O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), Max Russi (PSB), defendeu o aprofundamento das investigações conduzidas pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor) sobre as denúncias de superfaturamento na compra de kits agrícolas. Ele também negou que tenha feito ou que pretenda fazer indicações de institutos a serem beneficiados com futuros aportes. A polêmica envolvendo os kits agrícolas voltou à tona após reportagem do UOL destacar um suposto esquema de desvio de emendas parlamentares destinadas à Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (Seaf-MT) e repassadas ao Instituto Pronatur (Instituto de Natureza e Turismo).
"Não, não vou fazer recomendação nenhuma. Os deputados são todos maiores, sabem como encaminhar as suas emendas, aonde vão encaminhar. Acredito, eu, particularmente, que não vão encaminhar. Agora, se algum resolver, decisão pessoal dele, a emenda impositiva é do deputado, não da Assembleia", enfatizou.
De acordo com a matéria do site nacional, 14 deputados estaduais autorizaram emendas durante o período eleitoral. O inquérito da Deccor aponta que o grupo criminoso causou prejuízo de R$ 28 milhões na compra de kits agrícolas. Roçadeiras, motocultivador, adubadeira e perfurador de solo são apontados como equipamentos comprados com os recursos.
Max Russi acredita que esse inquérito não deve generalizar os repasses a entidades do terceiro setor. "A sua grande maioria, sérios, fazem um bom trabalho. Todas são? Nada é 100% perfeito. Aqui nós estamos separando o joio do trigo, o que é o bom e o ruim. O ruim tem que sair fora do mercado e o bom tem que fazer um bom serviço".
A reportagem apontou que as emendas foram repassadas por Eduardo Botelho (União Brasil) - que, na época, estava presidente da Assembleia Legislativa (ALMT) -, Juca do Guaraná (MDB), Cláudio Ferreira (PL), Dr. João (MDB), Alan Kardec (PSB) - atual secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (Seciti-MT), Gilberto Cattani (PL), Fábio Tardin (PSB), Júlio Campos (União Brasil), Faissal Calil (Cidadania), Nininho (Republicanos), Dr. Eugênio (PSB), Wilson Santos (PSD), Thiago Silva (MDB), Dilmar Dal Bosco (União Brasil) e Carlos Avallone (PSDB).
O esquema investigado envolvia a Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (Seaf-MT) e o Instituto de Natureza e Turismo (Pronatur). A Seaf e o Pronatur compravam os kits superfaturados da Tupã Comércio e Representações, que tem como sócio oculto o empresário Alessandro do Nascimento. A Tupã estava em nome de laranja, um funcionário da Associação Atlética e Cultural Nacional, presidida por Alessandro do Nascimento, que planejava comprar duas casas nos Estados Unidos (EUA), avaliadas em R$ 7 milhões.
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DESDOBRAMENTO DA SUSERANO
O inquérito é um desdobramento da Operação Suserano, deflagrada em setembro de 2024 pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupoação (Deccor), que implicou na exoneração de Luluca Ribeiro da Seaf-MT e demissão de pessoas ligadas ao ex-secretário de Estado.
A influencer Ana Caroline Ormond Sobreira Nascimento, filha de Alessandro do Nascimento, também foi citadas na operação. Segundo a Deccor, a influencer com mais de 17 mil seguidores é um dos supostos laranjas de empresário.
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DEPUTADOS NEGARAM
À reportagem, Eduardo Botelho, Carlos Avallone, Thiago Silva e Dilmar Dal Bosco, reiteraram o compromisso com a legislação eleitoral e garantiram que não foram feitas entregas no período eleitoral.
Cláudio Ferreira afirmou que a destinação de emendas em seu mandato seguiu a "devida moralidade e legalidade", não sendo usada com "cunho eleitoral".
Dr. João e Cattani também afirmaram que seguiram os parâmetros da legislação e agiram com total transparência.
Allan Kardec e Júlio Campos justificaram que não foram notificados. Júlio ainda destacou apoiar as investigações, mas ressaltou que não autoriza o uso do seu nome e imagem relacionados ao inquérito.
Por meio de nota, Diego e Dr. Eugênio afirmaram que não realizaram de entregas de kits agrícolas ou destinaram emendas, ficando claro seu distanciamento do caso.
Wilson Santos pontuou que a destinação de emendas está prevista na Constituição estadual e que, ao enviá-las, a responsabilidade é repassada às secretarias.
Juca do Guaraná, Fabio Tardin, Faissal Calil e Nininho não se manifestaram.
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