Movimentação de quase R$ 3 milhões feita pelo empresário João Gustavo Ricci Volpato acendeu alerta no Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) sobre a idoneidade dos valores, de acordo com relatório que pede o indiciamento do empresário e outras 10 pessoas. Para tentar despistar as autoridades, o suspeito alegou que o valor era oriundo de venda de gados, deixados pelo pai, já falecido.
João Gustavo Ricci Volpato é apontado como líder de uma esquema que desviou mais de R$ 21 milhões da Conta Única do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) é investigado pela Operação Sepulcro Caiado, da Polícia Civil. A mãe e o irmão dele, Luiza Rios Ricci Volpato e Augusto Frederico Ricci Volpato também figuram na lista de investigados, assim como advogados e servidores públicos do judiciário mato-grossense.
No inquérito, consta que o órgão de controle financeiro fez um mapeamento de transações financeiras ligadas direta ou indiretamente aos principais investigados e encontraram indícios de uma esquema voltado à lavagem de dinheiro e à ocultação patrimonial.
Chamou atenção do COAF o fato de a família Volpato estar envolvida em um complexo fluxo de movimentações bancárias incompatíveis com a capacidade financeira declarada de seus integrantes, como repasses de altos valores, triangulações com empresas controladas pelo grupo e inserções em operações com indícios de ocultação da real origem dos recursos.
Em especial, estão as transações feitas por João Gustavo. Entre setembro de 2020 e maio de 2021, ele movimentou R$ 2.739.564, sendo R$ 1.344.550 em créditos e R$ 1.395.014 em débitos, valores incompatíveis com sua capacidade financeira, conforme concluiu o Coaf.
Para tentar justificar a origem dos valores, João Gustavo e Luiza informaram que o dinheiro era fruto de vendas de gado, herdadas com o falecimento do patriarca da família. Entretanto, os Volpato não apresentaram qualquer documentação que comprovasse as alegações. Dessa forma, o Coaf classificou a explicação como “frágil” e “inconsistente”.
João Gustavo, o irmão e a mãe chegaram a ser presos, junto de sete advogados. Mas, todos já foram beneficiados por habeas corpus. Na segunda-feira (11), a Polícia Civil indiciou todos os envolvidos por crimes diversos como estelionato, falsidade ideológica, lavagem de capitais, uso de documento falso, patrocínio infiel, falsificação de documento, lavagem de capitais e organização criminosa.
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SEPULCRO CAIADO
As investigações apontam que empresários, advogados e servidores do TJMT fraudavam ações judiciais utilizando procurações, assinaturas e documentos falsos. Os advogados atuavam em nome de vítimas sem o conhecimento delas, simulavam pagamentos judiciais e, com a ajuda de servidores, criavam planilhas falsas para autorizar transferências indevidas da Conta Única do Tribunal para contas vinculadas a processos fraudulentos.
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