As investigações da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) apuraram que um membro da facção criminosa Comando Vermelho, que está detido na Penitenciária Central do Estado (PCE) e não teve a identidade divulgada, foi o mentor intelectual do roubo e sequestro do pecuarista Edson Joel de Almeida Meira, de 57 anos, pai do prefeito de Jangada (75 km de Cuiabá), Rogério Meira (PP). O crime ocorreu no dia 22 de outubro do ano passado e foi todo arquitetado de dentro da cadeia.
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De acordo com o delegado Antenor Pimentel, da GCCO, tudo começou a partir do presidiário, que entrou em contato com um ‘disciplina’ da facção, que ficou encarregado de encontrar alguém para fornecer o cativeiro. Em seguida, encontraram pessoas para a logística, intermediação e execução do plano.
Dessa forma, o crime foi todo compartimentalizado, ou seja, cada membro do grupo recebeu uma designação e não sabia qual seria a função desempenhada pelos comparsas.
“Temos o presidiário, que entrou em contato com uma pessoa de fora, que ficou de organizar a parte logística. Essa pessoa da logística conseguiu a pessoa do cativeiro. Inicialmente, procurou uma pessoa para ser o fornecedor do cativeiro e fez a reunião com os integrantes do grupo. Mas, essa pessoa não pôde fornecer o cativeiro e indicou outra. Mas, eles ainda precisavam dos executores do crime - que iriam amarrar as vítimas, aplicar o medicamento. Então, conseguiram três pessoas para executar o plano", relatou o delegado.
"Os indicados pelo ‘disciplina’ e o fornecedor do cativeiro foram até a fazenda, roubaram, renderam as vítimas e sequestraram o proprietário da fazenda. Enquanto isso, um outro grupo ficou responsável por levar de carro, buscar, trocar de carro. Eles têm essa malícia de trocar de carro para deixar menos pistas [ para a polícia]”, acrescentou Pimentel.
Conforme a autoridade policial, os criminosos se reuniram por diversas vezes antes de sequestrar Edson Joel, tanto por videoconferência como presencialmente.
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Até o momento, dez pessoas estão presas pelo crime, sendo que nove confessaram. Mas, a polícia ainda procura por outros dois comparsas que estão foragidos e por uma figura identificada como ‘Rodrigo Manco’. Ele teria participação no sequestro e foi deletado pelo grupo, mas as forças de segurança ainda não conseguiram capturá-lo ou sequer comprovar sua existência.
“Nove confessaram, mas eles omitem informações, inventam. Então, tem muita coisa que não ficou 100% esclarecida”, finalizou o delegado.
O objetivo do roubo e sequestro, segundo apurado, era obter R$ 7 milhões oriundos de uma emenda parlamentar, cujo valor total atinge a cifra de R$ 28 milhões, destinada à Prefeitura de Jangada naquele ano. Contudo, os criminosos não conseguiram.
O CRIME
A ação criminosa ocorreu na madrugada de 22 de outubro de 2023, em uma fazenda na zona rural de Jangada. O grupo de assaltantes invadiu a propriedade, ameaçou, com emprego de armas de fogo, os funcionários do local e, depois, amarrou as vítimas. Os criminosos ficaram aguardando o proprietário Edson Joel, que chegou à fazenda ao amanhecer. Em seguida, o pecuarista foi colocado em seu veículo e levado a um cativeiro, de onde os criminosos passaram a exigir de familiares o resgate para liberação da vítima.
Durante as primeiras diligências para esclarecer o crime, a equipe da GCCO localizou o pai do prefeito nas proximidades da comunidade Rancharia, no município de Nossa Senhora do Livramento. A vítima conseguiu escapar do local onde foi mantida em cativeiro e caminhou até a comunidade, onde a equipe da GCCO a encontrou.
Horas mais tarde, a equipe policial prendeu em flagrante três envolvidos no crime, nas cidades de Nova Olímpia e Nova Marilândia (204 e 251 km de Cuiabá, respectivamente). A primeira a ser presa, em Nova Olímpia, foi uma mulher identificada como ‘laranja’ na empreitada criminosa. Ela emprestou sua conta bancária para receber valores extorquidos da família da vítima. Na sequência, a GCCO prendeu um casal, coautor do sequestro e que agiu como interlocutor para ‘liberar’ a vítima.
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