Trabalho perdido: 6,6 milhões de dias. Salários atrasados: US$ 2 bilhões. Empregos temporariamente perdidos no setor privado: 120 mil.
Esses são apenas alguns dos custos da paralisação parcial de 16 dias nas atividades governamentais encerrada no mês passado, afirmou o governo Obama em um relatório detalhado publicado na quinta-feira (8).
O efeito pode parecer pequeno no contexto de uma economia de US$ 16 trilhões, mas pode significar serviço governamental menos eficiente e a um custo mais alto.
O relatório surge em um momento no qual uma segunda paralisação continua a ser possível, a menos que o Congresso aprove um orçamento ou renove o custeio temporário do governo.
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O comitê de negociação tem prazo para concluir seus trabalhos até a metade de dezembro, e o custeio do governo expirará novamente na metade de janeiro. O teto de endividamento será atingido em fevereiro.
ARTIFICIAL
"Essa crise artificial prejudicou a economia, nos custou empregos e prejudicou as famílias de classe média", disse a senadora Barbara Mikulski, democrata de Maryland e presidente do Comitê de Alocações Orçamentárias do Senado.
"O povo norte-americano merece um governo que trabalhe tanto quanto os cidadãos É hora de trabalhar em base bipartidária".
Segundo o relatório, o custo mais direto foram os US$ 2 bilhões em salários atrasados que terão de ser pagos aos funcionários federais que passaram por dispensa não remunerada.
As agências do governo, do imenso Departamento de Estado ao minúsculo Export-Import Bank, foram instruídas a dispensar seus funcionários não essenciais, o que resultou em cerca de 40% de redução temporária no quadro de funcionários.O total inclui quatro dos cinco laureados com o Prêmio Nobel que ocupam postos de pesquisa em departamento do governo, o relatório informou.
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Outros custos diretos envolvem a perda de receita com ingressos nos parques nacionais, juros por atraso em pagamentos, postergação de ações tributárias e ordens de paralisação de serviço.
"Milhares de norte-americanos sofreram o impacto da paralisação, devido às licenças não remuneradas de trabalhadores federais, à redução de serviços ao público e aos atrasos em pagamentos de beneficiários federais, Estados, municípios, prestadores de serviços e indivíduos", afirmou Sylvia Matthews Burwell, diretora do orçamento federal norte-americano, no relatório.
CONFIANÇA
Além disso, a economia está absorvendo custos em função de atrasos e perturbações em serviços do governo, e do pesado abalo sofrido pela confiança dos consumidores e empresas.
O relatório apresenta uma longa lista de perturbações: atraso nos pagamentos de benefícios a veteranos de guerra com deficiências físicas, crianças excluídas do programa Head Start, pacientes excluídos de estudos de câncer, suspensão de projetos de segurança no trabalho e atrasos em certas restituições de impostos. O relatório afirma que o governo não calculou o custo direto de suspender suas atividades e depois reiniciá-las. Mas o descreveu como significativo.
"Perturbações no trabalho em locais de descontaminação nuclear, associadas à paralisação, custarão duas a três semanas de produtividade", o estudo afirma. A paralisação "pode levar o Departamento da Energia a descumprir prazos de contaminação acordados com Estados nos quais há projetos em curso".
Em última análise, perturbações como a paralisação do governo podem desencorajar os trabalhadores de aceitar empregos no governo, dizem analistas.
"A licença não remunerada surgiu ao final de um período sem precedentes de três anos de congelamento salarial, elevação nas contribuições de aposentadoria e perda de seis dias de salário devido a licenças não remuneradas associadas ao corte compulsório dos gastos do governo, no terceiro trimestre", afirmou em comunicado a Federação Americana de Empregados do Governo, sindicato que representa 650 mil funcionários públicos.
"Os funcionários estão frustrados por serem o bode expiatório nos esforços de redução do deficit, e como resultado o governo federal está se tornando um empregador menos atraente".
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