Qual a marca do governo Silval Barbosa? E não me refiro, aqui, a meras frases feitas (slogans) ou logomarcas, mas ao símbolo político, a imagem que o governo passa à sociedade. Se à primeira vista, a boa impressão é tudo, qual a impressão que o governo Silval Barbosa transmite? É esse o foco deste que não considero nenhum “diagnóstico”, mas uma constatação objetiva, sincera, de que o atual governo, salvo melhor juízo, não conseguiu, até o momento, criar uma identidade própria – uma marca forte, claramente percebida pela maioria das pessoas.
E aqui cabe um adendo: ao contrário do que alguns podem imaginar, a falta de uma “marca” não é um problema de comunicação social ou de marketing, mas de política. E imagem pública se forja ou se muda em função de decisões igualmente políticas. E o governador Silval Barbosa, em que pese correr contra o tempo, tem plenas condições de traçar essa trajetória. Eu acredito.
Tendo que enfrentar inúmeros “gargalos” que herdou em vários setores, como segurança, saúde e educação, com ênfase no modelo de desenvolvimento adotado por Mato Grosso e que impulsionou, é verdade, o crescimento do estado, mas não trouxe os dividendos sociais correspondentes à grande evolução dessa riqueza. Nesse aspecto, Silval Barbosa, pode-se dizer, começa da estaca zero e tem tudo para estabelecer um diferencial em termos de gestão. E assim construir sua própria identidade como governante, a de quem ousou atrair investimentos que não só meramente focados em logística para favorecer as exportações lastreadas, basicamente, na monocultura da soja e mais duas ou três commodities.
Mato Grosso é maior do que isso e seu potencial de grande “Mesopotâmia” encravada entre os vales de rios que banham do Vale do Araguaia à Bacia do Pantanal, adentrando pela Amazônia, possui potencial que pode atrair investimentos em muitas outras áreas, entre as quais a do turismo, da biotecnologia e de financiamentos para pesquisas científicas, para os quais não faltam dinheiro no mundo. Podem faltar, isto sim!, bons projetos para atrair esses recursos, o que parece ser o caso mato-grossense.
Portanto, mais do que “tourear” crises inerentes ao dia a dia da administração, o grande desafio do governador Silval Barbosa é o de tomar decisões macros, estratégicas e não ficar tentando gerenciar apenas o emergencial, remetendo a querer retirar água de uma canoa com muitos furos, tendo apenas como instrumento uma lata de sardinha... Em sentido figurado, pelo menos, para mim, essa é a imagem da atual situação enfrentada pelo governador.
A confirmação de uma imagem de governo inovador, de ideias próprias e iniciativas independentes (sem deixar de ser reconhecido aos “companheiros de viagem”) depende de um trabalho conjunto e continuado, que envolva todo o chamado “núcleo duro” da administração e que, essencialmente, mobilize o governador em torno de algumas idéias centrais como fundamentos da construção de sua trajetória política. E, portanto, de sua biografia.
Com mandato renovado nas urnas, Silval Barbosa tem o aval da sociedade e não é mais o vice que chegou ao governo por obra das circunstâncias políticas e eleitorais, mas o líder político e o gestor público que tem o compromisso de governar um Estado com todas as potencialidades e desafios encarnados por Mato Grosso.
Até agora, Silval (e os que o conhecem sabem disso) não se porta como “dono da verdade, tendo portanto, humildade e sabedoria para ouvir, e discernimento para decidir, predicados que podem levá-lo a se consagrar como o “Governador de Todos” e não desse ou daquele grupo, político ou empresarial.
Depende apenas dele.
(*) MÁRIO MARQUES DE ALMEIDA é jornalista. www.paginaunica.com.br. E-mail: [email protected]
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