Denúncia que culminou em operação contra Chico foi protocolada por Abilio

O prefeito entregou prints à corporação, à época, que ambos tentavam se viabilizar como candidatos ao Executivo

CAMILA RIBEIRO
Da Redação

Reprodução

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O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), é autor da denúncia feita à Polícia Federal que implicou na deflagração da Operação Rescaldo, nesta quinta-feira (5). Durante a ação policial, foram cumpridos mandados de busca e apreensão por suposta compra de votos nas eleições de 2020. Um dos alvos é o vereador e correligionário do prefeito, Chico 2000 (PL).

A denúncia foi formalizada em 2024, antes da pré-campanha às eleições municipais, quando Chico, então presidente da Câmara e do diretório do PL na Capital, tentava se viabilizar como candidato a prefeito. Abilio, à época deputado federal, já se colocava como pré-candidato e tinha o apoio do grupo. Abilio entregou à PF prints de conversas no WhatsApp de suspeitos que se apresentavam como cabos eleitorais e negociavam em nome de Chico.

A denúncia enfraqueceu Chico no PL. Semanas depois, o vereador acabou saindo da presidência do partido que foi repassada a Abilio ao receber a chancela do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para disputar a Prefeitura. A relação de Chico com o partido ficou delicada e ele passou a ser escanteado, ao ponto de ser barrado pelos seguranças de Bolsonaro em uma das visitas do ex-presidente a Cuiabá.

O inquérito inicial era conciso, com cerca de 50 páginas. De acordo com o documento, os cabos eleitorais atuavam nos bairros, levantando números de eleitores em potencial. Os suspostos funcionários da campanha de Chico, entravam em contato com os eleitores e, havendo abertura, ventilavam pagamentos, transporte no dia da eleição e auxiliavam aqueles que estavam em situação irregular ou não possuíam título.

A Operação Rescaldo também investiga um vereador por Várzea Grande. Caso a autoria dos crimes sejam confirmadas, os suspeitos poderão responder pelos crimes de captação ilícita de sufrágio e difamação eleitoral, cujas penas podem chegar até cinco anos de reclusão.

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