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Artigos Terça-feira, 17 de Junho de 2025, 13:24 - A | A

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Terça-feira, 17 de Junho de 2025, 13h:24 - A | A

SANDRA

Meu caso com o AL-ANON: Recomeço cheio de amor

SANDRA

Antes de conhecer o Al-Anon** minha vida era marcada por uma confusão emocional. Em 2018, após uma separação muito difícil, procurei ajuda e aceitei conhecer o programa Al- Anon.

Meu casamento de dez anos havia terminado de forma traumática, com uma traição que abalou profundamente minha autoestima e mexeu com todas as minhas certezas. Eu me sentia perdida, com o ego ferido e completamente sem rumo, sem conseguir lidar com as emoções que me atropelavam diariamente.

Como a maioria das pessoas que chega ao Al-Anon, fui pela dor e não por amor. Na época, eu não tinha conhecimento sobre meu próprio sofrimento e não sabia dar nome ao que sentia. Apenas sentia que meu coração estava partido, minha esperança desgastada e que as coisas perderam o sentido. Eu também não tinha noção do que era ser co-dependente, característica tão comum entre familiares de pessoas que enfrentam o alcoolismo. No Grupo Central de Cuiabá-MT, comecei uma nova caminhada.

Encontrei um ambiente de acolhimento genuíno. O apoio das companheiras foi fundamental para que eu pudesse acreditar que existia luz no fim do túnel. Foi ouvindo e, também, sendo ouvida – sem críticas, sem cobranças – que comecei a perceber a importância da partilha e da escuta. O acolhimento salva vidas, e foi assim comigo. Apeguei-me às reuniões, participando todas as semanas, às vezes indo três vezes, além de escutar as reuniões dos Alcoólicos Anônimos na sala ao lado. Ouvir experiências tão profundas do AA também me ajudou a compreender a dinâmica da família em torno da doença do alcoolismo.

Aos poucos, fui me agarrando aos livros do programa, como “Descobrindo escolhas”, “Em todas as nossas atividades” (B-15) e especialmente “Coragem para mudar”. No início, essas literaturas foram essenciais. Cada trecho, cada história lida parecia dar voz às minhas dores e dúvidas, oferecendo conforto e esperança. A cada reunião, junto com as companheiras, eu sentia que começava a escrever uma nova página da minha história. Era como se, juntas, estivéssemos reconstruindo nossas vidas com mais leveza e dignidade, partilhando aprendizados e afeto.
Eu sempre me emocionava quando assistia uma segunda parte da reunião, quando uma companheira, com mais vivência na programação, fazia alguma reflexão das nossas literaturas.

Os lemas do programa, como o “Solte-se e entregue-se a Deus” e o “Só por hoje”, tornaram-se mantras diários. Eles me ajudam a lembrar que posso viver um dia de cada vez, sem a ansiedade do futuro ou os pesos do passado. Esse aprendizado não veio de imediato – leva tempo para aplicar os princípios do programa na prática. Exige dedicação, carinho por si mesma, paciência e humildade para reconhecer que não estamos sozinhos e pedir ajuda faz parte do processo de cura.

O Al-Anon se revelou uma rede de apoio amorosa. O respeito mútuo, os abraços silenciosos, o olhar compreensivo, tudo isso foi me curando de dentro para fora. Percebi que vivia no “piloto automático”: apenas reagindo à dor, sem entender minhas próprias emoções. No grupo, comecei a me enxergar com mais generosidade, me valorizar e buscar meu verdadeiro eu. Companheiras queridas me amadrinharam, estiveram ao meu lado quando precisei ser ouvida e amparada.

Hoje, a Oração da Serenidade faz parte da minha rotina. Diante de qualquer desafio, repito essas palavras e me sinto amparada. Aprendi, sobretudo, a me colocar como prioridade, a reconhecer meus limites e a respeitar meus sentimentos. Vivo mais consciente de mim mesma, sei identificar minhas emoções e consigo dizer “não” quando necessário, sem culpa.

O programa Al-Anon é maravilhoso e transformador. Tenho a sensação de que cada pessoa que passa por lá começa a escrever uma nova história, junto com tantas outras vozes e trajetórias. Fico emocionada ao lembrar da literatura, dos lemas, do apoio das companheiras. Todos os dias agradeço por ter conhecido o programa, por ter sido acolhida.

Sei que minha história ainda está em construção, que todos os dias dou um passo em direção a uma vida mais plena, serena e feliz. O Al-Anon me ensinou que não preciso caminhar sozinha, que existe uma rede de apoio cheia de carinho, respeito e compreensão. É assim que eu sigo, cheia de fé e esperança, pronta para viver e construir, junto com as companheiras, um futuro mais leve.

(*) SANDRA é nome fictício em respeito à Tradição do Anonimato. Al-Anon é a irmandade que congrega familiares e amigos de A. A.

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