O senador licenciado Carlos Fávaro (PSD) demonstrou descontentamento com a gestão de Jair Bolsonaro (PL), sinalizando que não deve votar no “capitão” no pleito de 2 de outubro. Fávaro também negou que a Proposta de Emenda à Constituição de sua autoria, que ficou conhecida como 'Kamikaze', que amplia uma série de benefícios, tenha relações eleitoreiras, já que é aventado na mídia nacional que a PEC surge para beneficiar Bolsonaro, que já não vem pontuando bem nas pesquisas de intenção de votos. A declaração ocorreu durante entrevista ao canal UOL no Youtube, nesta sexta-feira (1°).
O texto, que foi aprovado na noite desta quinta-feira, prevê uma série de medidas voltadas às pessoas mais afetadas com a alta do preço dos combustíveis. O pacote social previsto para este ano terá o impacto fiscal de R$ 41,2 bilhões. O senador José Serra (PSDB-SP) foi o único que votou contra a proposta, argumentando que a medida extrapola os limites da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), furando o teto de gastos, além de blindar Bolsonaro de punições da Lei Eleitoral.
“Eu sou um senador independente. Eu não sou da base governista”, começou o senador de Mato Grosso.
“A PEC original de fevereiro tinha fonte de recurso, tinha um programa social estabelecido para minimizar o impacto. Começou com ideias mirabolantes. Ao passar do tempo, percebeu o que ele podia fazer, era exatamente o que estava na PEC (aprovada). Nós não podemos pôr questões políticas desse momento, deixar o povo sofrendo. Kamikase pra mim é o povo na fila do ossinho, não tendo condições de comprar comida. É a dona de casa fazer comida no fogão à lenha e se queimando”, ponderou.
BENEFICIA BOLSONARO?
Fávaro é perguntado se o uso da PEC pode beneficiar Bolsonaro nas urnas. Ele, no entanto, resume, que quem poder responder é a população que vai poder comparar com outras gestões.
“Eu não sei. Eu acho que a população vai conseguir comparar a qualidade de vida que tinha nos outros governos com a que tem hoje e vai saber dar as respostas nas urnas “, avaliou.
JÁ TEM CANDIDATO?
Tentando não se comprometer com nenhum dos pretensos candidatos ao Planalto, Carlos Fávaro lembrou que o PSD tentou emplacar o presidente do Senado, senador Rodrigo Pacheco. Essa candidatura não deslanchou após Pacheco retirar seu nome.
Fávaro, por diversas vezes, defendeu pautas da área social e, por conta disso, foi questionado se seu voto seria conferido a Lula (PT), uma das bandeiras do ex-presidente. “Eu tenho certeza de que o Brasil vai escolher a melhor alternativa. Não tem só ele (Lula) de candidato. Tem Simone Tebet (MDB), Ciro Gomes (PDT). Eu tenho minha escolha, mas nós vamos aguardar o prazo eleitoral para informar”, finalizou.
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