O alcoolismo afeta uma parcela da população que não tem controle sobre a bebida, torna-se dependente; é gente que sabe beber muito, todavia não sabe parar, tendo consequências perversas para si, família e sociedade. A recuperação só é possível com ajuda, principalmente, dos Alcóolicos Anônimos – AA que neste ano completa 90 anos salvando vidas em mais de 180 países do mundo.
O álcool existe há milhares de anos e sempre foi consumido, com exceção dos países obedientes ao Alcorão, que o proíbem. Nos países que permitem o consumo do álcool, causa dependência a uma significativa parcela da população que precisa de tratamento para se recuperar.
Para alguns o álcool causa dependência e a outros não; por quê? Os sentimentos e emoções de cada indivíduo são únicos, o problema não está no álcool, mas no ser humano que procura, através do álcool, a solução de suas tristezas, timidez, decepções, atitudes, amor, alegria e outros. Grande parte dessas pessoas que têm tendência para adquirir a dependência encontram, no álcool, apoio e conforto para solucionar, mesmo fora da realidade, as adversidades da vida.
O alcoólatra, em geral, trás em seu DNA a necessidade de satisfazer seus sentimentos com o álcool; quando está triste bebe pra ficar alegre, quando está com medo bebe para criar coragem, mesmo que seja só enquanto o álcool faz efeito. Portanto, quem bebe vai, progressivamente, usando quantidades cada vez maiores para ficar fora da realidade, ocasionando, a perda familiar, profissional, social e saúde; os caminhos que o bebedor percorre na ativa de bebedeiras são tristes e doloridos, cemitério, cadeia e hospital; terminando como a maioria dos alcoólatras no fundo do poço e na sarjeta, desamparado e sozinho.
O alcoolismo é uma doença diagnosticada pela Organização Mundial da Saúde como progressiva: exige ingestão de quantidades maiores de álcool; é uma doença incurável e fatal. A única forma de controlar é detê-la sem a ingestão da primeira dose que desencadeia uma reação química exigindo mais e mais álcool. Uma pessoa portadora da doença do alcoolismo em seu ser, mas que nunca ingeriu uma dose de álcool, não será alcóolatra porque os seus sentimentos não foram satisfeitos pela substância química.
Enquanto muitos bebem, todavia não têm em seu ser o conforto de seus sentimentos pelo álcool, logo, bebem moderadamente, ou seja, social, contudo, mesmo ingerindo quantidades moderadas de álcool, a ciência hodierna informa que não faz bem à saúde a ingestão de qualquer quantidade de álcool; portanto, não traz qualquer benefício ao ser humano.
Ao completar 90 anos, AA tem sido eficiente através de suas ferramentas: Doze Passos, Doze Tradições, literaturas e companheiros, na recuperação dos alcoólatras, incentivando que se abstenham do primeiro gole. Sozinho é difícil, ou melhor, quase impossível, porque a maioria para por um tempo, mas tem recaídas e retorna ao uso do álcool, mesmo após ter jurado que não mais voltaria a beber. As mentes dos alcoólatras procuram solucionar as situações adversas com o uso do álcool porque ficam, durante o efeito do álcool, fora da realidade e na fantasia de que tudo está bem.
AA é importante para a manutenção da sobriedade, principalmente, pelos valiosos depoimentos dos companheiros veteranos e neófitos nas reuniões. Quer sejam reuniões presenciais ou online, as partilhas comprovam que todo alcoólatra foi derrotado pelo álcool e, a única maneira de ficar distante dele, é frequentar os grupos de AA afim de evitar o primeiro gole.
(*) MANOEL é nome fictício em respeito à tradição do Anonimato
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