Na quarta-feira, 29, a Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou que devastação provocada pelo fenômeno atingiu níveis sem precedentes. Espera-se que o Melissa passe a oeste das Bermudas no fim desta quinta-feira.
Impactos do furação na Jamaica
O barulho de maquinaria pesada, o lamento das motosserras e o cortar de facões ecoavam pelo sudeste da Jamaica, enquanto trabalhadores do governo e moradores começavam a desobstruir estradas em uma tentativa de alcançar comunidades isoladas que sofreram um impacto direto de uma das tempestades atlânticas mais poderosas já registradas.
Moradores atônitos vagavam, alguns observando suas casas sem telhado e pertences encharcados espalhados ao redor. "Eu não tenho mais uma casa", disse angustiado Sylvester Guthrie, morador de Lacovia, na paróquia sulista de St. Elizabeth, enquanto segurava sua bicicleta, a única posse de valor que restou após a tempestade.
"Eu tenho um terreno em outro local onde posso reconstruir, mas vou precisar de ajuda", implorou o trabalhador da área de saneamento.
Voos de ajuda emergencial começaram a pousar no principal aeroporto internacional da Jamaica, que reabriu na tarde de quarta-feira, enquanto equipes distribuíam água, comida e outros suprimentos básicos.
"A devastação é enorme", disse o Ministro dos Transportes da Jamaica, Daryl Vaz.
Alguns jamaicanos se perguntavam onde iriam morar. "Agora estou sem casa, mas tenho que ter esperança porque estou vivo", disse Sheryl Smith, que perdeu o telhado de sua casa.
As autoridades disseram que encontraram pelo menos quatro corpos no sudoeste da Jamaica.
O primeiro-ministro Andrew Holness disse que até 90% dos telhados na comunidade costeira sudoeste de Black River foram destruídos. "Black River é o que você descreveria como o marco zero", disse ele. "As pessoas ainda estão tentando assimilar a destruição."
Mais de 25 mil pessoas permaneciam aglomeradas em abrigos por todo o lado oeste da Jamaica, com 77% da ilha sem energia elétrica.
O Melissa, de categoria 5, atingiu o solo jamaicano na terça-feira, 28, como um dos furacões mais fortes já registrados no Atlântico, com ventos máximos de 295 km/h, antes de perder força e seguir para Cuba.
Morte e inundações no Haiti
Melissa também desencadeou inundações catastróficas no Haiti, onde pelo menos 25 pessoas morreram e outras 18 estão desaparecidas, na maioria na região sul do país.
Steven Guadard, que mora em Petit-Goâve, disse que Melissa matou toda a sua família. "Eu tinha quatro crianças em casa: um bebê de 1 mês, um de 7 anos, outro de 8 anos e mais um que estava prestes a completar 4 anos", disse ele.
A Agência de Proteção Civil do Haiti disse que o furacão Melissa matou pelo menos 20 pessoas em Petit-Goâve, incluindo 10 crianças. Também danificou mais de 160 casas e destruiu outras 80.
Oficiais alertaram que 152 pessoas com deficiência na região sul do Haiti precisavam de assistência alimentar emergencial. Mais de 11,6 mil pessoas permaneceram abrigadas no Haiti por causa da tempestade.
Recuperação lenta em Cuba
Enquanto isso, em Cuba, as pessoas começaram a desobstruir estradas e rodovias com equipamentos pesados e até contaram com a ajuda do exército, que resgatou pessoas presas em comunidades isoladas e em risco de deslizamentos de terra.
Não foram relatadas fatalidades depois que a Defesa Civil retirou mais de 735 mil pessoas em todo o leste de Cuba. Eles estavam começando a voltar para casa lentamente.
"Estamos limpando as ruas, desobstruindo o caminho", disse Yaima Almenares, uma professora de educação física da cidade de Santiago, enquanto ela e outros vizinhos varriam galhos e detritos das calçadas e avenidas, cortavam troncos de árvores caídos e removiam lixo acumulado.
Nas áreas mais rurais fora da cidade de Santiago de Cuba, a água permaneceu acumulada em casas vulneráveis na noite de quarta-feira enquanto os moradores retornavam de seus abrigos para salvar camas, colchões, cadeiras, mesas e ventiladores que haviam elevado antes da tempestade.
Uma reunião da Defesa Civil televisionada, presidida pelo presidente Miguel Díaz-Canel, não forneceu uma estimativa oficial dos danos. No entanto, autoridades das províncias afetadas - Santiago, Granma, Holguín, Guantánamo e Las Tunas - relataram perdas de telhados, linhas de energia, cabos de telecomunicações de fibra óptica, estradas cortadas, comunidades isoladas e perdas de plantações de banana, mandioca e café.
Os oficiais disseram que as chuvas foram benéficas para os reservatórios e para aliviar uma grave seca no leste de Cuba.
Muitas comunidades ainda estavam sem eletricidade, internet e serviço telefônico devido a transformadores e linhas de energia derrubadas.
Antes de atingir a costa, o Melissa já havia sido responsável por três mortes na Jamaica, três no Haiti e uma na República Dominicana. (Com informações da Associated Press)
(Com Agência Estado)
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