Nem Selma Arruda (PSL), nem Jayme Campos (DEM). É Wellington Fagundes (PL), que está melhor capitalizando a vinda a Mato Grosso do presidente Jair Bolsonaro (PSL), há uma semana. Dos três senadores mato-grossenses, Fagundes tem sido o mais crítico à gestão Bolsonaro e, numa articulação de bastidores em Brasília, o senador conseguiu destravar recursos para o Estado para as áreas de habitação e infraestrutura.
Jayme Campos sequer foi convidado pelo cerimonial da Presidência. Selma, segundo a assessoria dela, foi convidada, mas no dia da visita presidencial haviam votações importantes em plenário e, assim, optou por cumprir suas atribuições no Senador, em Brasília.
O senador liberal, em entrevista ao HNT/ HiperNotícias, informou que conseguiu destravar obras de pelo menos 1,5 mil casas populares em Barra do Garças (local da visita de Bolsonaro) e ainda recursos da ordem de R$ 21 milhões para conclusão das obras do entorno viário do município.
“Sou parlamentar eleito para trabalhar pela melhoria do meu Estado. A ida de um presidente da República em qualquer local do País tem importância muito considerável. Lá [em Barra] por exemplo, já há dois anos tinham 1.500 casas [com obras] paradas. Fui à Caixa Econômica Federal, cobrei isso lá e em dois dias foi resolvido e as obras serão retomadas”, frisou Fagundes, explicando que para obter êxito em seus pleitos, ele usou uma estratégia simples: “eu disse, olha, o presidente vai ao Estado [de Mato Grosso] e vocês têm que tomar uma posição porque , são duas mil casas, são quantas pessoas e famílias envolvidas nisso?”, explanou o senador, emendando que no dia da visita do presidente “conseguimos publicar para licitação, a última obra para o contorno viário”.
Essa estratégia, conforme Fagundes, funciona na prática da seguinte forma: “se há uma obra parada e a burocracia não resolve o problema, eu disse que se eles deixassem o presidente lá, com certeza no mínimo duas mil pessoas que estão esperando por essas casas, vão lá se manifestar com vaias e isso iria expor o presidente”. De acordo com ele, a liberação das obras das casas e a publicação da licitação do entorno viário se transformaram em aplausos ao presidente.
“É pressão mesmo. A população tem direito de ficar revoltada e a ida do presidente é o momento dela se manifestar. Nós anunciamos a liberação das casas e não teve ninguém vaiando, ao contrário”, concluiu, reforçando que esse é o papel do parlamentar.
Ligado ao grupo de partidos que formam o chamado “Centrão”, Fagundes chegou a Mato Grosso, quando da vinda de Bolsonaro, juntamente com a comitiva do presidente.
O mesmo não aconteceu com Jayme Campos, que apesar de também compor o “Centrão” e ser correligionário dos governadores de Mato Grosso e Goiás, Mauro Mendes e Ronaldo Caiado, respectivamente, também é do Democratas , sigla que ainda abriga o chefe da Casa Civil, Ônix Lorenzoni, que também esteve em Barra do Garças.
A diferença entre a ida de Fagundes à Barra e a não ida de Jayme Campos, segundo a assessoria de imprensa do democrata, é que “Wellington foi [viajou] na comitiva, no avião presidencial, e Jayme não recebeu convite da presidência da República”.
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