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Artigos Segunda-feira, 15 de Setembro de 2025, 09:49 - A | A

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Segunda-feira, 15 de Setembro de 2025, 09h:49 - A | A

JOÃO EDISOM

Charlie Kirk e a política brasileira

O perigo do discurso de ódio: entre o ativismo extremista americano e a realidade política brasileira

JOÃO EDISOM

A morte de um ativista americano Charlie Kirk conhecido pelo seu discurso de ódio expõe não apenas a fragilidade das sociedades democráticas diante da radicalização, mas também os riscos psicológicos e sociais que emergem quando o ódio é legitimado como linguagem política. O ódio, uma emoção primária, quando instrumentalizado, transforma-se em arma coletiva de destruição simbólica e, em casos extremos, em violência letal.

Do ponto de vista filosófico, Hannah Arendt já alertava para os perigos da banalização do mal: quando a violência e o ódio são naturalizados no discurso público, tornam-se parte do “cotidiano político”. O que começa como retórica hostil transforma-se, pouco a pouco, em justificativa para ações concretas que violam os fundamentos da convivência democrática. Lembrando que isso não é direita versus esquerda isso é ódio ao pensamento diferente do seu.

Nietzsche, por outro lado, ao refletir sobre o ressentimento, mostra como sociedades adoecidas canalizam frustrações em inimigos imaginários (comunistas, fascistas, ideologia de gênero, corruptos, miliciano, quadrilheiros, etc...). O discurso de ódio funciona justamente nesse mecanismo: identifica culpados fáceis, simplifica realidades complexas e oferece uma catarse coletiva que substitui a responsabilidade individual pelo ataque ao “outro”.

Sob a ótica psicológica, o discurso de ódio não é apenas retórico. Ele atua no inconsciente coletivo, moldando percepções e normalizando a hostilidade. Quando líderes ou figuras públicas validam tais discursos, criam o que Albert Bandura chamou de “desengajamento moral”: o indivíduo deixa de sentir responsabilidade ética pelas suas ações porque acredita agir em nome de uma causa superior ou de um líder.

É nesse ponto que se explica o surgimento de assassinos solitários ou massacres em escolas, clubes e multidões: indivíduos que, ao se sentirem legitimados por narrativas de ódio e falsas ameaças, passam a agir como se fossem “justiceiros”. (algo comum em alguns países, inclusive nos EUA).

No Brasil, o discurso de ódio de parte da classe política contra políticos opositores (setembro de 2018 Bolsonaro leva uma facada), e em especial quando se volta contra instituições como o Judiciário (outubro de 2018 basta um jipe e um soldado para fechar o STF) revela um perigo semelhante. A estratégia é clara: ao invés de fundamentar críticas com base em argumentos e propostas, cria-se uma narrativa de inimigos internos, transformando pessoas, juízes e tribunais em “vilões” a serem combatidos. São coisas pensadas e premeditadas com o objetivo claro, destruindo um sistema que controla, me torno soberano, pois tenho a força sobrepondo o equilíbrio, isso tem nome DITADURA e somente pensamentos ditatoriais defendem esta ideia.

Esse processo, além de enfraquecer a confiança nas instituições democráticas, atua como anestesia moral sobre parcelas do eleitorado. Quando políticos buscam apenas absolver o ex-presidente Bolsonaro de responsabilidade sem justificativas, utilizando retórica de confronto e desprezo, planta na sociedade a ideia de que qualquer contrariedade pode e deve ser resolvida pela violência de quem tem força, (anistia apenas por conveniência eleitoral é violência contra o estado democrático de direito).

As fake news, nesse contexto, não são apenas desinformação: são mecanismos de manipulação afetiva. Elas constroem realidades paralelas onde o ódio se justifica e onde a força e a violência são apresentadas como solução legítima. O perigo é claro: quando a verdade é relativizada e a confiança nas instituições corroída, abre-se o caminho mais curto para a barbárie.

A morte do ativista americano não pode ser lida como um episódio isolado, mas como o resultado de uma cadeia de discursos inflamados, da legitimação do ódio e da corrosão do espaço público. O Brasil, ao repetir a mesma lógica em sua arena política, corre o risco de tornar-se um terreno fértil para a multiplicação de assassinos solitários e massacres coletivos.

O que mais preocupa, no entanto, é observar governadores, deputados e senadores brasileiros desacreditando o Judiciário não por convicção verdadeira, mas pela conveniência eleitoral. Como abutres em disputa pelo espólio eleitoral do ex-presidente Bolsonaro, usam o discurso de ódio como rolo compressor de seus próprios interesses, mesmo sabendo da sua falsidade e do seu potencial destrutivo.

Esses discursos, que nem os próprios políticos acreditam, tornam-se o fermento que alimenta a desgraça da sociedade brasileira: corroem a confiança nas instituições, estimulam a violência como forma de resposta e empurram o país para a beira de um abismo ético e civilizacional.

Que lutem com argumentos jurídicos e filosóficos fundamentados juntos ao arcabouço jurídico como deve ser em uma democracia! O combate ao discurso de ódio não é apenas uma questão moral, mas uma necessidade vital para preservar a democracia e a convivência pacífica. A responsabilidade, portanto, é coletiva: cabe a todos nós escolhermos entre a palavra que constrói e o discurso que mata!

(*) JOÃO EDISOM DE SOUZA é Analista político e professor universitário.

Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br

 

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