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Artigos Sábado, 14 de Dezembro de 2013, 20:35 - A | A

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Sábado, 14 de Dezembro de 2013, 20h:35 - A | A

Apagão educacional

Praticamente 70% dos alunos brasileiros, tomando-se como referência os participantes do PISA, estão abaixo do que deveriam atingir em matemática, ciências e leitura

JUACY DA SILVA





Hugo Dias/HiperNotícias

Apesar do “progresso” que os governantes tanto teimam em vociferar, principalmente durante os períodos eleitorais, a realidade brasileira, quando comparada com países que estão no mesmo patamar em termos econômicos ou os que já fazem parte do chamado mundo desenvolvido , a realidade brasileira ainda é uma catástrofe em inúmeras áreas.


Apesar de o Brasil ser a sétima ou oitava economia do planeta e a caminho de chegar a sexta posição dentro de pouco mais de uma década, aspectos como saúde, segurança, meio ambiente, infraestrutura e educação continuam sendo uma nódoa em nosso processo de desenvolvimento e colocam em risco o nosso futuro e nossa inserção competitiva no contexto internacional.

Além dos resultados do PISA 2012 que foram sobejamente discutidos na imprensa e nos meios acadêmicos, um jornal de grande circulação nacional, (Estado de São Paulo) e entidades representativas do setor industrial têm realizado alguns fóruns de debate sobre os gargalos da economia brasileira e como tais gargalos prejudicam nossa capacidade de produção e de competição com outros países. O último fórum realizado há pouco mais de um mês, quando compareceram renomados estudiosos e analistas das questões econômicas e educacionais, chegou a uma triste conclusão.

A melhoria da produtividade da economia passa necessariamente pela melhoria da qualidade da mão-de-obra e esta só pode ocorrer mediante um sistema educacional que seja universal e ao mesmo tempo de boa qualidade. O Brasil tem conseguido alguns avanços nos aspectos de ampliar a oferta de vagas em todos os setores da educação, de forma um tanto lenta, e está em meio a um verdadeiro apagão quando o assunto é qualidade da educação.

Praticamente 70% dos alunos brasileiros, tomando-se como referência os participantes do PISA, estão abaixo do que deveriam atingir em matemática, ciências e leitura. Esses são na verdade, analfabetos funcionais, razão pela qual além de médicos e outros profissionais de saúde, o Brasil também sofre com um déficit de engenheiros e de profissionais de nível médio ligados ao setor de tecnologia. Quem não sabe matemática, nem ciência e nem consegue entender ou interpretar o que está lendo, jamais poderá avançar para patamares superiores e níveis mais complexos de educação. Acabam ficando pelo caminho.

Segundo dados recentes contidos na “Síntese dos indicadores sociais 2013”, publicação do IBGE, a taxa de analfabetismo no Brasil ainda é de 8,7%, a maior na América do Sul e também a maior entre países que estão competindo com o Brasil no cenário internacional, só estamos à frente da Índia neste quesito. O analfabetismo rural em 2012 foi de 21,1% e no Nordeste ainda é de 17,4%.

Outro contraste decorrente pode ser observado entre a população com menos de três anos de instrução e a parcela que tem curso superior completo ou incompleto. No primeiro caso, parcela da população com menos de três anos de escolaridade, os chamados analfabetos funcionais em 2012 no Brasil chegava a 22,1%, na região Norte 27,3%, no Nordeste 35,0% e no Sul 21,4%. No Centro Oeste, o paraíso do agronegócio onde também está o coração do poder nacional (Brasília) chegou a 21,4%.

Esses percentuais são maiores do que a parcela da população que tem curso superior completo ou incompleto que em 2012 são: Brasil 11,2%; Norte 8,0%, Nordeste 7,0%, Sudeste 13,6%, Sul 12,1% e Centro-Oeste 13,9%. Enquanto isso, a parcela da população com curso superior completo ou incompleto na União Européia é superior a 65% e no G7 acima de 70%.

Considerando os dados dos países que já estão no patamar superior (União Européia, G7, Coréia e outros países Asiáticos e Austrália), o Brasil vai precisar pelo menos mais 40 anos para acabar com o analfabetismo e analfabetismo funcional e não menos do que 80 a 90 anos para atingir os percentuais da população com curso superior, onde, segundo o Instituto Paulo Monteiro e a ONG Ação Educativa, 4% dos estudantes de nível superior ainda são classificados como analfabetos funcionais.

Será que a educação, pela sua importância estratégica para o desenvolvimento de qualquer país e para a melhoria das condições de vida da população é prioridade nacional? Quanto investimos em educação de qualidade quando comparados com outros países?



*JUACY DA SILVA é professor universitário, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia, Email [email protected] Blog www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy


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