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Artigos Domingo, 14 de Agosto de 2011, 08:00 - A | A

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Domingo, 14 de Agosto de 2011, 08h:00 - A | A

Luis Gama, sabe quem é?

Incrível como nós, brasileiros, mal conhecemos as personalidades que se destacaram na construção da nossa história. Citando apenas alguns nomes, até bem conhecidos, seria difícil acertar todos, saber quem foram, o que fizeram pelo país e por nós

KEKA WERNECK

Divulgação

Incrível como nós, brasileiros, mal conhecemos as personalidades que se destacaram na construção da nossa história.

Citando apenas alguns nomes, até bem conhecidos, seria difícil acertar todos, saber quem foram, o que fizeram pelo país, por nós, para a gente ser o que a gente é hoje. Zumbi, Tiradentes, Chiquinha Gonzaga, Chica da Silva, José do Patrocínio, João Cândido, Chico Mendes, Carlos Lamarca, entre tantos outros e outras. Entre esses citados, maioria é negra, obviamente, em um país majoritariamente preto, mestiço.

Mas aposto que, se solicitado - cite um herói! - o brasileiro muito dificilmente lembrará um nome radicalmente nacional. Talvez se lembre do super homem, batman, homem pássaro. Se for da nova geração, os incríveis, power rangers, esses daí.

Herói brasileiro, no entanto, é de carne e osso. E tem um homem fantástico, dessa natureza, que merece ser lembrado.

Dia 24 de agosto, completam 129 anos de morte do advogado, jornalista e escritor brasileiro, um dos primeiros e mais apaixonados abolicionistas: Luis Gonzaga Pinto da Gama, ou apenas Luis Gama.

Nasceu em Salvador, filho de um português e de mãe africana forra. Era quitandeira. Conforme registros literários, alguns escritos pelo próprio filho, foi presa diversas vezes envolvida em insurreições de escravos. Em 1837, acusada de participação na revolução Sabinada, a mãe dele foi deportada para o Rio de Janeiro, onde desapareceu.

Aos 10 anos, Gama teria sido vendido pelo próprio pai, para pagar dívida de jogo. E foi levado de Salvador a Campinas, para o mercado de negros. Mas ninguém quis comprá-lo, por causa da fama de escravos baianos, que eram revoltos, fujões, davam trabalho. O menino então foi usado na fazenda, aprendeu ofícios caseiros: servir, arrumar sapatos, lavar, passar e engomar.

Aprendeu, mais tarde, a ler e escrever e descobriu sua condição de vítima do sistema escravocrata. Fugiu para São Paulo, entrou para a milícia, da qual foi expulso por suposta insubordinação. Mas, conforme ele mesmo conta, apenas respondeu a um oficial que o insultou.

Meteu-se com jornalismo militante, muito comum naquela época de 1800 e tal. Meteu-se com a soltura de presos cativos, somente através da via jurídica. Devido a sua brilhante atuação, libertou mais de mil escravos e fez crescer em torno de si o movimento abolicionista paulista. Contam que ele recebia os escravos em casa, na maior disposição de ouvir maltrapilhos, agredidos, assustados, foragidos de capatazes.

Reza a lenda que o enterro de Luis Gama foi emocionante. Que as pessoas subiam em púlpitos improvisados e faziam discursos com olhos inebriados.

Puxa! Com uma história dessas, nenhum nome de escola, que eu saiba...nenhuma avenida...nenhuma inscrição marcada em nossa memória, o que é mais grave.

(*) KEKA WERNECK é jornalista em Cuiabá.

Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br

 

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