O deputado estadual Eduardo Botelho (UB) afirmou que não encara a nomeação do deputado federal Fábio Garcia (UB) como secretário-chefe da Casa Civil como um "canhão político" visando as eleições municipais de 2024. Botelho e Garcia disputam dentro do União Brasil o espaço para se tornar candidato à prefeitura de Cuiabá pela legenda no ano que vem.
"Eu vejo isso como normal. Quem quer entrar numa disputa dessas não pode ficar reclamando de algum jogo que qualquer concorrente faça. Acho isso normal, o governador tem essa prerrogativa e é uma oportunidade que ele tá vendo de dar essa visibilidade para o Fábio e ele está fazendo. Isso é normal, faz parte da democracia", declarou Botelho à imprensa nesta quarta-feira (5).
Para o presidente da Assembleia Legislativa, o novo cargo de Garcia não mudará a dinâmica da disputa pelo posto de candidato ao Palácio Alencastro em 2024 pelo União Brasil. "Eu acho que não vai mudar em nada", asseverou.
Nos bastidores, porém, a atitude do governador Mauro Mendes (UB) foi vista como uma evidência concreta do favoritismo do chefe do Paiaguás pelo amigo de longa data, Fábio Garcia.
Nos posicionamentos oficiais, a alta cúpula do União Brasil tenta manter as aparências e evitar os rumores de uma crise interna. Os boatos chegaram no auge em abril deste ano quando até mesmo uma carta de desfiliação envolvendo Botelho e outras lideranças do UB teria sido entregue a Mauro.
Logo depois, uma reunião para estancar a crise foi anunciada e os caciques do partido saíram 'reconciliados'. À época, Fábio Garcia declarou que o encontro serviu para 'colocar as coisas em seu devido lugar'.
NOMEAÇÃO
A nomeação do deputado federal Fábio Garcia à Casa Civil ocorre em decorrência do afastamento de Wellington Fagundes (PL) do Senado. O senador se licenciou por motivos de saúde, abrindo espaço para o suplente, Mauro Carvalho, que ocupava o cargo na Casa Civil.
A dança das cadeiras já era prevista, entretanto, o governador Mauro Mendes evitou antecipar quem seria o substituto de Mauro Carvalho. Nos corredores do Paiaguás, esperava-se que o secretário de Fazenda, Rogério Gallo, assumisse o lugar. No entanto, na segunda-feira, o governador surpreendeu a todos convidando o pupilo, Fábio Garcia, para preencher a vaga.
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