Recebi alguns emails com duras críticas, quando meus interlocutores afirmaram que havia muito equivoco em minha análise. Que o Brasil está sim no caminho certo e fará um grande evento em 2014. Eu rebati dizendo que se tomarmos Cuiabá-MT, como exemplo, a coisa está e será feia.
Ainda na defensiva dialoguei insistindo com o raciocínio de que os benefícios que ficarão para a população é desproporcional aos gastos por hora efetuados. Reafirmo esse posicionamento por entender que é algo evidente. Nós faremos sem sombras de dúvidas, um dos mundiais de futebol mais caros da história, e provavelmente com qualidade duvidosa.
Se considerarmos ao pé da letra a definição do termo eficiência entendemos que é algo exercido com perfeição e presteza, com resultados positivos para o setor público e toda a sociedade; ou seja, é a utilização da técnica na busca da perfeição. Nesse sentido, tudo que não temos é trabalho eficiente nesse contexto pré-copa do mundo 2014. Tudo tem sido feito com uma morosidade vergonhosa.
Divulgação |
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O que me revolta é que tem reinado entre parcela significativa dos cidadãos brasileiros a velha filosofia do "rouba mas faz". Ou seja, para certos cidadãos não interessa o quanto dispendioso ficará, se haverá superfaturamento ou coisa parecida; infelizmente o povo quer obras, com ou sem qualidade, as pessoas querem ter a sensação de que dessa vez o país se desenvolve, que agora é a nossa vez.
Porém esquecem-se do principal, não se desenvolve um país apenas com grandes obras. O desenvolvimento precisa ser heterogêneo; tem que ser proporcional, tem que ser sustentável, precisa ser harmônico.
O Brasil não galgará o posto de nação de primeiro mundo com as obras para 2014. Falta ao brasileiro o principal e essencial para galgar o posto de país desenvolvido; falta-lhe uma educação de qualidade; uma educação que atenda as demandas do mercado, que de autonomia ao cidadão para ser o arquiteto de sua própria vida; um governo populista e personalista, como o que temos, é coisa de país terceiro-mundista. Com essa filosofia petista de governar e gerir a coisa pública, mais uma vez sonharemos com um país melhor, quiça desse sonho, infelizmente poderemos acordar num país pior.
É necessário não desprezarmos os exemplos doutros países, como é o caso da Grécia, que sediou as Olimpíadas com pompas de país de Primeiro Mundo em 2004, e hoje 9 anos após, se encontra quebrada economicamente e com elevados índices de desemprego.
Infelizmente nós brasileiros temos dificuldade em fazer o exercício da autocrítica. Eis aí porque nos iludimos com vans promessas de desenvolvimento e historicamente tudo que temos é frustração. Enfim, o momento é crítico é exige reflexão. Temos que estar preparados para enfrentar o pior. A inflação está na praça. Isso é fato. A divida pública em escala crescente; nesse diapasão, precinto crise econômica no ambiente. O sonho custará caro!
* JOEL MESQUITA é cientista social
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Joel Mesquita 22/07/2013
A reciproca é verdadeira Carlini....
Carlini 21/07/2013
Realmente, a autocrítica é um problema latente nos brasileiros; que o diga ter que ler seus textos infantis com forte viés reacionário e sem nenhuma autocrítica ...
2 comentários