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Artigos Terça-feira, 29 de Abril de 2014, 13:16 - A | A

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Terça-feira, 29 de Abril de 2014, 13h:16 - A | A

Elefante Branco

Críticas não tiram a importância da Arena Pantanal

MAURO CAMARGO





Impressiona o volume de críticas raivosas por parte de jornalistas da imprensa nacional contra as obras da Copa – e da própria realização de jogos do Mundial em Cuiabá -, em particular contra a Arena Pantanal, considerada por muitos um elefante branco custeado com recursos públicos.

Parte das críticas soa racional diante de argumentos óbvios, como a inexistência de times de grande porte em Mato Grosso. De fato nosso futebol é periférico e está longe de alcançar projeção nacional. O raciocínio lógico é o de que sem times não há torcedores ou público para sustentar um estádio de R$ 560 milhões. Isso pode fazer da Arena Pantanal um enorme desperdício de dinheiro público. Mas nem sempre o que parece óbvio se traduz em verdade.



Divulgação

A construção da Arena Pantanal não pode ser analisada apenas sob a perspectiva fria das estatísticas de público e da ausência de um futebol competitivo, pois estes elementos não consideram o todo da realidade local. Quem avalia a obra somente sobre este prisma desconhece a vida em Cuiabá e exibe forte – e histórico – preconceito contra Mato Grosso.

A visão recorrente de bem informados jornalistas da grande mídia é a de que somos um estado periférico, de parca importância política, uma ‘terra de índios e de onças‘. A desinformação é tamanha que nossa Capital frequentemente é confundida com a de outro estado por próceres da imprensa nacional. No geral não nos conhecem e não fazem questão alguma de conhecer.

Sim, somos uma terra de índios e de onças e eles sobrevivem porque mais da metade do nosso território se mantém intacto. Temos mazelas ambientais (sociais e antropológicas) é verdade, mas ainda temos índios e onças, peixes e rios cristalinos, florestas intocadas, belezas naturais de dar inveja. E temos tudo isso apesar de sermos os maiores produtores de grãos do País, termos o maior rebanho de gado e contribuirmos com 25% da balança comercial brasileira.

De fato somos um estado periférico, de população pequena e com graves problemas sociais. Nossa educação é frágil e a saúde caótica, como de resto é a saúde e a educação em todos os estados brasileiros, mesmo nos mais ricos e desenvolvidos onde se assenta a grande imprensa nacional. Ou São Paulo, Rio, Porto Alegre, Curitiba e em todas as demais cidades-sedes da Copa não existem os mesmíssimos problemas sociais encontrados aqui?

É fato que as obras da Arena Pantanal estão atrasadas, assim como as demais obras em andamento. É frustrante para cada cidadão que vive aqui saber que a maioria das obras de mobilidade urbana sequer ficará pronta para a Copa que começa em menos de 40 dias. Mas esta realidade de atrasos, de falta de planejamento, da qualidade daquilo que está sendo realizado é por acaso muito diferente do que vem ocorrendo no restante do País? Em algum outro lugar existe um volume tão grande de obras relacionadas à Copa como aqui?

A Arena Pantanal pode se transformar num elefante branco, como afirma a mídia nacional, mas pode, do mesmo modo e na mesma medida, se traduzir numa obra capaz de induzir como nenhuma outra o desenvolvimento do futebol profissional. Os resultados de Mixto e Santos e de Luverdense e Vasco – tanto no que diz respeito ao futebol praticado quanto ao público presente mostram isso.

As obras atrasadas denotam graves problemas de gestão e planejamento, não se pode negar. Mas ficarão prontas, ainda que depois da Copa. E elas representam um legado histórico para a mobilidade urbana da nossa Capital, um avanço de 30 ou 40 anos que seria impensável sem a realização do Mundial.

Talvez estejamos gastando e fazendo mais do que deveríamos. Mas este é um problema nosso. É o povo daqui que pagará (e já está pagando) esta conta, sem pedir favor a ninguém. Deixem que de nossos elefantes brancos cuidamos nós. Respeitem nossa história, nossos índios e onças.


* MAURO CAMARGO é jornalista.

Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br

 

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Luiz 01/05/2014

O senhor com certeza é mais um daqueles leitões deitados do Governo Sinval Barbosa que mamam nas tetas do Estado, para falar um monte de asneiras na tentativa de defender estas obras superfaturadas deste governo

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CARLOS R T DE SOUZA 30/04/2014

Em primeiro lugar , parabéns Jornalista Mauro pela brilhante matéria, e em segundo queria pedir aos ilustres Carlos Nunes e Adalberto Ferreira ( que não devem ser de Cuiabá ) que peguem Voô para outra cidade que não tem problemas alguns., e deixem que o " ELEFANTE BRANCO A GENTE CUIDA, e para completar " " A CIDADE VIVE DOS QUE VIVEM NELA "....

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Jorge Maciel 30/04/2014

Parabéns, jornalista Mauro. Admirável ponto de vista: deixem eles, os maus, que cuidemos dos nossos elefantes, antas e jacarés brancos. Vi em sites de peso, Terra, Uol, Gazeta Esportiva, Estadão, além da nossas mídias destaques para o Luverdense, Mixto e Cuiabá. Espero que continuemos, pois teremos ainda o Inter, Ponte Preta, Portuguesa, Ceará, Fortaleza, grandes expressões do futebol só neste ano. Times a que hoje nos emparelhamos, mesmo contra o agouro de alguns. Vc está coberto de razão: nosso elefante branco é uma maravilha, nos orgulha, e creio, como vc, Mauro, seremos grandes brevemente. Mixto, Operário, Luverdense, Cuiabá e tantos mais haverão de se profissionalizar ainda mais (para os que ainda não atentaram para o fato) e vamos crescer. Como você, vejo o lado bom dessa coisa toda e lamento que muitos insistem na crítica que não dará, nunca, em nada. Deixe que paulistas, cariocas, ou de outros lugares (a imprensa, fique bem claro!) falem, vomitem, esbravejam. Nós somos Mato Grosso, campeões em muito e em quase tudo em relação a esses estados. Sem dizer que aqui se faz jornalismo de grande qualidade! Parabéns! Excelente texto.

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Adalberto Ferreira da Silva 29/04/2014

Aqui em MT poderia ter seguido o exemplo do Paraná, onde foi aproveitado o Estádio Arena da Baixada, fazendo o mesmo com o Verdão. O estádio da Arena da Baixada ficará uma obra majestosa, com gasto de cerca de R$ 300 milhões, metade do que se gastou na Arena Pantanal. Da mesma forma que a Arena da Baixada, o Verdão ficaria uma obra majestosa gastando apenas a metade. É brincadeira gastar R$ 600 milhões com a construção de um estádio para a realização de apenas 4 jogos da Copa, e, ainda por cima, assumir despesa vultosa de R$ 250 mil para manutenção, enquanto doentes estão jogados pelo chão no Pronto Socorro de Cuiabá, pela falta de um hospital descente em Cuiabá e nas diferentes regiões do Estado, que desembocam todos aqui na capital.

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Arcilio Barros 29/04/2014

Esse preconceito contra os "menores" segundo a visão distorcida ainda imperialista aflorou dentro da comissão da Copa quando certo membro veio do Rio de Janeiro morto de ressaca, não aguentou o calor desmaiou. Acordou defendendo a exclusão de duas cidades por conta do calor como se aqui não fosse habitado, KKKK. Graças a determinação do Lula, será em 12 cidades inclusive a nossa.

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Hans Mayer 29/04/2014

Esse senhor ganharia muito mais se ficasse de bico calado. Nunca vi tanta asneira junta.

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Carlos Nunes 29/04/2014

A Arena Pantanal é um prato cheio para os políticos - a Justiça Eleitoral proibiu os showmícios porque captavam votos do povão; agora, está tudo certo, é só chamar um grande time para jogar em Cuiabá, tais como: o Corinthians, o Flamengo, que os políticos podem faturar uma carrada de votos; e fazer futebol, não é proibido pela Justiça. Bem, como toda a dinheirama para as tais Obras da Copa, a maioria foi emprestada do BNDES, da Caixa, para nós pagarmos depois...brevemente, só vamos despertar do sonho quando começar a chegar a conta da emprestação. Aí vai ser uma aumentação de impostos, taxas, etc, disso e daquilo. E antes das Obras começarem, bem antes, teve um Doutor em Mobilidade Urbana que deu um entrevista e disse que tinha prá Cuiabá um plano de mobilidade de BAIXO CUSTO E ALTA EFICIÊNCIA; como ele deve existir, em Cuiabá, vários doutores que pensam e podem fazer a mesma coisa. Conclusão: Naturalmente, com essa dinheirama que vão gastar nas Obras...dava prá fazer MUITO MAIS E MELHOR. E olha que pelo visto, essas obras da copa, diversas, terão uma vida útil curtinha, curtinha...daqui a poucos anos vão é desmanchar com as chuvas, aí vão gastar dinheiro para refazer tudo de novo.

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