O vereador por Cuiabá, Paulo Henrique (PV), negou ter envolvimento no esquema de lavagem de dinheiro do tráfico de drogas em casas noturnas de Cuiabá promovido pela facção criminosa Comando Vermelho. O parlamentar foi um dos alvos de busca e apreensão no bojo da Operação Ragnatela, deflagrada pela Força- Integrada de Combate ao Crime Organizado de Mato Grosso (FICOO/MT), nesta quarta-feira (5).
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Em pronunciamento publicado nas redes sociais, o vereador afirmou que ‘jamais exerceu qualquer poder de influência na liberação de licenças’, pois essa atribuição não é parte das funções desenvolvidas em seu cargo.
Segundo o político, as casas de shows citadas pelas autoridades policiais foram fiscalizadas e chegaram a ser multadas na inspeção.
No entanto, apesar de negar envolvimento com a organização criminosa, a apuração da FICCO identificou que Paulo Henrique possui uma relação ‘muito próxima’ com os investigados e recebeu vantagens financeiras. Por isso, ele foi alvo de medidas cautelares e teve um veículo Jeep Compass apreendido pelas forças de segurança.
“Identificamos que tem alguns agentes públicos, inclusive um parlamentar, que têm uma relação muito próxima com os investigados, inclusive com trocas de favores e recebimento de vantagens financeiras, por isso ele sofreu medidas cautelares. Está sendo apurado exatamente o nível de participação dele, mas o que eu posso adiantar para vocês, o que já tem que comprovar nos autos, é que ele sim tinha uma vinculação”, afirmou o delegado Antônio Flávio Freire, em entrevista à imprensa, nesta quarta-feira (5).
De acordo com a decisão judicial que autorizou a Ragnatela, Paulo Henrique utilizou o Sindicato dos Agentes de Regulação e Fiscalização do Município De Cuiabá (Sindraf), do qual ele é presidente, para receber 'doações' do empresário Willian Aparecido da Costa Pereira, o Willian 'Gordão', apontado como ‘testa de ferro’ do CV.
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Ainda na nota, o vereador afirmou que não teve acesso aos autos e por isso sua defesa só será formulada depois que o processo for disponibilizado aos seus advogados. Mesmo assim, ele se colocou à disposição da Justiça e afirmou que irá colaborar com as autoridades.
VEJA O PRONUNCIAMENTO NA ÍNTEGRA
“Em face das recentes diligências que inesperadamente envolveram meu nome, venho a público prestar os seguintes esclarecimentos: Inexistência de Competência na Liberação de Eventos: Gostaria de salientar que jamais exerci qualquer poder de influência na liberação de eventos, pois tal atribuição não compete ao meu cargo.
Recordo que as casas de shows citadas tiveram diversas fiscalizações e foram inclusive autuadas. É importante destacar que a liberação de eventos pode ser devidamente autorizada pela justiça, com base na documentação apresentada.
Acesso aos Autos: Informo que minha defesa será elaborada assim que tivermos acesso aos autos do processo, os quais permanecem sob segredo de justiça e ainda não foram liberados pelo Ministério Público, portanto, ainda não foram disponibilizados.
Declaração da Autoridade Policial: Até o presente momento, a única informação oficial disponível é a declaração da autoridade policial, que mencionou a necessidade de mais informações sobre os fatos que envolvem minha pessoa.Não tenho relação com os fatos que assessores realizam em sua vida particular, quando tomado conhecimento de algo ilícito faço as medidas cabíveis de exoneração.
Estou à disposição com muita tranquilidade para contribuir com as investigações e justiça.Reafirmo meu compromisso com a transparência e a justiça, e coloco-me à disposição para colaborar com as investigações e esclarecer quaisquer dúvidas que se fizerem necessárias.
Atenciosamente, Paulo Henrique"
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