A gestão e continuidade dos serviços do Hospital Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá voltou a ser ponto de atrito na relação entre as esferas de poder nesta terça-feira (22). Desta vez, entre Estado e União, devido a declarações do secretário de Estado de Saúde de Mato Grosso, Gilberto Figueiredo, com críticas endereçadas ao deputado federal Emanuelzinho (MDB).
A fala de Figueiredo, motivada por um pedido de ajuda ao governo federal feito pelo deputado Emanuelzinho revela um cenário de descontentamento pelo apoio que, segundo ele, tem sido historicamente ausente. "No momento como esse, parece que muitos oportunistas aparecem fazendo ilações como se agora fosse acontecer um milagre", declarou o secretário, referindo-se à iniciativa do deputado que postou vídeo com o ministro Alexandre Padilha, da Secretaria de Relações Institucionais, protocolando pedido de ajuda.
A mensagem do secretário é clara: "Ajuda sempre será bem-vinda, mas sem populismo." Ele enfatizou a falta de apoio federal desde a reabertura da Santa Casa, em 2019, que custa aproximadamente R$ 18 milhões por mês para ser mantida.
"Desde que reabrimos a Santa Casa nós não tivemos nenhuma contribuição do governo federal para custear aproximadamente R$ 18 milhões por mês de custo e estamos construindo o melhor hospital de alta complexidade desse Estado sem um único centavo de investimento do Governo Federal", afirmou se referindo ao novo Hospital Central, que deve começar a operar em setembro.
E devido à gestão da nova unidade, o Governo do Estado decidiu finalizar a operação na Santa Casa. Gilberto destaca que a sua postura é de portas abertas para a colaboração, mas com ressalvas claras.
"Então se o ministério tem algum interesse de ajudar Mato Grosso no custeio de algum hospital, estamos de portas abertas", disse.
No entanto, ele ressaltou a falta de contato direto: "Mas eu não fui procurado pelo Ministério e se o Ministério pode e quer contribuir, nada mais justo que procurar o prefeito [Abilio Brunini] que já manifestou interesse nisso."
Figueiredo também questionou a aparição do deputado Emanuelzinho neste momento. "Durante esses sete anos não apareceu ninguém. O deputado não apareceu para fazer nenhuma contribuição. Aí nesse momento que tem um apelo social grande, aparece solução", pontuou.
O secretário desafiou o parlamentar a apresentar soluções concretas e recursos necessários para auxiliar o município, que tem gestão plena em saúde.
"Se tem a solução, que apresente ela, aporte os recursos necessários e pode ajudar o município que é um município de gestão plena em saúde. Então não é agora que vai ajudar o Estado", disparou.
Mais críticas - Na semana passada, a senadora Margareth Buzetti (PSD) já havia se manifestado, apontado hipocrisia nas articulações do deputado federal Emanuelzinho (MDB) com o Governo Federal para tentar manter o funcionamento da Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá. Ela relembrou que durante a gestão de seu pai, o ex-prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), a unidade chegou a ser fechada por falta de repasses da prefeitura.
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