A safra 2024/25 no Vale do Araguaia foi marcada por extremos climáticos. O Centro Tecnológico do Vale do Araguaia (CTECNO Araguaia), unidade da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT), em Nova Nazaré, apresentou os principais resultados de seus estudos, que apontam desafios para o cultivo da segunda safra em solos siltosos e indicam alternativas para adaptação produtiva.
Segundo o vice-presidente Leste da Aprosoja MT, Lauri Jantsch, as pesquisas desenvolvidas no centro de experimentação são fundamentais para orientar os produtores locais na escolha de variedades, práticas de manejo e opções de rotação de culturas.
Na primeira safra do ciclo, as chuvas acima de 1.500 mm favoreceram a soja, que alcançou produtividades médias de até 83 sacas por hectare. Já a segunda safra foi impactada pela escassez hídrica, com apenas 291 mm registrados em áreas como Nova Nazaré, prejudicando milho, sorgo e gergelim.
O centro também reintegrou 66 hectares anteriormente arrendados, ampliando a área disponível para ensaios de rotação de culturas, correção de solo, calibração de nutrientes, testes de herbicidas e vitrines de cultivares de soja, milho e sorgo.
Entre os destaques, o Ensaio de Rotação de Culturas busca avaliar, a médio e longo prazo, o impacto de diferentes combinações — como soja/milho, soja/braquiária e soja/gergelim — na produtividade futura. O ensaio de milho, conduzido em sequeiro, avaliou 29 híbridos comerciais e registrou produtividade média de 106 sacas por hectare, mesmo com estresse hídrico.
No caso do gergelim, os estudos mostraram que a resposta à adubação nitrogenada varia conforme o teor de matéria orgânica do solo. Áreas com maior concentração de MO apresentaram menor necessidade de fertilizantes, evidenciando o potencial de redução de insumos em sistemas mais equilibrados.
As pesquisas também reforçam o papel crescente do sorgo na região, com potencial para ração animal e biocombustíveis, além da importância de iniciar o plantio em áreas livres de plantas daninhas, especialmente em culturas com menor número de defensivos registrados.
De acordo com o coordenador de Pesquisa do CTECNO Araguaia, André Somavilla, os resultados contribuem para a geração de tecnologias adaptadas às condições locais e para a formação de estratégias de manejo mais eficientes no Vale do Araguaia.
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