respostas onde antes havia só culpa e confusão.

E quando um diagnóstico vem com respeito, ele não prende — ele liberta. Porque dá nome ao que a pessoa já sentia, explica dores antigas, aponta caminhos de cuidado e reduz o peso de carregar uma diferença sem saber o porquê.

Acolher a neurodiversidade é também romper com a ideia de que só há um jeito certo de aprender, de se concentrar, de interagir, de existir.

É validar existências que passaram a vida toda ouvindo que eram “demais”, “de menos” ou “nunca o suficiente”.

E é também responsabilidade nossa, enquanto profissionais da psicologia, promover essa virada: sair do lugar do julgamento e assumir o lugar do escuta.

Porque quem vive fora do padrão não precisa de correção — precisa de respeito, adaptação e direito de ser quem é.

*NAILTON REIS é Neuropsicólogo Clínico em Cuiabá - CRP 18/7767

Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br

 

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