Um esgoto a céu aberto bem do lado do refeitório hospitalar do Adauto Botelho, unidade de tratamento para pacientes com transtornos mentais e comportamentais e que é gerida pelo governo do Estado.
A precariedade da estrutura física ainda submete os pacientes do hospital ao constrangimento e aos riscos à saúde, por estarem se deitando no chão, ao invés de camas, na área de internação da unidade.
Os dados constam de estudo técnico, ao qual HiperNotícias teve acesso em primeira mão, distribuído aos deputados da Assembleia Legislativa e encaminhado à Secretaria de Estado de Saúde (SES).
Paredes sujas e com infiltrações, banheiros sem as mínimas condições de higiene. E, se não bastassem o abandono de gestão e o desrespeito que, conforme os próprios funcionários do hospital já dura mais de seis meses, faltam medicamentos essenciais no tratamento dos pacientes.
Comissão de Saúde/AL Comissão encontrou diversas situação atípica de infraestrutrura no Hospital Adauto Botelho
Essas são algumas falhas apontadas no relatório feito por uma equipe técnica designada pela Comissão Permanente de Saúde, da Assembleia Legislativa, que durante o mês de outubro passado esteve in loco no hospital, levantando a real situação da instituição. Essa comissão é presidida pelo deputado Antonio Azambuja (PP), que também é médico pediatra.
“...a situação se agrava ainda mais com relação aos medicamentos psicotrópicos que não tem regularidade no fornecimento há cerca de um ano...”, descreve trecho do relatório, que ainda constatou que grande parte da estrutura física do Adauto Botelho já sofreu interdição da vigilância sanitária.
Outro esgoto a céu aberto também foi detectado pela equipe técnica e o que é pior, da lado da cozinha hospitalar.
Essas falhas motivaram a criação de um outro relatório, o da Vigilância Sanitária, que serviu de argumento para o Ministério Público, que ingressou com uma Ação Civil Pública contra o Estado, cujo prazo para o cumprimento das exigências já expirou.
CONDIÇÕES DE FUNCIONAMENTO
Os técnicos da Comissão de Saúde da Assembleia visitaram também o setor de Pronto Atendimento que, na ocasião, encontrava-se interditado por falta de condições mínimas de funcionamento.
Levantamento apontou que, além de medicamentos, o estoque da unidade não tinha insumos e materiais médicos hospitalares, necessários ao tratamento dos pacientes.
Comissão de Saúde/AL Grupo de trabalho investigou vários aspectos do complexo hospitalar para definir relatório
“Através da vistoria realizada e de acordo com todas as informações colhidas, concluímos que o Complexo Adauto Botelho não presta serviço de qualidade, visto que a estrutura física não tem condições mínimas de funcionamento, falta de medicamentos e equipamentos, e etc", descreve o estudo técnico.
"Tal situação é um desrespeito aos pacientes que necessitam do serviço, bem como um ultraje aos direitos humanos, sem contar que inúmeras famílias não conseguem os serviços, haja vista, que várias alas e o pronto atendimento estão fechados”.
A equipe visitou também o setor de Pronto Atendimento, que encontrava-se interditado por falta de condições mínimas de funcionamento. Os funcionários informaram e foi verificado através do relatório de estoque, que a unidade não possui medicamentos, insumos e materiais médicos hospitalares, necessários ao tratamento de pacientes e a situação se agrava ainda mais com relação aos medicamentos psicotrópicos que não tem regularidade no fornecimento há cerca de um ano.
GOVERNO
Conforme o assessor da Secretaria de Estado de Saúde no Hospital Adauto Botelho, João Santana Botelho, o novo secretário de Saúde, que assumiu a pasta essa semana, já fez uma visita in loco ao hospital e “já tomou as primeiras providências, o que nos deixou muitos felizes, pois ele assinou o procedimento licitatório, após reunião com os servidores e num prazo de cinco a seis dias já será a aberta a licitação , que será em forma de carta convite, ou seja, acho que até semana que vem já deve começar a reforma”.
Lafetá visitou o Adauto Botelho em seu primeiro dia como secretário. “O que o outro secretário (Mauri Rodrigues, que pediu exoneração do cargo, depois de ter sido afastado por força judicial) não fez em nove meses, o novo secretário fez em um dia”, comemorou João Santana.
Jorge Lafetá, ainda conforme o assessor, assinou a adesão ao pregão para manutenção predial, junto à Secretaria de Administração.
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A reportagem também tentou falar por telefone com o secretário Jorge Lafetá, para questionar sobre a falta de medicamentos no Adauto Botelho e sobre o fechamento da ala de prontoatendimento, mas as chamadas caíram diretamente na caixa postal do telefone celular.
O orçamento destinado pelo Estado para esse hospital nesse ano de 2013 foi de pouco mais de R$ 5 milhões.
A unidade atendeu em 2012, 10,8 mil pessoas, a maioria pacientes com transtorno mental. Também há internados no hospital, uma grande quantidade de pacientes para tratamento e recuperação de dependência química, como álcool e outras drogas.
HISTÓRICO
O hospital Adauto Botelho foi inaugurado em 1957, através de um acordo firmado entre o governo do estado de Mato Grosso e o Serviço Nacional de Doenças Mentais. Reinaugurado em 1993, com a denominação de Centro Integrado de Assistência Psicossocial (CIAPS) ainda vinculado à Secretaria Estadual de Saúde pela lei de nº 6.191 de 10/03/93, com uma nova proposta de se tornar um serviço de referência estadual em saúde mental no Estado de Mato Grosso.
Atualmente o Centro Integrado de Assistência Psicossocial Adauto Botelho – CIAPS é um complexo de unidades de saúde mental composto pelas seguintes unidades:
- Centro de Apoio Psicossocial para Dependentes Químicos – CAPS AD;
- Centro de Atenção Psicossocial Infantil – CAPSI;
- Unidade II Pascoal Ramos;
- Hospital Adauto Botelho – Internação (masculina e feminina),
- Pronto Atendimento
- Unidade III – Internação Álcool e Drogas adulto (masculino).
Neste último caso, o objetivo é prestar atendimento às pessoas com transtornos mentais e comportamentais e usuários de substâncias psicoativas, promovendo a implementação da Política Nacional de Assistência em Saúde Mental no âmbito do Mato Grosso.
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yslan benve 07/11/2013
Até que enfim teve alguém que mostrou a realidade da saúde desse estado, parabéns ao deputado azambuja pela iniciativa que derrubou o secretario mauri tartaruga.
Zé da Silva 06/11/2013
Governo e deputados, todos são culpados desse caos. Não vote em ninguém mais dessa catrefa de políticos atuais. Talvez você não acerte, mas errou sem saber. Votar nos atuais é votar consciente com o atraso, com a incompetência, com a corrupção e com o desmando com o erário público. Fora todos esses políticos, em nível federal e estadual.
Carlos Nunes 06/11/2013
Pela entrevista que o governador deu, falando que as finanças de MT está uma maravilha - a Saúde, a Educação, a Segurança, etc., eram para estar uma beleza; entretanto o que vemos diariamente é um CAOS na Saúde - até MILHÕES em remédios vencidos no prazo de validade jogam fora. Traduzindo em miúdos: não tem tanto dinheiro assim; nem as finanças estão uma beleza; e tem MÁ GESTÃO prá burro. Toda a maravilha exposta é só uma propaganda marketeira; e tem gente que ainda acredita nisso.
3 comentários