O prefeito de Cuiabá, Abílio Brunini, alertou que a reforma tributária pode causar sérios impactos negativos às cidades do interior de Mato Grosso, e cobrou medidas urgentes do Estado para incentivar a instalação de novas indústrias e facilitar a desburocratização, a fim de proteger a arrecadação e o crescimento econômico desses municípios.
“É uma corrida contra o tempo. Precisamos planejar o crescimento urbano e econômico para não afundar quando os efeitos da reforma forem sentidos”, disse o prefeito durante a mesa-redonda do Fórum do Setor Produtivo, realizada na noite de segunda-feira (14), na 57ª Expoagro.
Ele defendeu medidas como o alvará automático, o fim da outorga onerosa para prédios altos e a liberação de condomínios fechados, que possam estimular a chegada de novas indústrias e a ocupação organizada de áreas, fortalecendo a economia local diante da mudança na lógica tributária, que passará a privilegiar o consumo em vez da produção.
O debate reuniu também o vice-governador Otaviano Pivetta, o secretário de Desenvolvimento Econômico, César Miranda, e o ex-senador e empresário Cidinho Santos, que destacaram o papel estratégico da agroindustrialização para o futuro econômico do estado.
Pivetta ressaltou o exemplo dos municípios de Lucas do Rio Verde e Nova Mutum, que vão além da produção agrícola e investem na industrialização, criando empregos, renda e melhor qualidade de vida para a população local. “Nenhum país se desenvolve vendendo matéria-prima. Temos a obrigação de verticalizar nossa produção para distribuir riqueza aqui dentro”, afirmou.
O secretário César Miranda destacou que a expansão da agroindustrialização em Mato Grosso só foi possível após uma profunda reestruturação do Estado, que hoje ostenta nota A em gestão fiscal pelo Tesouro Nacional. Ele também citou a melhoria da infraestrutura, como a construção de seis grandes hospitais e a entrega de milhares de quilômetros de asfalto até 2025, além da retomada da Zona de Processamento de Exportação de Cáceres e a internacionalização do Aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande.
Cidinho Santos comparou a arrecadação estadual com a do Paraná, ressaltando que, apesar da liderança na produção agrícola, Mato Grosso arrecada muito menos em ICMS por não industrializar sua produção. Ele apontou o etanol de milho e o esmagamento da soja como avanços recentes e destacou a agroindustrialização da proteína animal como o próximo passo para o estado.
O consenso entre os participantes foi de que a agroindustrialização é uma solução essencial para o desenvolvimento sustentável, social e econômico de Mato Grosso, mas que esse avanço deve estar alinhado a políticas que apoiem os municípios, especialmente frente aos desafios da reforma tributária.
Clique aqui e faça parte no nosso grupo para receber as últimas do HiperNoticias.
Clique aqui e faça parte do nosso grupo no Telegram.
Siga-nos no TWITTER ; INSTAGRAM e FACEBOOK e acompanhe as notícias em primeira mão.