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Artigos Quarta-feira, 26 de Junho de 2013, 09:40 - A | A

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Quarta-feira, 26 de Junho de 2013, 09h:40 - A | A

As manifestações da dor à consciência e não à loucura

O problema não é a desordem tão decantada pelos governistas, se fosse isso o que dizer dos mesmos, pois há muito os próprios já fazem destruição pelo Brasil.

JOÃO EDISOM DE SOUZA


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Este movimento pelas ruas do Brasil tem produzido muitas esperanças, mas as loucuras ainda são enormes. O que vemos é muita dor. Isso mesmo. É um gemido ensurdecedor dos brasileiros e das brasileiras esmagadas pelas tantas desordens e desmandos do poder constituído, seja ele executivo, legislativo ou judiciário. Gemidos que muitos teimam em dizer que não entendem, mas entendem sim, apenas se fazem de desentendidos porque apostam na ausência de consciência de alguns poucos, mas barulhentos, grupos inconscientes.

O problema não é a desordem tão decantada pelos governistas, se fosse isso o que dizer dos mesmos, pois há muito os próprios já fazem destruição pelo Brasil. Ninguém faz quebra-quebra maior do que os governos e seus aliados de primeira hora através dos desmandos econômicos e abandono do patrimônio público e das estradas. Vejam as ambulâncias, os carros de polícia, as escolas e os hospitais. Todos abandonados! Esta é uma baderna lenta, gradual e ritmada patrocinada com nosso dinheiro, com o dinheiro público. A baderna das ruas é um tornado de angústias e muitas vezes financiada por quem defende o quanto pior melhor, e não pelos que nela agora choram e gritam por um Brasil melhor.

O problema não é a ausência de partidos políticos nas ruas, porque quem destruiu os partidos políticos foram os que detêm seu poder e o poder do Estado. São os governantes que compram os “donos” dos partidos em nome da tal “governabilidade”. São as alianças para chegarem ou permanecerem no poder a qualquer custo. Aqueles que acham que fazer movimento sem partidos é antidemocrático eu pergunto: os partidos são democráticos? Que partido é este? No Brasil tem partido? Os transformaram em meras instâncias cartoriais para legitimar pessoas e/ou grupos para legalizar candidatura e dominar o poder. Queremos partidos de verdade e não propagadores de mentiras e oportunistas de plantão.

O problema não é a destruição do patrimônio público feito por alguns tresloucados e sem causa, porque políticos e poder constituído há muito os abandonaram e gradualmente os destroem. Os edifícios históricos e os monumentos em nosso país são uma vergonha, mas eles não dão votos né? Não há investimento na história do país. Para exemplificar: na destruição/reconstrução do Maracanã, o poder constituído do Estado destruiu a história ao seu redor para construir um estacionamento e depois entregar tudo para o senhor garimpeiro, explorador e falido Eike Batista. E agora estão apontando para a destruição das ruas sem olhar há quantos anos vocês fazem isso “legalmente”.

O problema também não é a presidente Dilma. Aliás, esta história de impeachment é uma loucura de quem não quer ver o país bem. Não há processo ou inquérito para tal e se ela sair, na ordem da sucessão quem entra é: Michel Temer (o vice) ou Renam Calheiros, já pensaram nisso? Ou alguém aí quer uma nova ditadura? O problema é o que ela, a presidenta e os políticos em geral, representam para os brasileiros e para as brasileiras que trabalham e pagam seus salários, inclusive os dos senhores Aécio neves, Álvaro dias, José Agripino e companhia. É a Dilma sim, mas é o Lula, o FHC, o Collor, o Sarney e seus aliados de primeira hora que também mamam às custas do dinheiro público sem no entanto dar uma resposta plausível a dor que por hora ecoa nas ruas.

O problema não é o discurso eleitoreiro e vazio da presidente, onde se diz tudo sem falar nada, como se fosse um palanque com comício. O problema também é a presidente e a engenharia da governança, mas também é o senado que vota e empossa o senhor Renan Calheiros, são os gastos desta Casa, é a Câmara dos Deputados que mantém a frente da Comissão dos Direitos Humanos o tresloucado Marcos Feliciano, são os governantes dos estados e seus estafes caríssimos, são as Assembleias Legislativas com poucos resultados e gastos enormes, é o judiciário enclausurado em seus palacetes, sua lentidão e liminares para quem tem dinheiro e os privilégios dos tantos que já vivem privilegiadamente e mamam junto com  “donos” do poder no dinheiro arrecadado do trabalho produtivo desta nação principalmente, empreiteiras e bancos . O problema, meu senhores, é o vazio moral e ético que assola as instituições por estas terras brasileiras.

Enfim, o problema não é o nome de quem está à frente do poder neste país. O problema é o que eles fazem quando estão a frente do poder. Sabemos que a questão não se resolve ao trocá-los. Por isso este grito tem que ter consciência e não loucura. O que queremos não é necessariamente novos políticos, novas pessoas, por isso os partidos não entram. O que queremos senhores é uma nova forma de governar. O que queremos é seriedade, é cadeia para quem comete crime, é educação de verdade e não estatística de mentirinha. O que queremos é criminoso de colarinho branco na cadeia e não a PEC 37 ou 33. O que queremos não são necessariamente médicos estrangeiros. O que queremos são hospitais para os nossos médicos trabalharem. O que queremos são políticos doando seus dias de vida ao bem estar do país e não políticos e servidores públicos enriquecendo a custa do dinheiro e do patrimônio público.

O problema neste caso não é o capitalismo como muitos querem.  Esta não é uma luta de classe. O grito que ecoa nas ruas é de dor, de revolta, de desespero. São gritos contra as mordomias que nós pagamos contra a vontade. São gritos contra os desmandos, a corrupção e a ausência de bom senso. O que gritam é: “chega de mentiras senhores”; é: “basta de enganação”.

 Esta é uma luta por dignidade, por transparência, por honestidade. É uma luta por decência. Vamos às ruas sim, vamos permanecer nelas sim! Mas não nos deixemos enlouquecer por aqueles que hoje estão com medo destes gritos ou por aqueles que não têm coragem de colocar seus pés no asfalto quente do dia a dia. O que queremos é um novo jeito de fazer as coisas. Queremos honestidade em todas as esferas. Em todas senhores. Portanto, limpe seus ouvidos que continuaremos a gritar...
 

(*) JOÃO EDISOM DE SOUZA
é Analista Político, Professor Universitário em Mato Grosso e colaborador de HiperNotícias.

Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br

 

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